terça-feira, janeiro 29, 2013

OSX será maior estaleiro das Américas

Início de operações ocorrerá em 2013

Danilo Baptista, diretor da Unidade de Construção Naval Açú, do OSX, maior complexo de construção naval das Américas, informa que o estaleiro, situado no Norte fluminense, deverá iniciar operações ainda em 2013. A empresa é do grupo EBX, do bilionário Eike Batista. O estaleiro ficará ao lado de um condomínio industrial, de onde virão energia e aço para o empreendimento.

O cais terá 2.400 metros em sua primeira fase e, depois, chegará a 3.525 metros. O início da construção ocorreu em julho de 2011 e, graças a ritmo frenético, o início efetivo de operações deve ocorrer nos próximos meses. O estaleiro está em operação plena em meados de 2014. A coreana Hyndai é acionista minoritária e, no momento, 80 técnicos estão na Coréia do Sul. O estaleiro terá condições de produzir, ao mesmo tempo, 11 plataformas móveis (FPSO) e oito fixas. No momento, o grupo tem encomendas de 23 unidades, dos quais 18 serão feitas em Açu e as restantes distribuídas por Coréia, Cingapura e, no Brasil, no estaleiro Techint.

Frisou Baptista que há muitos desafios e o grupo se prepara para vencê-los. Quanto à falta de mão de obra, a OSX criou o Instituto de Tecnologia Naval; procura-se sinergia com fornecedores, ou seja, criar cadeia de bens e serviços.

Fonte: Rio Marítimo – Sergio Barreto Motta

Brasil entra na mira da Maersk Drilling

A perspectiva de o Brasil se tornar um grande produtor de petróleo e os investimentos em andamento de empresas instaladas no país, não apenas a Petrobras, estão atraindo mais empresas do grupo dinamarquês Maersk. Depois de a empresa de serviços de apoio marítimo anunciar que quer aumentar sua frota de navios no país, a Maersk Drilling, braço de serviços de perfuração, busca oportunidades para afretar sondas para empresas instaladas aqui.

O principal executivo da Maersk Drilling, Claus Hemmingsen, informa que a empresa já está conversando com companhias de petróleo e estaleiros, cujos nomes não revela, mas ainda vê restrições a investimentos no país devido às regras de conteúdo local. No seu entendimento, o cumprimento dos compromissos de conteúdo local das empresas obriga que elas aluguem apenas sondas construídas no país usando equipamentos e pessoal brasileiros, e isso aumentaria custos.

“O conteúdo local tem impacto no modo de se fazer negócios aqui. E isso complica a situação porque quando se tem que pensar em alocar recursos no Brasil ou em outros países as regras de conteúdo local podem ser restritivas e acabam aumentando os custos”, afirma Hemmingsen.

O executivo chama a atenção ainda para outro desafio de investir no Brasil que é lidar com a falta de mão de obra qualificada, e ele vê como um desafio difícil a construção de sondas de perfuração complexas. “A tecnologia utilizada nessas embarcações é detida por empresas estrangeiras, principalmente da Noruega e dos Estados Unidos”.

Ele cita como exemplo um acordo recentemente firmado entre o governo brasileiro e o dinamarquês para treinar cadetes da Marinha em navios de bandeira dinamarquesa, já que não existem navios brasileiros suficientes para esse treinamento.

Desde o acidente do campo de Macondo, no Golfo do México em 2010, as empresas de petróleo e as prestadoras de serviços, como é o caso da dinamarquesa, estão mudando procedimentos e padrões mais rígidos para se adequar às novas regras de segurança e também evitar indenizações bilionárias. A Maersk tem um centro de treinamentos em Svendborg, na Dinamarca, desde 1978 e depois da explosão da plataforma de sua concorrente Transocean em Macondo foram feitos mais investimentos para treinar equipes de perfuração, com simuladores. A ênfase é no controle de poços, emergências e gestão de crises.

A Maersk Drilling tem uma frota de 26 sondas de perfuração que estão operando sob contrato no Mar do Norte, África e Golfo do México, regiões que hoje competem com o Brasil pelos investimentos da indústria de petróleo. Existem ainda outras sete sondas em construção, quatro no estaleiro Samsung (Coréia) e três no Keppel (Cingapura), que vão custar US$ 4,5 bilhões. Mesmo ainda nos estaleiros, cinco embarcações já têm contrato de aluguel.

Mesmo apontando o que considera regras restritivas para investimentos, Claus Hemmingsen acha que é possível investir e até construir sondas no Brasil, desde que a empresa tenha contratos de longo prazo.

“O Brasil pode fazer parte da nossa próxima onda de investimentos. Mas queremos saber antes se os estaleiros são capazes de construir essas embarcações, já que nossas sondas têm um padrão de altíssima qualidade. Essa é uma regra nossa para o mundo inteiro e nos sentiremos confortáveis [para encomendar aqui] quando virmos que o estaleiro já fez esse trabalho antes”, afirma.

Onze empresas do grupo Maersk já operam no Brasil em setores como navegação de longo curso (Maersk Line, Mercosul Line), apoio a plataformas (Maersk Supply Services), exploração e produção (Maersk Oil), terminais marítimos, tancagem e trading, entre outros negócios.

No ano passado a Statoil e sua parceira Sinochem pagaram US$ 1 bilhão à Maersk pela FPSO Peregrino, uma das plataformas de produção instalada pela norueguesa na Bacia de Campos. A venda faz parte da decisão do grupo de se desfazer de todas as suas cinco plataformas de produção. O grupo já investiu cerca de US$ 2 bilhões no Brasil, onde emprega 2,3 mil funcionários dos 108 mil empregados globalmente.

Fonte: Valor Econômico