sexta-feira, novembro 04, 2011

Investimentos do pré-sal para 2013 devem ir para pequenas e médias empresas


O investimento visa acabar com os principais gargalos do setor como baixa capacitação profissional, falta de qualidade e eficiência de fornecimento de bens e serviços

O setor de pré-sal terá, até 2013, investimentos da ordem de US$ 200 bilhões, dos quais uma parte será dedicado às pequenas e médias empresas (PMEs), é o que afirmou nesta terça-feira (1) o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP , Alencar Burti, durante Seminário Desafio Pensando no Futuro do Pré-Sal, em São Paulo.

Segundo Burti, o investimento às PMEs visa acabar com os principais gargalos do setor como baixa capacitação profissional, falta de qualidade e eficiência de fornecimento de bens e serviços. “As PMEs têm capacidade para produzir todos esses bens e serviços, que vão desde canetas esferográficas a turbinas”, defende.

Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), hoje o setor de petróleo representa 11% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e em 2020 a fatia será de até 23%.

O superintendente da Organização Nacional da Indústria de Petróleo, Alfredo Renault, divulgou que para a próxima década serão investidos US$ 400 bilhões em offshore.

“O pré-sal é um grande desafio e oportunidade para o desenvolvimento da economia brasileira. Com esse setor aumentaremos a capilaridade de serviços, dando repercussão na renda, trabalho e emprego”, apontou.

O secretário de energia do Estado de São Paulo, José Aníbal defendeu investimentos na capacitação profissional para o setor na cidade de São Paulo, por conta de sua maior dedicação estar concentrada no Rio de Janeiro.

“Vamos investir nas Etec [escolas de ensino técnico estadual] para que forme profissionais voltados ao setor”, afirma.

Fonte: Ultimo Instante

Russos compram blocos de exploração no Solimões por US$ 1 bi


O acordo de US$ 1 bilhão que a petroleira brasileira HRT Participações e a anglo-russa TNK-BP divulgaram nesta segunda-feira abre caminho para a companhia estrangeira assumir o controle do negócio no futuro. Em sua estreia no Brasil, a TNK-BP adquiriu 45% de 21 blocos de exploração de petróleo e gás na bacia do Solimões, na Amazônia, transferidos pela HRT.

Após 30 meses da aprovação do negócio pelo órgão regulador brasileiro, a TNK-BP poderá ter direito à operação dos blocos, se optar por adquirir mais 10% do projeto, informou a companhia brasileira. A HRT pretende manter o controle do projeto até a conclusão da fase exploratória dos blocos. A empresa russa assumiria a operação durante as etapas seguintes, de desenvolvimento e produção dos campos.

Mas a empresa brasileira admite que poderá deixar de ser operadora antes de concluir a etapa de exploração de todos os blocos, se não conseguir concluir toda a exploração da área de 48,5 mil km quadrados no prazo de 30 meses após a aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Apetite dos russos
O acordo é o maior investimento estrangeiro já feito pela terceira maior empresa de petróleo da Rússia, uma joint venture entre a britânica BP e um quarteto de bilionáios russos.

De acordo com comunicado da empresa brasileira, o pagamento de US$ 1 bilhão pelos 45% do projeto na Amazônia será feito ao longo de dois anos.

Segundo a HRT, o acordo inclui a possibilidade de pagamentos adicionais por parte da TNK-BP que podem atingir US$ 5 bilhões em um período de dez anos.

Esses pagamentos serão feitos a uma relação de US$ 0,73 por barril no volume que exceder 500 milhões de barris na área de exploração no Solimões.

"O projeto nos dará acesso a significativas novas reservas num dos mercados que mais crescem no mundo", disse o presidente da TNK-BP, Mikhail Fridman, em comunicado.

"A empresa acredita em uma longa e bem-sucedida parceria com a HRT, assim como por novas oportunidades para expandir nossa presença na região", acrescentou.

Stan Polovets, presidente-executivo da AAR, a empresa que formou a joint venture com a BP na Rússia, confirmou que a empreitada nas Américas, começando por Solimões, poderá ser bem maior.


"A TNK-BP não iria vir para o Brasil para participar de apenas um projeto de exploração", afirmou.

"A empresa vai trabalhar no desenvolvimento de sua presença e de seus relacionamentos no Brasil e obviamente fará sentido para a TNK-BP eventualmente alavancar essa presença em termos de oportunidades futuras", acrescentou Polovets, que no entanto disse que o objetivo imediato é se concentrar no projeto com a HRT.

Outro patamar
Os blocos que baseiam a negociação contêm pelo menos 11 acumulações de hidrocarbonetos, que foram avaliadas pela certificadora DeGolyer and MacNaughton em 783 milhões de barris de óleo equivalente em recursos prospectivos e contingentes.

Investidores aguardavam há semanas uma definição sobre o negócio. Comentários sobre um possível cancelamento do acordo chegaram a provocar fortes quedas nas ações da HRT na Bovespa anteriormente, mas a companhia disse na ocasião que as negociações continuavam de pé e que a assinatura do contrato ocorreria em breve.

As ações HRT fecharam em alta nesta segunda-feira, em dia de perdas na Bovespa. A ação da empresa ganhou 3,7% no dia, enquanto o índice principal da bolsa perdeu 1,9%.

"Para a HRT é um ótimo sinal porque a coloca em outro patamar e mostra sua capacidade de negociar", afirmou o consultor independente Francois Moreau.

Segundo ele, no entanto, há um grande desafio no projeto de exploração de gás na região, que é a logística para transportar o produto.

Para escoar o gás na isolada área, em plena floresta amazônica, a HRT terá de negociar com a Petrobras o compartilhamento do gasoduto construído pela estatal para transportar o gás produzido em Urucu, reserva descoberta pela Petrobras há cerca de 20 anos.

Fonte: http://not.economia.terra.com.br/