Bom, pra começar, LCD significa liquid crystal display, ou display de cristal líquido (novamente, vamos manter as coisas simples). Basicamente, a parte do cristal líquido é um gel que fica em frente a uma luz traseira ou – no caso dos paineis mais antigos como os encontrados em Game Boys até meados de 2003 – um painel refletivo (você se lembra daqueles acessórios tosquinhos de iluminação?). O gel é dividido em um monte de pixels separados que podem ser acesos individualmente. LCDs coloridos são um tanto mais complicados, compostos de subpixels vermelhos, azuis e verdes que se combinam para criar pixels com uma gama completa de cores. Só pra dar um pouco mais de tecnicalidades, a maior parte dos LCDs por enquanto é do tipo thin-film transistor (TFT), então a camada de controle é embutida dentro do próprio painel em vez de ficar pra lateral. Isto proporciona melhor estabilidade de imagem e outros benefícios.
Um dos problemas dos LCDs e o motivo pelo qual as plasmas têm vantagem na exibição de pretos é que a camada de cristal líquido não é opaca, mesmo quando todos os pixels estão fechados. Na maior parte dos LCDs, a luz traseira brilhante fica ligada quando a TV está ligada, assim isso sempre atravessará pelo menos um pouco. Os LCDs com iluminação traseira por LED conseguem acender apenas uma parte do painel em vez da coisa toda, deste modo minimizando o problema.
Além da iluminação traseira “dinâmica” descrita acima, a tecnologia de LCD está constantemente melhorando o seu contraste por meio de diversos esquemas cada vez mais malucos envolvendo distorção de pixels e outras técnicas de bloqueio de luz.
O outro problema notório do LCD é o borrão em movimentos. Se você comprou algum monitor LCD nos últimos anos, você notará que os tempos de resposta anunciados caíram vertiginosamente, chegando a apenas 2ms em alguns monitores mais voltados para jogos e 6ms nas boas e velhas TVs, então há menos borrões nas imagens. Os LCDs também podem reduzir ainda mais o borrão de movimento ao processar a imagem: LCDs high-end usam tecnologia 120Hz para essencialmente dobrar o framerate do vídeo origem, enganando o olho e fazendo com que ele “enxergue” menos borrão.
Alguns LCDs de 120Hz obtêm isso ao exibir um quadro preto de “descanso”, mas outros aparelhos amalgamam dois quadros em uma terceira imagem central que fica em algum ponto entre o quadro original e o outro. Como você deve ter suspeitado, isto pode resultar em uma super suavidade bizarra objetada por alguns críticos.
Outros motivos pelos quais fanáticos por home theaters escolhem plasma em detrimento de LCD em amplas demonstrações são que o LCD naturalmente produz uma imagem menos uniforme e não pode ser enxergada tão bem (em cor ou brilho ou ambos) em ângulos muito laterais. Os LCDs conseguem gerar excelentes imagens e ficarão cada vez melhores (iluminação traseira por LED é o que há! Leiam amanhã), mas em aparelhos de 42” e maiores, eles simplesmente não chegam aos pés de uma plasma, mesmo considerando o fato de o seu preço menor ter feito com que as suas vendas fossem estupendamente maiores no front das HDTVs.
A Sony, que nos oferece a Bravia LCD e não vende aparelhos de plasma há anos, está dando sinais de que logo focarão bastante é na tecnologia OLED. As OLEDs basicamente fazem com que tanto as TVs de LCD quanto as de plasma pareçam ser bem ruinzinhas. Elas ainda custam um bilhão de dólares e estão a alguns de anos de nós, mas o dia das OLEDs chegará.