Após a descoberta da província petrolífera denominada pré-sal, que se estende ao longo de 800 km na costa brasileira, do estado do Espírito Santo ao de Santa Catarina, abaixo de espessa camada de sal e englobando as bacias sedimentares do Espírito Santo, de Campos e de Santos, a Petrobras ganhou importantes desafios pela frente. Isso porque, a perfuração só pode ser definida após várias análises químicas feitas no Centro de Pesquisas da companhia. Os engenheiros de poço precisam definir o revestimento, a geometria específica do poço e a melhor broca de perfuração.
A exploração dessa camada de petróleo exige diversas especificidades peculiares, tudo envolvendo uma questão de tecnologia. Para se ter uma idéia, o primeiro poço perfurado pela Petrobras para essa seção pré-sal demorou mais de um ano e custou US$ 240 milhões. Os poços mais recentes que a Petrobras perfurou demoraram 60 dias e custaram, em média, US$ 66 milhões. Vários avanços foram alcançados nos últimos anos, permitindo não somente a perfuração de forma estável da camada de sal, mas também a redução do tempo para perfuração dos poços.
A grande dúvida gerada pelo mercado seria se a Petrobras estaria apta para atender a demanda do pré-sal. A estatal afirma que está direcionando grande parte de seus esforços para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico que garantirão, nos próximos anos, a produção dessa nova fronteira exploratória. Um exemplo é o Programa Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios Pré-sal (Prosal), a exemplo dos bem-sucedidos programas desenvolvidos pelo seu Centro de Pesquisas (Cenpes), como o Procap, que viabilizou a produção em águas profundas. Segundo a Petrobras, além de desenvolver tecnologia própria, a empresa trabalha em sintonia com uma rede de universidades que contribuem para a formação de um sólido portfólio tecnológico nacional.
Outro desafio é a distância da litoral, cerca de 230 km e em grandes profundidades. O petróleo produzido pode ser escoado direto das plataformas para navios e transportados para terra. O gás natural, porém, como sai do reservatório, não pode ser escoado por navios, mas somente por dutos. Pelo transporte viário, o gás somente pode ser transportado depois de liquefeito. Uma das idéias seria construir um gasoduto saindo das unidades de produção, que serão instaladas na área, para a plataforma fixa que no campo de Mexilhão, também na Bacia de Santos, que tem previsão para entrar em atividade somente em janeiro de 2011.
Novos projetos Outra idéia em estudo é a instalação de uma unidade de liquefação do gás, o que tornaria possível o transporte por navios. Também está sendo cogitada a possibilidade de construção de termelétricas flutuantes à gás, junto às áreas produtoras. Essas térmicas produziriam energia para as próprias plataformas e, por linhas submarinas, a energia seria transmitida também para o consumo público em terra. Uma vantagem desse sistema é que as plataformas de produção não precisariam mais ter geração própria de energia, o que reduziria o seu preço.
Fonte:
http://www.nicomexnoticias.com.br/