Este novo tipo de plataforma de perfuração desenvolvido pela Royal Dutch
Shell para ajudar a extrair petróleo de profundidades oceânicas antes
inacessíveis não se parece em nada com plataformas convencionais.
Equipada com uma nova geração de tecnologias digitais, a Noble Bully 1 - um monstro de 30.270 toneladas do tamanho de dois campos de futebol - pode guiar uma broca de 21,5 polegadas milhares de metros abaixo da superfície da água para o centro de um alvo de cerca de um metro quadrado.
O desenho da plataforma ajuda a Shell a perfurar poços mais rapidamente, com mais segurança e a um custo mais baixo do que jamais ocorreu anteriormente e é parte de uma revolução tecnológica que está impulsionando o "boom" de petróleo e gás da América do Norte, aumentando a independência energética do continente.
Essas novas tecnologias não eliminaram todos os desafios da Shell. Quarta-feira, a companhia estava se debatendo para resgatar uma plataforma de perfuração que ficou à deriva na semana passada em águas agitadas da costa do Estado americano do Alasca.
Mas inovações em informática, inclusive novas e poderosas ferramentas de imagens e de análises preditivas, estão tornando possível para empresas como Shell, BP e Chevron mapear e explorar campos de petróleo e gás antes inacessíveis, em formações rochosas e xisto, ou enterrados muito abaixo do fundo do mar e protegidos por grossas camadas de sal.
"Desde que eu comecei, a água tem ficado mais profunda, os poços têm ficado mais fundos e a tecnologia tem ficado muito mais desafiadora", diz David Loeb, gerente de operações de águas profundas da Shell no Golfo do México, que ingressou na companhia em 1975.
Cerca de dois metros mais estreita e de 60 a 70 metros mais curta que plataformas marítimas convencionais, a Noble Bully 1 pode operar em profundidades de 50 a 2,5 mil metros de água - e até 3,5 quilômetros, com alguns reforços de segurança. A Shell afirma que pode perfurar até 12 quilômetros abaixo do fundo do mar. Uma outra plataforma que usa o mesmo desenho, a Noble Bully 2, opera no litoral do Brasil.
A Shell afirma que ainda não teve nenhum grande vazamento em mais de 30 anos de perfuração em águas profundas, mas na terça-feira anunciou que uma de suas plataformas de perfuração, a Kulluk, bateu numa ilha cerca de 500 quilômetros a sudoeste de Anchorage, Alasca.
Não houve relatos de feridos ou de vazamento, enquanto a Shell e a Guarda Costeira americana começaram operações de salvamento, mas o acidente deu munição para críticos da perfuração no Alasca, que dizem que o clima rigoroso e o isolamento da região torna as chances de vazamentos e de lesões em trabalhadores altas demais.
A principal distinção da Noble Bully 1 é sua torre branca totalmente fechada, que substitui a estrutura de grua aberta que tem sido usada em plataformas de petróleo há gerações e parece uma versão menor da Torre Eiffel. A torre fechada envolve dois guindastes - um para perfuração ativa e o outra para unir tubos de 12 metros para criar tubos de perfuração que vão da plataforma para dentro da terra, quilômetros abaixo.
Embora menor, a Bully, segundo a Shell, tem tanta potência de indução e capacidade de armazenagem quanto plataformas de perfuração convencionais.
A tecnologia da Bully - que inclui GPS embutido, sensores de vento, sensores de movimento, bússolas, um sistema hidráulico e motores de propulsão controlados por computador no fundo da embarcação - permite à Shell perfurar poços com mais precisão.
Loeb ajudou a conceber e agora administra a Bully, que foi desenvolvida pela Shell e pela Frontier Drilling, hoje pertencente à Noble Corp.
Esse é um momento importante na história da perfuração em águas profundas. A Shell fez a primeira descoberta em águas profundas na região em 1975. E a área foi palco do vazamento da Deepwater Horizon, no campo Macondo. A Horizon explodiu e afundou em 2010, matando 11 pessoas e causando danos econômicos e ambientais catastróficos à região.
A Noble Bully 1 é operada pela Noble, que tem a Shell entre seus acionistas. A embarcação está perfurando poços para uma nova plataforma, a se chamar Olympus, que vai prover a infraestrutura de superfície para dois desenvolvimentos de águas profundas, a West Boreas e a Sout Deimos. A Olympus vai ser uma plataforma de pernas tensionadas, um tipo que flutua no mar como uma rolha, amarrada com cabos ao fundo do oceano.
O projeto, conhecido como B Mars, tem contado totalmente com nova tecnologia. A Shell explorou a área em 2007, usando um novo tipo de tecnologia sísmica chamada sensoriamento remoto do fundo do mar, que substituiu cabos fixos equipados com dispositivos de escuta submarina por cabos móveis mais leves, mais próximos do piso do Golfo. Outras empresas também usam a tecnologia, informou a Shell.
Os novos sensores captam mais dados que seus antecessores de explosões sônicas enviadas por uma plataforma de exploração.
Em seguida, os cientistas da Shell trabalham em terra para analisar os dados com inteligência artificial que a própria empresa desenvolveu e produzem mapas em três e quatro dimensões dos depósitos de petróleo, utilizando chips de computador semelhantes aos encontrados em videogames avançados, e apresentam os mapas para a tripulação.
A plataforma também tem submarinos não tripulados, equipados com braços robóticos e câmeras de vídeo de alta definição que, se necessário, podem ser dirigidos para a operação de perfuração no fundo do oceano.
A Noble opera a plataforma de perfuração altamente automatizada, com 160 trabalhadores - 40% menos do que o exigido por uma plataforma de perfuração tradicional. A economia com pessoal reduz os custos operacionais e melhora a segurança, já que diminui o número de pessoas na zona de perfuração. A plataforma menor também contém menos aço e usa menos combustível do que os modelos mais convencionais.
A Shell informa que nunca teve um grande vazamento em mais de 30 anos de perfuração em águas profundas, mas a segurança é um tópico quase constante nas conversas a bordo do Bully, onde qualquer pessoa, mesmo visitantes, tem a autoridade para parar as atividades caso ache que algo está errado, diz um dos diretores da plataforma.
Equipada com uma nova geração de tecnologias digitais, a Noble Bully 1 - um monstro de 30.270 toneladas do tamanho de dois campos de futebol - pode guiar uma broca de 21,5 polegadas milhares de metros abaixo da superfície da água para o centro de um alvo de cerca de um metro quadrado.
O desenho da plataforma ajuda a Shell a perfurar poços mais rapidamente, com mais segurança e a um custo mais baixo do que jamais ocorreu anteriormente e é parte de uma revolução tecnológica que está impulsionando o "boom" de petróleo e gás da América do Norte, aumentando a independência energética do continente.
Essas novas tecnologias não eliminaram todos os desafios da Shell. Quarta-feira, a companhia estava se debatendo para resgatar uma plataforma de perfuração que ficou à deriva na semana passada em águas agitadas da costa do Estado americano do Alasca.
Mas inovações em informática, inclusive novas e poderosas ferramentas de imagens e de análises preditivas, estão tornando possível para empresas como Shell, BP e Chevron mapear e explorar campos de petróleo e gás antes inacessíveis, em formações rochosas e xisto, ou enterrados muito abaixo do fundo do mar e protegidos por grossas camadas de sal.
"Desde que eu comecei, a água tem ficado mais profunda, os poços têm ficado mais fundos e a tecnologia tem ficado muito mais desafiadora", diz David Loeb, gerente de operações de águas profundas da Shell no Golfo do México, que ingressou na companhia em 1975.
Cerca de dois metros mais estreita e de 60 a 70 metros mais curta que plataformas marítimas convencionais, a Noble Bully 1 pode operar em profundidades de 50 a 2,5 mil metros de água - e até 3,5 quilômetros, com alguns reforços de segurança. A Shell afirma que pode perfurar até 12 quilômetros abaixo do fundo do mar. Uma outra plataforma que usa o mesmo desenho, a Noble Bully 2, opera no litoral do Brasil.
A Shell afirma que ainda não teve nenhum grande vazamento em mais de 30 anos de perfuração em águas profundas, mas na terça-feira anunciou que uma de suas plataformas de perfuração, a Kulluk, bateu numa ilha cerca de 500 quilômetros a sudoeste de Anchorage, Alasca.
Não houve relatos de feridos ou de vazamento, enquanto a Shell e a Guarda Costeira americana começaram operações de salvamento, mas o acidente deu munição para críticos da perfuração no Alasca, que dizem que o clima rigoroso e o isolamento da região torna as chances de vazamentos e de lesões em trabalhadores altas demais.
A principal distinção da Noble Bully 1 é sua torre branca totalmente fechada, que substitui a estrutura de grua aberta que tem sido usada em plataformas de petróleo há gerações e parece uma versão menor da Torre Eiffel. A torre fechada envolve dois guindastes - um para perfuração ativa e o outra para unir tubos de 12 metros para criar tubos de perfuração que vão da plataforma para dentro da terra, quilômetros abaixo.
Embora menor, a Bully, segundo a Shell, tem tanta potência de indução e capacidade de armazenagem quanto plataformas de perfuração convencionais.
A tecnologia da Bully - que inclui GPS embutido, sensores de vento, sensores de movimento, bússolas, um sistema hidráulico e motores de propulsão controlados por computador no fundo da embarcação - permite à Shell perfurar poços com mais precisão.
Loeb ajudou a conceber e agora administra a Bully, que foi desenvolvida pela Shell e pela Frontier Drilling, hoje pertencente à Noble Corp.
Esse é um momento importante na história da perfuração em águas profundas. A Shell fez a primeira descoberta em águas profundas na região em 1975. E a área foi palco do vazamento da Deepwater Horizon, no campo Macondo. A Horizon explodiu e afundou em 2010, matando 11 pessoas e causando danos econômicos e ambientais catastróficos à região.
A Noble Bully 1 é operada pela Noble, que tem a Shell entre seus acionistas. A embarcação está perfurando poços para uma nova plataforma, a se chamar Olympus, que vai prover a infraestrutura de superfície para dois desenvolvimentos de águas profundas, a West Boreas e a Sout Deimos. A Olympus vai ser uma plataforma de pernas tensionadas, um tipo que flutua no mar como uma rolha, amarrada com cabos ao fundo do oceano.
O projeto, conhecido como B Mars, tem contado totalmente com nova tecnologia. A Shell explorou a área em 2007, usando um novo tipo de tecnologia sísmica chamada sensoriamento remoto do fundo do mar, que substituiu cabos fixos equipados com dispositivos de escuta submarina por cabos móveis mais leves, mais próximos do piso do Golfo. Outras empresas também usam a tecnologia, informou a Shell.
Os novos sensores captam mais dados que seus antecessores de explosões sônicas enviadas por uma plataforma de exploração.
Em seguida, os cientistas da Shell trabalham em terra para analisar os dados com inteligência artificial que a própria empresa desenvolveu e produzem mapas em três e quatro dimensões dos depósitos de petróleo, utilizando chips de computador semelhantes aos encontrados em videogames avançados, e apresentam os mapas para a tripulação.
A plataforma também tem submarinos não tripulados, equipados com braços robóticos e câmeras de vídeo de alta definição que, se necessário, podem ser dirigidos para a operação de perfuração no fundo do oceano.
A Noble opera a plataforma de perfuração altamente automatizada, com 160 trabalhadores - 40% menos do que o exigido por uma plataforma de perfuração tradicional. A economia com pessoal reduz os custos operacionais e melhora a segurança, já que diminui o número de pessoas na zona de perfuração. A plataforma menor também contém menos aço e usa menos combustível do que os modelos mais convencionais.
A Shell informa que nunca teve um grande vazamento em mais de 30 anos de perfuração em águas profundas, mas a segurança é um tópico quase constante nas conversas a bordo do Bully, onde qualquer pessoa, mesmo visitantes, tem a autoridade para parar as atividades caso ache que algo está errado, diz um dos diretores da plataforma.