segunda-feira, junho 28, 2010

Nasa explica mudanças na rota da Jabulani


SÃO PAULO – Golaço ou gol contra? A maior polêmica da Copa do Mundo na África do Sul até o momento ainda não tem uma conclusão. Para alguns, a bola oficial do evento, denominada Jabulani (“celebração”, em zulu), representa uma notável evolução do ponto de vista tecnológico. Para outros, o resultado deixou a desejar.


O atacante Luis Fabiano, da Seleção Brasileira, criticou. O goleiro Júlio César chamou de “bola de supermercado”. Fernando Torres, atacante espanhol, também falou mal. Kaká está entre os que elogiaram.
As maiores críticas foram com relação aos movimentos imprevisíveis, promovidos pela resposta aerodinâmica da nova redonda, especialmente nos chutes mais fortes.

Na primeira rodada, com o baixo número de gols, a reclamação foi ainda maior. Mas no fim da primeira fase da Copa, os gols voltaram. Portugal enfiou sete na Coreia do Norte. O próprio Luis Fabiano marcou dois contra a Costa do Marfim.

Para o fabricante, a Adidas, a bola representa um avanço. Mas o próprio presidente da empresa, Herbert Hainer, reconheceu que é preciso um certo tempo para se acostumar com a Jabulani, por ser “mais aerodinâmica e mais rápida”.

Pesquisadores da Nasa, a agência espacial norte-americana, e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), decidiram avaliar o comportamento da Jabulani.
No Centro de Pesquisa Ames da Nasa, na Califórnia, foram feitos testes para comparar a bola com a usada na Copa de 2006 na Alemanha, a Teamgeist (“espírito de equipe”). A Teamgeist, no lugar dos hexágonos costurados das bolas tradicionais, tinha oito painéis fundidos por um processo térmico, que elimina a necessidade de costura, mesmo interna, entre eles. A Jabulani tem 14 painéis e ganhou sulcos aerodinâmicos.

A conclusão da Nasa é que com a Jabulani os jogadores não deverão ter melhor controle do que com a Teamgeist. “É bem óbvio. O que estamos vendo é um efeito knuckle-ball”, disse Rabi Mehta, engenheiro aeroespacial no centro Ames. Knuckle-ball é um arremesso no beisebol no qual a bola não é segura com os dedos, mas sim com seus nós, resultando em movimento com acentuada curva e imprevisível para o rebatedor.

Segundo Mehta, quando a Jabulani se desloca em velocidade elevada, o ar próximo à superfície é afetado pela sua superfície, resultando em um fluxo assimétrico. Essa assimetria cria forças laterais que podem resultar em mudanças súbitas no percurso. De acordo com o cientista, a Jabulani tende a assumir o efeito knuckle ao superar os 75 km/h, o que corresponde a um chute forte.

Outro ponto a se considerar, segundo Mehta, é que vários dos estádios em que ocorrem os jogos na Copa da África do Sul estão em altitude elevada (Joanesburgo, por exemplo, fica a cerca de 1.600 metros do nível do mar). “Isso afeta a aerodinâmica da bola, uma vez que a densidade do ar é menor. Em altitudes altas, a bola tende a se deslocar mais rapidamente, com menos empuxo”, disse.

Maior arrasto

Os pesquisadores Gilder Nader e Antonio Luiz Pacífico, do Laboratório de Vazão do IPT, realizaram testes no túnel de vento atmosférico do instituto com bolas de torneios oficiais de futebol.

Foram testadas as bolas do campeonato Paulista e Brasileiro deste ano e das copas de 2006 e 2010. Os testes foram encomendados pela Rede Globo. Segundo Nader, foram feitas medições com visualização do escoamento de ar em volta de cada bola. Para isto foi utilizado o sistema PIV (“Particle Image Velocimetry”) com emprego de raios laser.

“Verificamos que a bola do Campeonato Brasileiro, por exemplo, com superfície mais rugosa, do tipo clássico, tem coeficiente de arrasto (resistência ao ar) mais baixo e bom deslocamento. As bolas das Copas apresentaram um ‘descolamento’ mais rápido e maior coeficiente de arrasto”, disse.

Ao ser chutada, a bola ganha uma velocidade inicial que vai diminuindo até que, em um determinado momento, atinge o chamado “ponto de crise de arrasto”, explicou Gilder.

“É quando ela faz uma curva. Com a bola do ‘Brasileirão’, esse ponto demorou mais para ser alcançado, em uma velocidade de aproximadamente 13 metros por segundo. A Jabulani atinge esse ponto e faz a curva bem antes, em uma velocidade que ainda vamos medir com exatidão”, disse.

As bolas de futebol evoluem constantemente, com as grandes novidades surgindo justamente em cada Copa do Mundo. As atuais, e não apenas a Jabulani, são muito diferentes das usadas há meio século. Na Copa da Suécia, em 1958, por exemplo, a bola era de couro curtido, chamada de “capotão”, pesada e que se encharcava em dias chuvosos, dificultando a precisão dos chutes.

Mas isso, claro, não impediu que o Brasil fosse campeão nem que um certo garoto apelidado de Pelé, então com 17 anos, assombrasse o mundo com momentos antológicos, como o gol na final, em que deu um lençol no zagueiro sueco e chutou a bola ainda no ar para o fundo das redes e da história. Mostrou que craque que é craque dá show com qualquer bola. E isso o mundo já está vendo na Copa da África do Sul, independentemente das polêmicas da bola.

Tecnologia leva à tela o hiper-realismo


LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIAL A JOHANNESBURGO

Prepare-se para a revolução. O que a perspectiva fez para a pintura, em pleno Renascimento, o 3D começa a fazer para o cinema e a televisão. No meio da praça Nelson Mandela, coração financeiro de Johannesburgo, assistir a um vídeo 3D do jogo da Espanha contra a Suíça reinventa o prazer de acompanhar uma partida de futebol.

Os músculos tracionados dos atletas, a bola em movimento e até os tufos de terra e grama que se projetam no ar a cada chutão dos jogadores --tudo isso parece vir ao encontro do espectador.

"Dizer que é realista é pouco. É hiper-realista", diz o analista financeiro argentino Alfredo Maffei, 29, depois de ver trechos do jogo.

A Sony aproveitou a Copa do Mundo para fazer na África o lançamento mundial da sua televisão 3D.

Espalhou aparelhos com a nova tecnologia pelo shopping center de Sandton e, cúmulo da força do marketing, instalou uma bola gigantesca bem na frente de uma estátua dourada de Nelson Mandela com seis metros de altura. O mítico líder da luta contra o regime racista ficou pequeno.

Dentro da bola, armou-se o show para as imagens em três dimensões, com telão e plateia com espaço para 300 pessoas.

ESPORTE E TECNOLOGIA

Para a empresa japonesa, o campeonato mundial de 2010 deve passar para a história como aquele em que a terceira dimensão se incorporou ao vocabulário do torcedor --e do telespectador.

As copas têm um longo histórico de apresentação de novas tecnologias de difusão de sons e imagens.

Foi em 1970, por exemplo, que se iniciou a transmissão de TV ao vivo.

Na Copa de 74, o Brasil começou a ver televisão em cores.

Em 98, aconteceu a primeira experiência de geração de imagens em alta definição (HD). 2006 inaugurou a transmissão ao vivo pela internet --partidas inteiras.

É inexorável. O torcedor que vai a estádios terá de se acostumar: daqui para frente, verá cada vez mais câmeras de TV que, em vez de uma, têm duas objetivas.

O showroom da Sony não transmitiu as partidas ao vivo. Segundo a empresa, não por limitações tecnológicas, mas porque não seria possível atender ao número de torcedores que compareceriam.

HISTÓRIA

O 3D existe praticamente desde que existe cinema, mas o boom do gênero aconteceu nos anos 50, quando animou a cultura cinematográfica de terror (um exemplo apavorante é "A Casa de Cera", com Vincent Price, de 1953, clássico do gênero).

O que está sendo apresentado em Johannesburgo como 3D é outra coisa.

Deve-se à tecnologia digital de alta definição a capacidade de incluir tantos detalhes na tela quantos os que existem em uma imagem captada pelo olho humano. Somem-se a isso os recursos clássicos do cinema, como o zoom, e a luminosidade intensa da tela.

Para ver as imagens, os degustadores da nova tecnologia 3D mostrada na África do Sul estão recebendo óculos de lentes polarizadas, como os usados para ver "Avatar" nos cinemas.

O resultado no futebol é tão sensacional que o professor peruano e torcedor do Brasil Adriano Reyes, 28, brincou: "Você acha que, se eu já tivesse uma televisão 3D no Peru, teria vindo para os campos da África do Sul, enfrentar temperaturas abaixo de zero?" Ele mesmo responde em seguida: "Teria". A experiência 3D ainda não permite participar de olas no estádio.



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

Anatel propõe ampliar área de telefonia fixa


SÃO PAULO - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abre na próxima terça-feira consulta pública sobre proposta de ampliação das áreas de telefonia fixa local. A ideia é revisar seus critérios de definição, permitindo que moradores de cidades vizinhas de regiões metropolitanas paguem chamadas locais entre si.


Segundo a Anatel, a ampliação dos critérios pode beneficiar até 63 milhões de pessoas em 27 regiões metropolitanas e três regiões integradas de desenvolvimento.
Nos estudos da agência, a área local de telefonia fixa de Belo Horizonte, de código 31, por exemplo, é formada por nove municípios. Com a revisão das regras, a área passaria a ser formada por 33 municípios que estão na região metropolitana definida em lei de janeiro de 2006, com exceção da cidade de Itaguara.

Enquanto isso, a área local de São Paulo, código 11, se manteria inalterada, com os 39 municípios da região metropolitana já fazendo parte do código de área de telefonia fica local.

"Embora o atual regulamento sobre áreas locais do Sistema Telefônico Fixo Comutado (STFC) tenha cumprido o seu objetivo, a área técnica da Anatel submeteu a presente proposta de revisão deste Regulamento, pois identificou algumas distorções e assimetrias", afirmou a Anatel em análise que fundamentou a abertura da consulta pública, que vai até 28 de julho.

Às 15h10, as ações da Telesp, operadora fixa de São Paulo controlada pela espanhola Telefónica, subiam 1,09 por cento, a 37 reais, enquanto as ações da Oi, que atua em telefonia local no restante do país após a integração com a Brasil Telecom, avançavam 1,47 por cento, para 28,36 reais.

"Isso já aconteceu no passado e o impacto (nas contas das operadoras) não foi tão relevante (...) Acabou estimulando um aumento no volume de ligações", afirmou a analista Jacqueline Lison, da corretora Fator.



Fonte: http://info.abril.com.br/

África pode adotar padrão de TV do Brasil

BRASÍLIA - A dedicação do governo brasileiro de convencer outros países a adotar o padrão de TV digital nipo-brasileiro pode resultar na adesão de 17 países do Continente Africano.


O assunto está entre os temas que serão abordados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem que fará em julho ao Continente Africano, liderando uma missão de autoridades e empresários brasileiros.

De acordo com o assessor especial da Presidência da República para o assunto, André Barbosa, os técnicos que foram escalados pelos 11 países africanos ligados à Comissão para o Desenvolvimento da África Austral (Southern Africa Develop Commission - SADC) já fizeram testes preliminares e deram aval ao sistema nipo-brasileiro. O padrão Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (ISDB-T) foi criado no Japão e tem sido desenvolvido de forma conjunta com o Brasil.

“Funcionou perfeitamente. Agora, [os técnicos] vão apresentar as conclusões aos ministros. A Europa sabe que vai perder essa concorrência porque nosso sistema é muito melhor [que o padrão europeu DVBT]”, disse Barbosa à Agência Brasil.

“Não tínhamos a menor dúvida de que, ao comparar o nosso padrão com o europeu, os técnicos africanos chegariam à conclusão de que o nosso é melhor. Foi com essa certeza que trabalhamos para convencê-los a fazer essas análises”, explicou o assessor.

Segundo ele, a superioridade do padrão nipo-brasileiro se deve principalmente ao potencial de interatividade. “Para os africanos, nosso padrão será muito mais interessante, principalmente porque associa a TV digital a uma interatividade que, no caso do padrão europeu, é muito mais limitada”.

Barbosa argumenta que o tipo de interatividade proporcionada pelo padrão ISDB-T é interessante para países que, como a maioria dos africanos e alguns latino-americanos, possuem estrutura razoável de broadcasting televisivo mas não têm, ainda, a internet de banda larga implantada.

Além disso, o padrão europeu apresenta, segundo Barbosa, falhas na conexão com celulares. Sabendo disso, os europeus criaram um outro sistema mais moderno, o DVBT 2, mas que só foi implantado na Inglaterra. “O problema é que o DVBT 2 é muito caro, principalmente para os padrões africanos”. O assessor explica que o novo sistema europeu custa cerca de 240 euros para o telespectador, enquanto o sistema brasileiro sai por cerca de R$ 200 (menos de 100 euros).

A previsão é de que a decisão final sobre o padrão a ser adotado pelos países africanos que participam das negociações seja tomada a partir de setembro, após a apresentação das conclusões na próxima reunião da SADC. “Apesar de não haver nenhuma obrigação de que a decisão seja tomada em bloco, acreditamos que esta seja a tendência, uma vez que, até pela proximidade, esses países precisam ter seus sistemas em condições de ser integrados”, avaliou Barbosa.



Fonte: http://info.abril.com.br/