segunda-feira, junho 18, 2012

Plano da Petrobras aumenta investimento em combustível fóssil

Na contramão das discussões da conferência Rio +20, estatal reduz participação de fontes renováveis

Rio de Janeiro (RJ) - Em plena realização da Rio+20, conferência da ONU que tem entre seus objetivos encontrar formas de reduzir as emissões de gás carbônico na atmosfera, a Petrobras anunciou ontem um plano de negócios que aumenta os investimentos em combustível fóssil (petróleo e gás) e reduz na área de biocombustíveis (etanol e biodiesel).

O plano de negócios da petroleira para o período 2012-2016 teve um aumento de 5,2% em relação ao de 2011-2015, atendendo aos pedidos do governo federal para que as estatais aumentem seus investimentos.

Até 2016 a empresa deve investir US$ 236,5 bilhões (R$ 416,5 bilhões), contra os US$ 224,7 bilhões previstos no plano anterior.

Dessa maneira, o desembolso anual passará de US$ 44,9 bilhões para US$ 47,3 bilhões, alavancando mais a economia.

Do total de investimentos previstos no plano, 60% (US$ 141,8 bilhões) vão para a área de Exploração e Produção, um aumento de três pontos percentuais em relação ao plano anterior.

A participação dos biocombustíveis nos investimentos da empresa, no entanto, caiu de 2% para 1,6%, deixando clara uma mudança de foco na empresa que, no plano anterior, previa aumentar de 5% para 12% sua participação no mercado de etanol.

Ao mesmo tempo em que anunciou o aumento do investimento em produção, a estatal diminuiu sua meta de produção de petróleo, de 6,4 milhões para 5,7 milhões de barris por dia.

Para este ano e 2013, a produção ficará praticamente estável em relação ao ano passado, em 2,021 milhões de barris por dia.

A empresa aumentou também a participação da área corporativa, responsável pelos salários e administração dos prédios, em 25%, ficando com US$ 3 bilhões, ou 1,3% do total.

Estrategicamente, a estatal decidiu comentar o plano apenas a partir do dia 25, quando a conferência da ONU tiver acabado.

A redução da participação de combustíveis renováveis na estratégia da petroleira vai na contramão do que está sendo discutido nos salões do Riocentro, que sedia a Rio+20.

Um dos pontos que estão sendo negociados no texto "O Futuro que Queremos", base do documento final da conferência, diz respeito a dobrar a participação de energias renováveis na matriz energética global, atualmente em 15%. O Brasil possui 46% de fontes renováveis na matriz energética.

AÇÕES EM QUEDA

As projeções menores da produção afetaram as ações da Petrobras , que tiveram uma das maiores quedas de ontem na Bovespa . "A leitura do mercado foi negativa", avaliou a analista-chefe da corretora Ativa, Daniella Maia.

A Folha apurou que a empresa está avaliando se manterá a previsão de construção de refinarias anunciadas pelo então presidente Lula para o Maranhão e o Ceará.

Fonte: Folha de São Paulo

OSX receberá recursos de R$ 2,7 bi do BNDES e da Caixa

Os recursos são para as obras de implantação da Unidade de Construção Naval do Açu, no norte fluminense

Rio de Janeiro (RJ) - A OSX, braço voltado para a construção naval da holding EBX, anunciou hoje (15/06) que negociou recursos da ordem de R$ 2,7 bilhões para as obras de implantação da Unidade de Construção Naval do Açu, no norte fluminense. O contrato foi feito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal o financiamento com repasse de recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM), respectivamente no valor aproximado de R$ 1,35 bilhão cada. A prioridade do apoio financeiro contratado pela OSX junto ao BNDES e CEF foi aprovada pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) em junho de 2011.

De acordo com nota divulgada pela empresa, a UCN Açu, que está sendo construída desde julho de 2011, e tem previsão de início parcial de operações no primeiro trimestre de 2013, a carteira de pedidos contratados pela clientela já é composta de 16 unidades offshore destinadas à produção de petróleo e gás no Brasil.

O prazo do financiamento é de 21 anos para ambas as instituições financeiras. A taxa média de juros prevista é dada pela variação cambial mais 3,38% a.a, com pagamentos mensais junto às amortizações de principal após a carência. “A UCN Açu é um extraordinário instrumento para o desenvolvimento da produção de petróleo e gás do Brasil. A contratação do financiamento do FMM reafirma a importância estratégica de sua implantação para o nosso País”, declarou Eike Batista, Presidente do Conselho de Administração da OSX.

Fonte: Redação Macaé Offshore com informações da Assessoria da OSX

Ceará: novos poços em agosto e setembro

Segundo a Petrobras, cerca de R$ 200 milhões estão sendo investidos na exploração

Fortaleza (CE) - A exploração de petróleo e gás em águas profundas será ampliada no Ceará. Duas novas perfurações estão previstas para agosto e setembro deste ano. Em maio último, a Petrobras iniciou a perfuração de poços a 1.400 metros de lâmina d´água.

Era a primeira exploração em água profundas. A sonda Ocean Courage SS-75, da estatal petrolífera, começou a operar no poço exploratório Pecém bloco BM-CE-2, situado na Bacia do Ceará, localizado a cerca de 76 quilômetros de Paracuru.

Segundo informou ontem a assessoria de imprensa da Petrobras, na Bacia Potiguar, também no Ceará, no bloco BM-POT-16, a previsão de início da perfuração é agosto de 2012. No bloco BM-CE-1, a ser perfurado no Estado do Ceará, a expectativa é que a operação seja iniciada em setembro de 2012.

De acordo ainda com a nota da estatal divulgada ontem, "o investimento total para perfuração dos poços depende das condições operacionais e dos testes a serem realizados, mas devem ser de aproximadamente R$ 200 milhões". Segundo a estatal informou em nota, em maio, a primeira exploração tinha duração estimada de quatro meses.

Exploração esperada

De acordo com o presidente do Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros dos Estados do Ceará e Piauí), Orismar Holanda, este tipo de perfuração estava previsto "há muito tempo". "E sempre foi adiada por conta das questões ambientais", disse ao Diário. "Essa perfuração deve-se a um trabalho do sindicato, que realizou uma reunião com o governador Cid Gomes em abril. Citamos a necessidade de investimentos da Petrobras no Estado, um deles era essa perfuração que nunca saía porque não tinha licença do Ibama".

Cronograma atrasado

Em outubro do ano passado, a Petrobras garantia começar a exploração em água profundas ainda em 2011. A informação era de que seriam quatro poços. Adquiridos na terceira rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ocorrida no ano passado, os poços estão localizados na Bacia do Ceará, nas concessões chamadas BM-CE-1 e BM-CE-2. No intuito de definir a área onde os poços seriam perfurados, a empresa realizou estudos com análises de dados geológicos e geofísicos na bacia, concluídos no primeiro trimestre do ano passado, e que indicaram a presença de petróleo líquido, além de não descartarem a possibilidade de presença de jazidas de gás natural. O prazo de concessão concedido no pleito à estatal foi de oito anos, mas teve prorrogação até o ano de 2013. Atualmente, a Petrobras possui no mar cearense os campos de Curimã, Atum, Espada e Xaréu, todos classificados como rasos e localizados também na Bacia do Ceará, em parte no litoral de Paracuru. De acordo com informações anteriores da estatal, os dados da perfuração serão "imediatamente comunicados à ANP, respeitando os prazos legais".

Resultados

Para Orismar Holanda, qualquer previsão sobre o resultado da exploração é "mera especulação". Ele, no entanto, não descarta a possibilidade de que seja encontrada uma camada de pré-sal, que refere-se a águas ultraprofundas. "Mas isto não é o que está previsto", afirmou. "O que estão procurando é petróleo e gás em águas profundas. Nada indica a existência de pré-sal".

Mas, se confirmada a possibilidade, a descoberta vai "mudar a economia do Estado", segundo o gestor do Sindipetro. "Se encontrar óleo e gás, o projeto se completa, dependendo da análise, e da viabilidade econômica, será colocada uma plataforma ou navio", disse. "A viabilidade econômica depende da quantidade e qualidade da jazida. Se for algo que cubra despesas da exploração e dê lucro, será explorada".

Fonte: Diário do Nordeste (CE)