sexta-feira, novembro 19, 2010

Exploração do pré-sal anima empresas do ramo do aço inox


A exploração e refino do petróleo do pré-sal devem ajudar a impulsionar negócios em diversas áreas nos próximos anos, entre elas o segmento de produtos de aço inox (tubos, conexões e válvulas, por exemplo, feitos com essa matéria-prima). A expectativa anima as empresas participantes da 4ª Feinox (Feira de Tecnologia de Transformação do Aço Inoxidável), que começou ontem e vai até amanhã no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.
Segundo o diretor-executivo do Núcleo Inox (entidade que congrega indústrias ligadas a essa cadeia produtiva), Arturo Chao Macieiras, a perspectiva é que a atividade se mantenha aquecida nos próximos dez anos com crescimento anual de 10%. Em 2010, o setor deve se recuperar do baque causado pela crise global de crédito em 2009, quando as vendas caíram quase 30%.
Macieiras acrescenta que a atividade, que movimenta US$ 5 bilhões ao ano, será beneficiada pelo aquecimento de áreas como o petróleo e gás, que exigem materiais resistentes à corrosão; usinas de cana-de-açúcar; e também a construção civil, como reflexo, por exemplo, de projetos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
O Núcleo Inox promove a Feinox, junto com o grupo Cipa. Macieiras explica que o evento serve como vitrine para que os diferentes elos dessa cadeia produtiva explorem produtos e serviços e também para debater os principais temas do segmento.

REGIÃO - Duas empresas sediadas no Grande ABC participam da feira, a HCG, de São Bernardo, e a D&D, de Diadema. Esta última, que existe há 13 anos, vem em ritmo ascendente de resultados. O diretor, Paulo Dieb, projeta crescimento de 8% neste ano e, em 2011, expansão superior a 20%. O quadro de funcionários também tem aumentado. Contava com 80 empregados no início do ano e, atualmente, está com 100. A D&D faz trefilação de material em aço inox, utilizado em plataformas, válvulas e tubulações do segmento petrolífero.
A outra expositora, a HCG é importadora de analisadores portáteis, itens que servem para verificar as ligas utilizadas em determinado metal e sua composição química. O inspetor de materiais da empresa, Daniel Limoeiro, demonstra otimismo. "A tendência é de crescimento, o mercado está aquecido", afirma. Ele cita que diversos segmentos utilizam esses equipamentos, incluindo indústrias petroquímicas e companhias petrolíferas.
Além das duas empresas, a antiga Inox Tubos, de Ribeirão Pires, que agora é uma unidade fabril do grupo ArcelorMittal, também tem estande no evento. O gerente Henrique Cintra cita que a Feinox é importante vitrine do setor e também mostra confiança com as perspectivas de negócios na área de petróleo

Fonte: http://www.dgabc.com.br/

Petrobras é 2ª maior empresa da América em património líquido


A estatal Petrobras, parceira da Galp na exploração no Brasil, é a segunda empresa no ranking das companhias de capital aberto de toda a América em património líquido até setembro, segundo um estudo divulgado hoje pela consultoria Economática.
A maior empresa do continente é o Bank of America (230,4 mil milhões de dólares) pelo conceito de património líquido, que é a diferença entre ativos e passivos de uma empresa.

A Petrobras (175 mil milhões de dólares) subiu entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano da 10ª posição para 2ª posição, resultado do processo de capitalização da empresa.

Em seguida, aparecem no ranking os grupos norte-americanos JP Morgan Chase (173,8 mil milhões de dólares), Citigroup (162,9 mil milhões de dólares) e Berkshire Hathaway (149,6 mil milhões de dólares).

No ranking, aparecem igualmente a brasileira Vale (15ª posição), com património líquido de 67,42 mil milhões de dólares, a estatal brasileira Eletrobrás (24ª posição), com 46,60 mil milhões de dólares, e o grupo Santander Brasil (30ª posição), com 38,89 mil milhões de dólares.
Em setembro, a Petrobras realizou uma capitalização, com a venda de ações num total estimado em cerca de 70 mil milhões de dólares, ao câmbio atual, na maior emissão de títulos já registada no mundo.

Os recursos serão utilizados no plano de investimentos da estatal brasileira, nos próximos anos.

Diário Digital / Lusa

Fonte: http://diariodigital.sapo.pt

Direitos do Rio estão acima da política


As reservas brasileiras de petróleo e gás, já certificadas, somam um pouco mais de 14 bilhões de barris de óleo equivalente (unidade que o setor usa como referência). No processo de capitalização da Petrobras, a União cedeu à empresa, de forma onerosa, cinco bilhões de barris, ou seja, um volume que corresponde a mais de um terço das reservas comprovadas.

É possível que a Petrobras leve mais de vinte anos para utilizar totalmente as reservas cedidas pela União. Trata-se de um faturamento considerável que, conforme as regras definidas, não resultará em compensações financeiras diretas para os estados e municípios produtores nos moldes das existentes sobre a produção atual. O Rio de Janeiro seria o mais prejudicado (seguido de São Paulo, em menor grau), pois as reservas cedidas encontram-se na maior parte em áreas do litoral fluminense.

Diante da ameaça que a emenda Ibsen Pinheiro representa para o Rio de Janeiro - pois, se aprovada como tal pelo Congresso, a receita de royalties do petróleo seria retirada do Estado e redistribuída por outras unidades da federação -, supunha-se que o governo estadual ficaria acuado, entregando os anéis para não perder os dedos, e nada faria diante da cessão onerosa das reservas de óleo e gás da União à Petrobras. Até porque o governador Sérgio Cabral, reeleito, é aliado político do presidente Lula, e de sua sucessora, Dilma Rousseff, que, como ministra, defendeu arduamente a mudança na legislação do petróleo.

Felizmente a questão institucional prevaleceu sobre as conveniências político-partidárias, e o Estado do Rio de Janeiro arguiu a União, no Supremo Tribunal Federal, sobre a constitucionalidade da decisão do governo Lula.

O que está em jogo é uma receita estimada em R$ 25 bilhões, cujo recolhimento se escalonaria por várias administrações estaduais.

É importante que o STF comece a se pronunciar sobre essas questões institucionais referentes ao petróleo e forme jurisprudência. A chamada emenda Ibsen criou um ambiente de insegurança jurídica em relação à distribuição de recursos originários da produção de petróleo e gás. A União e os entes federativos (estados e municípios) sempre ficarão em dúvida sobre o seu quinhão. E, como esses recursos somente podem ser usados para investimentos, nenhum planejamento de longo prazo poderá ser feito com base na arrecadação esperada de royalties e participações especiais de grandes campos produtores, todos localizados no mar.

Quanto mais cedo todas as dúvidas jurídicas forem dirimidas, melhor. A presidente eleita, Dilma Rousseff, terá como uma das suas primeiras tarefas, depois de empossada, articular junto ao Congresso uma solução capaz de superar o impasse criado pela emenda Ibsen. A proposta original do governo Lula, negociada com os estados produtores, deveria ser a base para o entendimento, pois não envolve a receita dos campos já em produção, e sim as futuras áreas de exploração do pré-sal, cujo potencial, conforme alardeado pelas autoridades governamentais, seria enorme.

O STF é sensível a esses temas e saberá dar a resposta adequada.

Fonte: http://oglobo.globo.com/