Em sua primeira reunião dos últimos 18 meses, o Fundo de Marinha Mercante (FMM) concedeu prioridades no valor aproximado de R$ 11 bilhões. Entre os projetos que ganharam sinal verde estão três estaleiros, todos no Estado do Rio de Janeiro: OSX, de Eike Batista, e Alusa/Galvão, ambos no Norte Fluminense, e Estaleiro Inhaúma, na capital. O OSX é a unidade que foi rejeitada por ambientalistas de Santa Catarina e ganhou apoio total do governador Sérgio Cabral.
O estaleiro Inhaúma é o antigo Ishibrás, que a Petrobras irá reformar, para montar principalmente plataformas. Esse estaleiro foi responsável pela construção dos maiores navios já produzidos no país, de 313 mil toneladas e ultimamente estava subempregado, destinado a reparos. A Petrobras deverá licitar a operação para um grupo privado. O terceiro estaleiro beneficiado é o Alusa/Galvão, de Quissamã, também no Norte Fluminense.
Entre os navios, predominam os barcos de apoio a plataformas de petróleo - setor que vem crescendo de forma impressionante nos últimos anos e ainda deverá se expandir mais com a exploração das reservas do pré-sal.
Após obter prioridade, os interessados devem procurar BNDES, Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal para transformar a prioridade em crédito firme. De modo a evitar que empresários recebam prioridade e demorem - sem assinar contratos e também sem desistir da operação - o FMM acaba de editar a Resolução 82, que reduz o prazo de validade da prioridade de 450 dias para 365 dias.
Ao mesmo tempo, a construção naval está sendo abalada por um tremor: a informação de que a Petrobras cancelou a encomenda de 28 sondas, obra estimada em valor total superior a US$ 14 bilhões. As alegações para esse adiamento seriam problemas ambientais, mas comenta-se que o real motivo seria a valorização do real, que torna gravosa a produção no Brasil.
Em vez de encomendar, a Petrobras alugaria os equipamentos no exterior, o que, com dólar barato, é bom negócio, embora, a médio e longo prazo, represente uma dependência da gigante estatal em relação a empresas estrangeiras.
Fonte: http://www.monitormercantil.com.br