A Petrobras divulgou prejuízo líquido, no segundo trimestre, de R$ 1,346 bilhão, ou US$ 663 milhões, comparado com lucro líquido de R$ 10,943 bilhões no mesmo período de 2011. Isso abalou a Bovespa no início do pregão nesta segunda-feira.
Mas não durou sequer 30 minutos a pressão negativa das ações de Petrobras em cima da Bovespa.
Após a companhia declarar, durante teleconferência, de que os fatores que levaram ao prejuízo de pouco mais de R$ 1 bilhão no trimestre passado não devem ocorrer em outros trimestres, os papéis da Petrobras reduziram consideravelmente a queda, abrindo espaço para que os negócios locais acompanhassem o bom humor dos mercados no exterior.
Pois se fala demais na área dos combustíveis, enquanto o Brasil – via Petrobras – está importando gasolina, etanol e óleo.
Ora, que contraste para quem, há menos de dois anos, alardeava que o pré-sal era a redenção para tudo e todos, que o etanol abasteceria as Américas e o combustível sobraria para o Brasil e para vender no exterior.
Ninguém pode esquecer que a experiência é comparável à moda, pois uma ação que resulta em êxito em um dia poderá ser inaproveitável ou impraticável amanhã, como ocorre com a Petrobras.
Na administração federal, como no Piratini, os governantes devem mais evitar o fracasso do que obter o êxito imediato. O êxito não é senão um estado de espírito. Talvez somente dois, entre mil sábios, definirão o sucesso com as mesmas palavras.
Mas quanto ao fracasso ele é sempre descrito da mesma maneira. O fracasso é a incapacidade de os dirigentes em atingir os seus objetivos ainda em vida ou no seu período de governo, sejam eles quais forem.
A história ensina que a única diferença entre os que falharam e os que obtiveram sucesso está na diferença dos seus bons ou maus hábitos.
Bons hábitos, como gastar menos ou igual ao que se arrecada ou se direcionar o pré-sal para a felicidade de todos e o bem da Nação, são a chave do sucesso. Em consequência, maus hábitos levam ao fracasso.
Cabe aos dirigentes e empresários, as lideranças nos três níveis de governo, trabalharem para que tenhamos menos discursos, promessas e frases de efeito e muito mais obtjetivos concretos sendo alcançados. Na administração pública, deve-se formar bons hábitos e deles se tornar escravos.
O que se verifica são muitos discursos e pouca ação. A Petrobras não está seguindo as regras do mercado e segura os preços para evitar inflação. Sofisma, pois, ao fim, quem paga a diferença é o Tesouro ou os empréstimos que a empresa estatal faz.
Como não há concorrência, jamais se sabe se está certo ou errado. Mas o prejuízo é a prova que não praticamos o livre mercado com fins demagógicos.
Por isso, insistimos, a importação maciça de combustíveis quando era apregoado aos quatro ventos que o País tinha total autossuficiência em gasolina, etanol e óleo. Ora, é inadmissível esta situação que beira ao grotesco.
O fato de ter um apoio popular acima de todos os ex-presidentes, não dá direito à presidente Dilma Rousseff deixar que a Petrobras fique ao leo. Afinal, ela foi secretária e ministra das Minas e Energia, conhece demais os meandros da nossa gigantesca estatal do petróleo.
Fonte: Jornal do Comércio – RS – Editorial