quarta-feira, janeiro 02, 2013

Estaleiros estudam criar centro de tecnologia

Mendonça, presidente da Abenave: Para aumentar a competitividade do setor, é preciso investir em pesquisa e inovação
 
Rio de Janeiro (RJ) - Os grandes estaleiros nacionais e a cadeia de fornecedores da indústria de petróleo e gás estão defendendo a criação de um centro de tecnologia para a indústria naval e offshore no país. A proposta busca melhorar processos internos dos estaleiros e, dessa forma, aumentar a produtividade das empresas. "Para aumentar a competitividade do setor, é preciso investir em pesquisa e inovação", disse Augusto Mendonça, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenave).
A entidade representa os estaleiros e fornecedores de bens e serviços da indústria de petróleo e gás nas discussões sobre o tema. Mendonça disse que o projeto de criação do centro de tecnologia será discutido em janeiro em reunião de conselho do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Prominp). No encontro, deve se discutir a elaboração do projeto para a criação do centro. O Prominp tem o objetivo de aumentar a participação dos fornecedores de bens e serviços brasileiros nos projetos de petróleo e gás no Brasil e no exterior.
Mendonça disse que o valor do investimento no centro não está dimensionado até porque, em um primeiro momento, é possível que o centro, se de fato for implementado, não tenha instalações físicas próprias. "Usaríamos instalações de universidades." Nessa fase inicial, portanto, o centro se encarregaria de fazer a gestão de projetos que seriam desenvolvidos com recursos não-reembolsáveis, disse Mendonça.
Um dos pleitos da Abenav para tornar o projeto viável é que parte dos recursos do fundo setorial CT-Aquaviário, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), seja repassado para o centro de tecnologia da indústria naval e offshore. Esse fundo setorial fomenta projetos de pesquisa no setor de transporte aquaviário e de construção naval, mas, segundo Mendonça, muitas vezes os recursos são contingenciados. Procurado, o MCTI não se pronunciou.
A discussão sobre a criação de um centro de tecnologia para a construção naval é antiga, mas sempre esbarrou na falta de recursos, segundo Mendonça. Se desta vez o projeto evoluir, o papel do centro, segundo ele, será definir uma agenda tecnológica com universidades, empresas e governo e, a partir dessa agenda, desenvolver os projetos de pesquisa de construção naval e offshore.
Fonte: Valor Econômico