Estimativas recentes têm apontado o Brasil como possível exportador de petróleo num futuro próximo, muito em função da promessa de produtividade do pré-sal. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em inglês), o país atingirá essa condição já em 2011, com o incremento da produção diária de 2,2 milhões de barris para 2,4 milhões. O dado consta de relatório mensal do órgão sobre o setor.
(2011) será o primeiro ano do Brasil como exportador líquido de petróleo, embora volumes mais significativos só devam ficar disponíveis para o mercado mundial nos anos seguintes, diz o documento, em ressalva compartilhada por especialistas, como o diretor e fundador do Clube do Petróleo do Rio de Janeiro, Mauro Kahn. “Naturalmente estão baseados (os números da AIE) na suposição de que a produção supere nossas necessidades, mas o excedente será modesto visto que aumentar significativamente a nossa produção é algo bem mais demorado”, explica ele, em entrevista ao Nicomex Notícias.
No Brasil, quem compartilha da previsão da AIE é o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que, no último dia 27, declarou acreditar que o País irá exportar 1,5 milhão de barris por dia de petróleo em 2015, atingindo dois milhões quatro anos depois. Perguntado sobre essa questão, o diretor do Clube do Petróleo é otimista: “Exportar dois milhões (que é o consumo atual do Brasil) será algo maravilhoso e uma receita e tanto, ainda mais se o barril chegar aos 100 doláres. Façam as contas de quanto isto representa por ano”, sugere ele, olhando o lado financeiro dessa possibilidade.
Rumo à Opep
Na condição de exportador, caso ela realmente se concretize, um caminho natural para o Brasil seria pleitear uma vaga na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Caso isso acontecesse, o país teria ao seu lado uma política centralizada, com controle dos preços, mas também poderia vender o seu excesso de produção, angariando dólares para investir tanto no social quanto em novas tecnologias de exploração.
“Acho que temos de exportar petróleo com racionalidade e que teremos tempos muito bons, até porque quando tivermos uma produção boa (depois de 2020 ) o mundo estará mais do que sedento de petróleo e a maior parte das reservas mundiais estarão no Oriente Médio. Neste contexto ser um grande exportador será algo fantástico, mas precisaremos saber gerir bem esta fortuna e também administrar as pressões e influências que iremos sofrer”, diz Mauro Kahn.
Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/