terça-feira, outubro 09, 2012

Subsídio ao consumo da classe média prejudica Petrobras, diz FT

Jornal britânico destacou os efeitos da depreciação do real no crescente nível de endividamento externo da Petrobras e criticou as restrições ao investimento externo no setor petrolífero brasileiro

Reino Unido - O jornal britânico Financial Times (FT) criticou as influências políticas na estatal brasileira Petrobras em uma reportagem publicada nesta segunda-feira e culpou os subsídios ao consumo de combustível pela classe média do País pelos problemas financeiros da empresa.

As críticas foram feitas na reportagem intitulada "Da favela à mesa de decisões", em que o jornal faz um perfil da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, entrevistada pela jornalista Samantha Pearson no Rio de Janeiro.

"A já antiga política do governo de manter os preços dos combustíveis no mercado doméstico artificialmente baixos forçou a Petrobras a importar petróleo com prejuízo para satisfazer à demanda insaciável da classe média brasileira", afirma o jornal, após classificar a Petrobras como uma das "empresas com pior performance" do setor e enfatizar a queda de 20% das ações da empresa nos últimos dois anos.

O jornal lembra que, em 2006, o governo permitiu um aumento "moderado" dos preços da gasolina e do diesel, mas faz a ressalva de que essa foi a primeira elevação de preços desde 2006. Na entrevista ao Financial Times, Foster teria dito que "faria sentido fazer mais ajustes no tempo certo", embora tenha evitado críticas diretas ao governo.

Na matéria, o jornal britânico também destacou os efeitos da depreciação do real no crescente nível de endividamento externo da Petrobras e criticou as restrições ao investimento externo no setor petrolífero brasileiro.

"Uma regulamentação complexa sobre a distribuição de lucros do petróleo reduziu o ritmo das atividades de exploração e as restrições duras à contratação de companhias estrangeiras têm sido responsabilizadas por altas recentes nos custos da empresa", diz o FT.

Trajetória

Em junho, no primeiro plano de negócios (2011-2012) divulgado sob a gestão de Foster, a Petrobras revisou suas metas de expansão, reduzindo em 700 mil barris de petróleo por dia a estimativa de aumento na produção até 2020.

Foster assumiu a presidência da empresa em fevereiro e justificou o ajuste dizendo que era preciso adotar metas mais pragmáticas e "realistas", que possam ser cumpridas e cobradas no futuro.

Nascida em Minas Gerais, ela se mudou com a família para o Rio de Janeiro quando ainda era criança e foi viver no Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, onde catava latas para pagar por seus livros escolares.

Formada em engenharia química, Foster entrou na Petrobras em 1978 como estagiária. Segundo o Financial Times, a história da executiva "ecoa" a ascensão de Luiz Inácio Lula da Silva e a trajetória de 40 milhões de brasileiros que cruzaram a linha de pobreza na última década.

Fonte: Portal IG

Eólica da Dinamarca avança no CE

Com 17 projetos firmados no Estado, empresa EU Montage acumula avanço de 283% neste ano

Fortaleza (CE) - Entre 2011 e 2012, a dinamarquesa EU Montage South America, montadora de turbinas de energia eólica com sede sul-americana em Fortaleza, acumulou crescimento de 283%. O incremento se deve à expansão do número de projetos fechados pelo escritório cearense. Até agosto de 2012, já foram firmados 17 projetos em parceria com as principais empresas de equipamentos do setor - 11 a mais do que no ano passado quando foram consolidados seis projetos.

Em dinheiro, o volume de negócios fechados no período de 2009 a 2011 só na região Nordeste somou R$ 12,9 milhões, sendo R$ 6,9 milhões relativos a projetos desenvolvidos no Ceará. De acordo com o gerente comercial da EU Montage, Ricardo do Couto, os principais projetos eólicos da montadora continuam sendo executados na Região Nordeste. No Ceará, a empresa possui projetos em Canoa Quebrada, Camocim e Aracati. A montagem de turbinas eólicas ocorre também no Rio Grande do Norte e Bahia, além do Rio Grande do Sul e Pará.

Fortaleza é peça chave

Segundo Couto, a escolha de Fortaleza para sediar o escritório da dinamarquesa foi estratégica devido a localização geográfica e ao potencial do mercado. "Decidimos colocar nossa filial em Fortaleza por questões estratégicas, já que diversos projetos eólicos estão no Nordeste. Essa filial ainda é responsável por atender toda a América do Sul", observa.

Há cinco anos instalada no Brasil, a EU Montage é especializada em mão-de-obra qualificada para o setor de energia e já prestou serviços para cerca de 50 projetos eólicos no País. E a perspectiva é continuar ampliando a participação no mercado. "Nossa expectativa para o Brasil é fechar 2012 com um volume de negócios em torno de US$ 10 milhões/ano", projeta. Em relação ao faturamento global, a empresa prevê para este ano atingir a cifra de US$ 30 milhões, sendo que o mercado brasileiro deve responder por cerca de 30% do total. Em 2012, a EU Montage também ampliou o número de funcionários em 40%.

Atualmente, a empresa conta com 120 empregados, sendo a maioria de brasileiros. Seus profissionais são capacitados para instalação, supervisão, operação, manutenção e comissionamento em projetos de energia eólica onshore e offshore. Além de trabalhar com energia eólica - seu foco prioritário, a EU Montage atua também no mercado mundial nos segmentos de Óleo e Gás, energia solar, termelétricas e turbinas a gás.

Fonte: Diário do Nordeste