Uma abertura do capital do Facebook, com a venda de ações na bolsa de valores de Nova York, faria a empresa imitar o Google, Microsoft, Apple e outros gigantes da tecnologia, e certamente faria de seu executivo-chefe, Mark Zuckerberg, o homem mais rico do mundo na casa dos vinte e poucos anos.
No entanto, segundo o The Wall styreet Journal, Zuckerberg, 25 anos, não se mostra disposto a seguir este caminho. Ele vem se consultando com executivos como o chefe da Intel, Paul Otellini, e da Oracle, Charles Phillips, sobre como dirigir sua companhia de maneira independente de Wall Street.
Zuckerberg estabeleceu uma estrutura com duas classes de votantes no comando do Facebook que poderá deixar a companhia menos dependente de fazer um lançamento de ações. "Nós iremos ao público eventualmente porque é o que diz o contrato que temos com nossos investidores e empregados", ele disse numa entrevista recente, citada pelo jornal. "Mas não estamos com pressa".
Na comunidade de investimentos, diz o The Wall Street Journal, um eventual lançamento de ações do Facebook é visto como uma forma de reanimar os grandes IPOs das empresas de tecnologia americanas. A preocupação de Zuckerberg é como capitalizar a companhia sem prejudicar o zelo com a criatividade e o controle das finanças.
Apesar de comandar um serviço com 400 milhões de usuários, o jovem dono do Facebook vive numa casa modesta em Palo Alto, Califórnia, e costuma caminhar até o trabalho. Empregados descrevem-no como um chefe que costuma fazer cobranças, mas também adora debater sem impor o próprio ponto de vista. Escreveu um memorando aos empregados, "Working with Zuk" ("Trabalhando com Zuk - o apelido de Zuckerberg") em que diz esperar deles que se sintam "recompensados" em fazer seu trabalho direito.
Na sua visão de negócios, a missão do Facebook é facilitar a capacidade das pessoas de compartilhar quase tudo com todo mundo via sites, telefones móveis e até mesmo videogames. "Isso de levar as coisas adiante, tornando-as mais abertas, é provavelmente a mais poderosa mudança social, barrando até mesmo a guerra", ele explicou em outra frase citada pelo jornal.
A visão da transformação - lembra o jornal - não é exclusiva e nem nova. Nos anos 80, Steve Jobs proclamou que o Macintosh iria revolucionar a computação. Os fundadores do Google anunciavam que a ferramenta de busca iria "organizar toda a informação do mundo". Mas, ao contrário de seus antecessores, Zuckerberg não precisa de grandes reservas de dinheiro ou de construir fábricas, um sistema de distribuição global ou um grande aparato de marketing. "Se você não precisa de capital, as pressões são diferentes e as motivações (de vender ações) não são as mesmas".
Fonte: http://tecnologia.terra.com.br/