quarta-feira, janeiro 18, 2012

IBP comemora sinal de Lobão para 11ª rodada de petróleo


Depois de sucessivos adiamentos, o setor de petróleo recebeu com expectativa, mas sem euforia, a declaração do ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, de que a presidente Dilma Rousseff deve autorizar nas próximas semanas a realização da 11ª rodada de licitações para exploração de petróleo.

O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos De Luca, que representa as empresas, comemorou a sinalização do ministro. "A notícia é extremamente positiva. A realização de uma nova rodada é um pleito da indústria há três anos, portanto, recebemos a declaração com grande expectativa", disse o presidente do IBP, João Carlos De Luca.

O IBP mantém sua previsão, feita em dezembro, de que a rodada seja aprovada neste trimestre e realizada até o fim do semestre. A licitação evitaria que a área exploratória do País em concessão recuasse neste ano para seu menor nível histórico, 114 mil quilômetros quadrados, contra os atuais 338 mil quilômetros quadrados. A cada cerca de cinco anos, as empresas que não encontraram recursos precisam devolver as áreas à União. A última rodada foi realizada há quase quatro anos, e sem novas rodadas a área exploratória em concessão tem diminuído no País.

A estimativa inicial da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) é que poderiam ser arrecadados no mínimo R$ 200 milhões com os bônus de assinatura a serem pagos pelas empresas pelos blocos.

A realização da rodada seria possível tecnicamente pois não envolverá áreas do pré-sal e será realizada pelo regime de concessão. Serão licitados 174 blocos (87 em mar, 87 em terra), divididos em 17 setores em nove bacias sedimentares: Barreirinhas, Ceará, Paranaíba, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Potiguar, Recôncavo e Sergipe-Alagoas.

A decisão do governo de realizar a rodada, no entanto, não é fácil politicamente, pois estados não produtores querem rever o regime de concessão dentro da discussão sobre o pré-sal. Áreas do pré-sal, pelo regime de partilha, dependem do fim da votação do novo marco regulatório do petróleo pelo Congresso. Uma votação da lei não é esperada antes das eleições regionais deste ano.

A ANP ainda não recebeu autorização necessária do Conselho Nacional de Política Energética para realizar a licitação. Mesmo depois de autorizada, a rodada levaria mais de três meses para ser organizada e marcada.

Depois do sinal verde, a agência lançará um pré-edital e abrirá o texto para audiência pública antes de fechar o edital definitivo, convocando as empresas para participar do leilão. A etapa de qualificação também prevê um prazo para as empresas apresentarem a documentação e outro para a agência averiguar a papelada.

Segundo estudo do IBP, sem a assinatura de novos contratos neste ano, as áreas em concessão somariam 114,31 mil km2 em dezembro, menos da metade de hoje. A menor área foi registrada em 2004, com 130,25 mil km2 de blocos exploratórios.

Fonte: http://www.dgabc.com.br/

Descoberta do pré-sal incentiva setor de óleo


Grandes empresas vêm para o parque da UFRJ interessadas em desenvolver novas tecnologias para explorar grandes reservas encontradas ao longo da costa do estado
Rio - Com uma área de 350 mil metros quadrados na Ilha do Fundão, o Parque Tecnológico do Rio está ao lado dos principais laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras. Com a descoberta do pré-sal no Brasil e, em especial, no Rio, o local começou a atrair a atenção de grandes empresas nacionais.

O diretor do parque da UFRJ, Maurício Guedes, diz que hoje boa parte das atividades da unidade é voltada para o desenvolvimento de tecnologias que atendam à demanda do óleo e gás. “Mas outras centros de pesquisa também querem se instalar aqui como a L’Oréal e a Siemens”, afirma ele.

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Com sete empresas instaladas, seis selecionadas para entrar no parque este ano e mais cinco em construção, o local totaliza investimentos de cerca de R$ 800 milhões, que serão aplicados até 2014. Trabalham no parque hoje cerca de 800 pessoas e, até 2013, serão cinco mil.

Superintendente de Competitividade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio (Sedeis), Sérgio Teixeira destaca que a instalação de novas empresas trará ainda mais inovação para o município e estado do Rio. Segundo ele, o papel fundamental dessas empresas é desenvolver tecnologia, o que irá atrair ainda mais investimentos.

Teixeira explica que grandes empresas atraem médias, e essas, as pequenas. “O efeito multiplicador é enorme, pois a expertise e o conhecimento não têm fronteira”, diz, assegurando que polos de tecnologia estão sendo estudados para o Grande Rio.

Líder mundial faz testes no Fundão

Líder mundial na fabricação de equipamentos submarinos para a indústria do petróleo, a FMC Technologies inaugurou na segunda-feira, no Parque Tecnológico, o terceiro Centro de Tecnologia da multinacional. Os outros dois ficam nos Estados Unidos e na Noruega.

A unidade ocupa 22 mil metros quadrados, com um enorme pavilhão para testes em escala real. Ali, foi testado o equipamento encomendado pela Petrobras, o SSAO — Separador Submarino Água-Óleo, que já está em fase de testes no campo de Marlim Sul. O local abriga o prédio da Engenharia, onde 300 profissionais desenvolverão projetos e pesquisas de novas tecnologias submarinas.

Seis novas empresas no Parque Tecnológico

Em 2012, seis novas empresas vão se instalar no Parque Tecnológico Rio, ao lado de grandes centros de pesquisa. Parte delas saiu da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ.

A PAM Membranas é a primeira empresa brasileira a fabricar membranas de microfiltração, tecnologia de ponta para o reuso da água. “Também pode ser usada como sistema de filtragem para cerveja, retendo mais micro-organismos”, diz o fundador da empresa, Ronaldo Nóbrega.

Outra que se instalará no parque é a Ambidados, empresa surgida no Laboratório de Instrumentação Oceânica da UFRJ. Ela oferece serviços e produtos para a indústria de petróleo e gás. “O nosso foco é o monitoramento ambiental”, explica o engenheiro eletrônico Eduardo Almeida D’Azevedo.

Produto nacional enfrenta concorrentes

Especializada em instalações submarinas em águas rasas (até 30 metros da lâmina do mar), a carioca Lestcon Engenharia desenvolveu um equipamento com tecnologia inteiramente nacional para atender ao mercado e competir em iguais condições com as concorrentes multinacionais. A empresa investiu R$ 5 milhões para construir um ROV (equipamento submarino) apropriado para o enterramento de dutos.

Maurício Lamenza, um dos donos da Lestcon, conta que as empresas estrangeiras cobram cerca de US$ 1,2 milhão por quilômetro de duto enterrado com um metro de profundidade. “O nosso equipamento pode ser empregado para o mesmo serviço, com mais produtividade, por cerca da metade do preço”, aponta.

Ele lembra que o equipamento possui o conteúdo nacional necessário para atender às exigências da legislação e do mercado.

Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/