domingo, fevereiro 12, 2012

Petrobras fecha licitação recorde de US$ 76 bi


Em uma das maiores licitações realizadas no mundo, a Petrobras contratou 26 sondas de perfuração por um valor da ordem de US$ 76 bilhões, com o objetivo de impulsionar a exploração do petróleo no Brasil, especialmente as gigantes reservas do pré-sal. “Nunca nenhuma empresa contratou esse número de sondas de uma vez”, afirmou uma fonte da estatal nesta quinta-feira, após a reunião do Conselho de Administração que definiu a concorrência.

Segundo a fonte, agências de crédito dos Estados Unidos e da Noruega financiarão parte do valor necessário para a construção das unidades de perfuração, já que exportarão equipamentos que serão usados na sua fabricação, antecipou a fonte da Petrobras. O maior financiador das encomendas será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), acrescentou. Os empréstimos deverão ser feitos pelas empresas que venceram a concorrência.

Os contratos da encomenda bilionária serão divididos entre as duas empresas que disputavam a licitação: a Sete Brasil, constituída por fundos de pensão e bancos de investimento, e que conta com capital de 10% da própria Petrobras, e a Ocean Rig do Brasil, ligada ao empresário German Efromovich.

A Sete Brasil terá contrato de afretamento de 21 unidades de perfuração pela taxa média diária de US$ 530 mil, enquanto a Ocean, de cinco unidades, com taxa diária média de US$ 548 mil.

Inicialmente, a estatal contrataria 21 unidades de perfuração, mas aumentou o número “em função das condições apresentadas pelas empresas e a demanda existente para o desenvolvimento dos projetos futuros”, conforme justificou em comunicado. Os contratos entre a Petrobras e as duas empresas terão prazo de 15 anos, informou a empresa.

As sondas fazem parte do plano da Petrobras de fomentar a indústria naval do País e garantir equipamentos para a exploração do pré-sal. O conteúdo nacional das sondas previsto nos contratos varia entre 55% e 65%, informou a Petrobras. O prazo de entrega é varia de 4 a 7,5 anos.

“A implementação do projeto considera a construção de novos estaleiros no País, além da utilização da infraestrutura já existente”, disse a estatal em nota. O pacote inicial previa a construção de 28 sondas no País, das quais sete unidades já foram contratadas junto à Sete Brasil e devem ser construídas no estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, controlado pelas construtoras Camargo Correa e Queiroz Galvão, além da sul-coreana Samsung.

Ou seja, com a contratação das 26 anunciada nesta quinta-feira, o pacote sobe para 33 sondas. A grande licitação ocorre num momento em que a produção da Petrobras está praticamente estagnada. Um dos argumentos da companhia para explicar por que a meta de produção de petróleo não foi cumprida em 2011 é a dificuldade de conseguir equipamentos no mercado internacional.

Nesta quinta-feira, a Petrobras divulgou uma queda de mais de 50 por cento no lucro do quarto trimestre, e analistas avaliam que o fato de a produção não ter crescido muito durante 2011 pode ter colaborado negativamente para o resultado.

Contratos
Os contratos preveem a possibilidade de redução de preços, dependendo das condições de financiamento oferecidas pelo BNDES aos equipamentos de perfuração. “A expectativa é que as taxas diárias médias possam ser reduzidas para os valores de até US$ 500 mil no contrato com a Sete Brasil e US$ 535 mil no contrato com a Ocean Rig. Esses valores podem ainda ser reduzidos caso as partes identifiquem e acordem mecanismos para redução de custos”, afirmou a companhia.

Fonte: Reuters News

OGX nega ter sido favorecida pelo governo no pré-sal


A OGX, companhia brasileira do setor de petróleo e gás natural, nega ter sido favorecida no processo de aquisição de blocos de exploração de petróleo na região do pré-sal em 2007.

O diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo Ildo Sauer, que de 2003 a 2007 foi diretor de Gás e Energia da Petrobras e participou das decisões que levaram à descoberta do pré-sal, disse no programa Sustentabilidade (clique aqui para ver o programa na íntegra) que com a descoberta do pré-sal, o governo chegou a anunciar que suspenderia os leilões, voltando atrás logo em seguida.

Sauer lembrou, que paralelamente, Eike fazia um movimento para montar sua empresa, tendo como consultores os ex-ministros José Dirceu, Pedro Malan, Rodolpho Tourinho. E, esse movimento, incluía a transferência do diretor de exploração da Petrobras e de 15 técnicos da área para sua nova empresa.

Sobre a afirmação de Sauer de que Pedro Malan teria atuado como consultor de Eike Batista na montagem da empresa OGX, o ex-ministro Malan afirma: "No que diz respeito ao uso de meu nome, o sr. Ildo Sauer está mal informado, ou movido por propósito que desconheço. As duas referências ao meu nome que aparecem no texto a que tive acesso, são simplesmente inverídicas. E desafio o sr. Ildo Sauer a provar o contrario."

Segundo o professor da USP, a OGX arrematou blocos no pré-sal por R$ 1,5 bilhão e, em seguida, negociou 38% do ativo de sua empresa, "equipe proveniente da Petrobras e blocos", por R$ 6,7 bilhões.

Confira a seguir a íntegra da nota da OGX enviada ao Sustentabilidade pela assessoria da empresa:

A OGX, empresa brasileira do setor de petróleo e gás natural pertencente ao Grupo EBX, repudia toda e qualquer insinuação de que tenha sido favorecida no processo de aquisição de suas concessões na 9ª Rodada de Licitações da ANP, ocorrida no final em 2007.

Tal tipo de maledicência denota total desconhecimento da legislação que rege o setor petrolífero no Brasil.

No leilão da 9ª Rodada, aberto e transparente, do qual os blocos do pré-sal foram retirados por decisão do CNPE, a empresa adquiriu os direitos de exploração em 21 blocos marítimos, tendo posteriormente adquirido outros 14 por meio de negociações, diretas, com empresas do setor.

A verdade é que nunca, na história do País, uma empresa privada ousou assumir tantos riscos na indústria do petróleo como a OGX.

Não passa de leviana, portanto, a alusão de que a empresa teria tido acesso a informações privilegiadas, já que todos os dados referentes aos blocos ofertados no leilão foram tornados públicos pela ANP na ocasião, garantindo isonomia no acesso às informações técnicas a todas as empresas interessadas.

Vale acrescentar, finalmente, que não houve qualquer espécie de articulação institucional ou política de ex-ministros de qualquer governo na aquisição desses blocos. Os ministros mencionados - particularmente Pedro Malan e Rodolpho Tourinho - não eram consultores e não tinham qualquer outra espécie de relação com a OGX quando da sua criação e participação na 9ª Rodada de Licitações da ANP, tendo sido eleitos para o Conselho de Administração da OGX muito tempo depois, mais especificamente em maio de 2008.

Fonte: http://invertia.terra.com.br/