domingo, dezembro 16, 2012

China pode abrir futuros de petróleo a investidores estrangeiros

O plano por um contrato futuro de petróleo é defendido pelo chefe do órgão regulador de valores mobiliários da China, Guo Shuqing, um oficial reformista tido como candidato para o papel de presidente do Banco Central
 
Pequim (China) - Um plano de lançar um contrato de futuros do petróleo na China, que permitiria investidores estrangeiros negociassem nos mercados de commodities sem a necessidade de terem uma subsidiária local pela primeira vez, está ganhando força e pode obter aprovação no início do próximo ano, disseram funcionários e executivos.
A China é o maior consumidor global de matérias primas e tem um dos mercados de maior crescimento e liquidez em seus mercados futuros de commodities, mas restrições estatais para limitar o fluxo do capital internacional impedem que os contratos ganhem destaque mundial.
O plano por um contrato futuro de petróleo é defendido pelo chefe do órgão regulador de valores mobiliários da China, Guo Shuqing, um oficial reformista tido como candidato para o papel de presidente do Banco Central. O projeto ganhou o apoio de outros órgãos governamentais e gigantes petrolíferas estatais, disseram funcionários do setor.
"Se der certo... nós estamos falando de um possível faturamento diário de bilhões de dólares", disse um oficial sênior da indústria com conhecimento direto sobre o plano.
A bolsa se futuros de Xangai (SHFE) sediaria o contrato e tentaria estabelecê-lo como uma referência para a precificação regional de petróleo. Oficiais de câmbio visitaram Londres, Nova York e Cingapura no início deste ano em sessões itinerantes,e no mês passado foram a Riad.
"Eu apoio total e fortemente", disse Cai Xiyou, vice-presidente da Sinopec Corp responsável por marketing e comercialização, à Reuters no mês passado. "A chave é desenvolver o produto certo para atrair investidores de todo o mundo a participar."
A SHFE está aguardando a aprovação final de Pequim para lançar o contrato que pode sair após março, quando os novos líderes chineses assumem o poder.
Um lançamento bem sucedido pode abrir caminhos para a abertura de outros futuros de commodities chinesas a mais investimentos estrangeiros como o cobre e o zinco.
Fonte: Reuters

Setor Naval: 2012 fecha com 62 mil empregos

Confirmou o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha. Conforme o executivo, até 2917 esse número pode alcançar 100 mil postos de trabalho
 
Brasil - A indústria naval brasileira fecha o ano de 2012 com 367 projetos em carteira, gerando 62 mil empregos diretos em várias regiões. Isso sem mencionar as novas perspectivas para os próximos 10 anos, cuja geração de empregos, até 2017, poderá pular para 100 mil postos de trabalho, considerando a implantação de nove estaleiros, além da emanda de pessoal dos estaleiros atuais, conforme disse o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha.
 
O setor, segundo ele, apresenta uma distribuição em pólos de construção naval regionais e cumpre seu papel na criação de uma nova categoria profissional, proporciona integração entre instituições de ensino e pesquisa e empresas. E frisou que o setor cumpre uma política de Estado de geração de empregos, formação de recursos humanos e aumento do conteúdo local a navios e plataformas.
"São empregos de qualidade, bem remunerados, com possibilidade de avanço na profissão, amparados nas normas de segurança e saúde do trabalho da NR-34, desenvolvida por comissão tripartite formada por trabalhadores, estaleiros e técnicos do Ministério do Trabalho e Emprego".
Para o executivo, um amplo programa de formação de recursos humanos, desenvolvido ao longo dos anos, está atuante envolvendo universidades, escolas técnicas e governos federal, estadual e municipal, em diversos pólos navais regionais (Amazonas; Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). A carteira de encomendas dos estaleiros brasileiros representa 8% do total da construção naval internacional. O Brasil é destaque nas estatísticas mundiais na construção de plataformas e sondas de perfuração.
Uma demanda identificada até 2020, nas encomendas da Petrobras, diz, atrai investimento de grandes empresas locais e internacionais. Entre as 1000 maiores empresas instaladas no Brasil 30 participam da atividade de construção naval, 13 são acionistas de estaleiros e 17 são fornecedoras.
Fundo de Marinha Mercante (FMM)
Os desembolsos do Fundo de Marinha Mercante (FMM), segundo a Controladoria Geral da União (CGU - Portal da Transparência), até novembro de 2012 representaram R$ 2,924 bilhão, confirmando a expectativa de desembolsos superiores a R$ 3 bilhões, ao final de 2012. Os desembolsos através dos agentes financeiros com recursos do FMM, desde 2001, somam R$ 16,8 bilhões.
Os estaleiros brasileiros têm em sua carteira de encomendas 367 obras de construção naval e offshore. Os destaques são as unidades de maior valor agregado: a construção e integração de 20 plataformas de petróleo e seus módulos de produção; 28 sondas de perfuração; 70 navios de apoio marítimo; os 66 navios petroleiros (incluindo produtos e bunker); e 15 navios gaseiros.
Para Rocha, as obras do segmento de transporte fluvial deverão se ampliar nos próximos anos, em função da prioridade logística que reconhece a importância desse modal. Permanecem tímidas, no entanto, para as dimensões do nosso mercado, as encomendas de navios graneleiros e porta contêineres.
Navios petroleiros do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro), plataformas de produção de petróleo e sondas de perfuração têm seu cronograma de construção definido, com datas de entregas previstas.
Os estaleiros brasileiros estão construindo 20 plataformas de produção de petróleo, das quais 14 inteiramente construídas no país. Seis cascos foram convertidos em estaleiros internacionais.
Os novos estaleiros em implantação aumentam em 70% a capacidade de processamento de aço do setor, representam investimentos no valor de R$ 8,7 bilhões, com previsão de gerar 24.700 novos empregos.
Já o aumento do conteúdo local nos fornecimentos a navios e plataformas offshore é uma prioridade da entidade desde 2008. Em 2011 o Sinaval realizou o I Fórum de Conteúdo Local.
"É uma política de Estado. Estão envolvidos neste esforço o Ministério da Fazenda (Caixa e BB); o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (ABDI e BNDES); o Ministério das Minas e Energia (Petrobras e Prominp); Ministério dos Transportes (Fundo da Marinha Mercante - FMM); Ministério da Ciência e Tecnologia (FINEP); instituições da iniciativa privada (ONIP, SOBENA, SINAVAL, SYNDARMA) e instituições de ensino e pesquisa (CEENO, UFRJ-Coppe, USP, UFPE e FURGS)".
 
Da Redação

Governo vê como inevitável derrota no caso dos royalties


Segundo assessores presidenciais, o governo não irá criar uma
 
Brasília (DF) - Integrantes do Palácio do Planalto veem como inevitável a derrubada pelo Congresso do veto que a presidente Dilma Rousseff fez à nova regra de distribuição das receitas de exploração do petróleo nos campos já licitados.
Em visita oficial à Rússia, Dilma afirmou ontem que "não há mais o que fazer" para impedir a derrubada do veto, que deve ir a voto no Congresso na terça-feira.
"Eu já fiz todos os pleitos. O maior é vetar. Eu não tenho mais o que fazer. Não tem nenhum gesto mais forte do que o veto. Eu não vou impedir que ninguém vote de acordo com sua consciência", afirmou a presidente.
A polêmica em torno do tema começou quando o Congresso aprovou neste ano lei definindo que os royalties do petróleo, mesmo em locais já em exploração, seriam divididos de maneira mais igualitária do que ocorre hoje entre os Estados produtores e os não produtores.
Após uma pressão capitaneada entre outros pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), Dilma vetou esse ponto da lei.
Apesar de dizer ontem que não vai mobilizar sua base, a presidente voltou a defender sua medida.
"Eu acredito que minha decisão foi justa diante da legislação. A legislação diz claramente que não pode descumprir contratos [dos locais já em exploração]."
Se o veto for derrubado, o Planalto sofrerá uma derrota política. Já Estados produtores, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, perderão bilhões. Só o Rio, segundo cálculos de seu governo, deixará de ganhar R$ 4,5 bilhões em receita em 2013 e R$ 116 bilhões até 2030.
Se as previsões se confirmarem, esse será o primeiro veto a cair desde 2005. De 88 até hoje, apenas 25 de centenas de vetos foram derrubados pelo Congresso.
Para que isso ocorra, é necessário o apoio, em votação secreta, de pelo menos 257 dos 513 deputados e 41 dos 81 senadores --a sessão é conjunta entre Câmara e Senado.
Em votação nesta semana, 408 congressistas foram favoráveis ao requerimento que estabeleceu prioridade ao tema, o que o possibilitou furar a fila de mais de 3.000 vetos que aguardam análise dos congressistas.
Fonte: Folha de SP