quinta-feira, janeiro 12, 2012

Viagem em 3D aos poços de petróleo



Nova sala da OGX, empresa de petróleo de Eike Batista, permite transformar dados sobre reservas em imagens em terceira dimensão.

À primeira vista, parece um cinema particular. Mas só à primeira vista. Na verdade, a nova sala montada pela OGX, empresa de petróleo do grupo EBX, do empresário Eike Batista, permite uma visualização de rochas no subsolo da Terra em 3D e ajuda a empresa a tomar decisões na hora de perfurar um poço de petróleo.

O local tem capacidade para 70 pessoas e uma tela com 5.760 pixels por 1.706 – quase 10 milhões de pixels em cerca de 9 por 3 metros. Mas, apesar da aparência impressionar, o verdadeiro trunfo está nas informações que permitem a elaboração de imagens em terceira dimensão do subsolo nas quais se vê forma e densidade das rochas.

É um banco de quase sete terabytes de dados obtidos principalmente por meio de testes sísmicos. É uma técnica similar ao ultrassom: um barco carrega fios de cerca de 6 quilômetros de extensão, como se fosse uma cauda, que emite ondas sonoras para o subsolo. As rochas refletem essas ondas, que são lidas e transformadas em gráficos, dependendo da intensidade com que retornam à superfície. As coletas de dados são feitas com distância de 25 metros entre uma e outra, e a sequência delas é que forma a imagem em 3D. Para compor o banco de dados de teste sísmico, a OGX investiu mais de US$ 100 milhões. Para processar todos esses dados, o computador que controla a sala tem uma memória RAM de 96 gigabytes.

Na sala 3D é possível olhar para as rochas como se estivesse embaixo delas
Com a imagem elaborada, a empresa reúne na sala 3D profissionais de diversas áreas – geólogos, engenheiros, gestores – para tomar decisões. “A vantagem é que podemos interpretar os dados com base na experiência de todos os profissionais”, afirma Edmundo Marques, gerente executivo de Interpretação da OGX. Entre as avaliações que são feitas com base nas imagens, está uma das mais importantes: se um poço tem ou não petróleo. As informações também podem ser usadas para orientar a perfuração de um poço que já foi avaliado como viável e para a empresa decidir se tem ou não interesse em adquirir a concessão para a exploração da área.

Batizada de Jutta Batista, em homenagem à mãe de Eike, a sala custou cerca de R$ 2,4 milhões. O valor parece alto, mas pode ser considerado baixo se comparado com a economia que pode gerar ao permitir a redução de erros na indústria do petróleo. “A perfuração de um poço barato sai por US$ 25 milhões. Imagine o prejuízo de se encontrar um poço seco”, afirma Marques. O poço seco é aquele que não tem petróleo nenhum ou em uma quantidade pequena, que não é comercialmente viável. Em qualquer uma das situações, ele acaba sendo abandonado e a empresa amarga o prejuízo da exploração.

A estrutura da sala inclui ainda seis projetores com lâmpadas especiais, que custam cerca de R$ 50 mil cada. Luzes infravermelhas garantem o alinhamento das imagens de cada projetor para que não haja sobreposições na tela. E a própria tela uniformiza a luz que sai dos projetores, para que a imagem tenha uma aparência homogênea para quem estiver assistindo.

Também estão sendo instalados equipamentos que permitem a realização de videoconferência na sala.

Para extrair todo o potencial da sala, Marcos do Amaral, gerente geral de Tecnologias Aplicadas da OGX, afirma que são necessários três fatores: hardware, software, e “humanware”. “Investimos em máquinas de ponta e programas de qualidade para interpretar os dados, mas a equipe é essencial para o trabalho”, afirma.

Fonte: IG

Porto de Santos pretende dobrar a capacidade até 2013



O aumento da capacidade é resultado de uma série de ampliações, compra de equipamentos e a entrada em operação de novos projetos privados

O Porto de Santos, maior da América Latina, vai dobrar de tamanho até 2013. Sozinho, terá capacidade para movimentar a mesma quantidade de contêineres de todos os outros portos brasileiros juntos: 8 milhões de teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Hoje esse número está em 3,2 milhões de teus, afirma o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Correia Serra.

Segundo ele, o aumento da capacidade é resultado de uma série de ampliações, compra de equipamentos de última geração e a entrada em operação de novos projetos privados. Dois deles vão representar 65% de toda ampliação de Santos. O maior é a Embraport, terminal construído na margem esquerda do complexo santista pela Odebrecht Transport, DP World e Grupo Coimex. O empreendimento, de R$ 2,3 bilhões, terá capacidade para 2 milhões de teus e 2 bilhões de litros de etanol.

Na margem direita, está sendo construído o novo terminal da Brasil Terminais Portuários (BTP), controlado pela Europe Terminal. Também vai movimentar contêineres e granéis líquidos, a exemplo da Embraport. Na primeira fase, serão 1,1 milhão de teus e 1,4 milhão de toneladas de líquidos. O investimento total é da ordem de R$ 1,8 bilhão, especialmente por causa das soluções ambientais - o terminal está sendo construído numa área usada por mais de 50 anos como descarte de resíduos do Porto de Santos.

Tanto no caso da Embraport como no da BTP, as operações serão antecipadas para outubro do ano que vem, afirma Serra. Nesse primeiro ano, os dois projetos vão acrescentar cerca de 700 mil teus à capacidade do porto. O restante fica para 2013. O presidente da Codesp lembra que outros operadores do porto, como Santos Brasil, Libra e Tecondi, fizeram investimentos importantes, que vão resultar em aumento da expansão. A compra de equipamentos, por exemplo, eleva a quantidade de movimentos que as empresas podem fazer por hora.

Há ainda investimentos na infraestrutura existente para ampliar a capacidade de movimentação de granéis (líquidos e sólidos). A Copape, localizada na Ilha do Barnabé, iniciou as obras de construção de dois píeres, no valor de R$ 80 milhões. Além disso, a Codesp vai investir R$ 200 milhões no reforço de 1 quilômetros (km) de cais nos trechos operados pela Copersucar e pela Cosan. A obra vai permitir que navios de açúcar e soja aproveitem ao máximo sua capacidade e saiam mais cheios dos terminais, diz Serra.

Gargalo- Segundo ele, com esses investimentos, o importante agora é focar na operação do porto e no acesso terrestre, que não dá conta nem para atender o volume atual. "Do jeito que está não dá para aproveitar todo o aumento da capacidade." Uma prioridade será ampliar a participação da ferrovia em Santos - com expansão do sistema de cremalheira e com o Ferroanel. O executivo diz que apenas 1% da movimentação de contêiner e 10% dos granéis é feita pelos trilhos. O objetivo é elevar a participação média para 25%.

Hoje o porto recebe cerca de 14 mil caminhões por dia, nas duas margens. Cerca de 85% desses veículos chegam entre 8 da manhã e 18 horas. "Falta inteligência de agendamento da carga no porto. O caminhão sai do destino e acha que pode desembarcar em Santos a qualquer hora. Isso precisa mudar." Caso contrário, diz Serra, não adiantará nada investir nas perimetrais de Santos (margens direita e esquerda) e no mergulhão (passagem subterrânea no Valongo).

Além disso, Santos começará a implementar o sistema de tráfego marítimo para controlar desde a chegada do navio, atracação no cais até a saída de Santos. "Esse programa permitirá o tráfego duplo no canal de acesso do porto. Também podemos monitorar a pirataria, a meteorologia, as ondas, os ventos, etc. Com isso, haverá redução do tempo de entrada e saída das embarcações e ganhos de custos."

A implementação do Porto sem Papel, pela Secretaria de Portos, também deverá ajudar a acelerar as operações em Santos. Trata-se de um sistema que vai integrar os seis órgãos públicos - Polícia Federal, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autoridade portuária, Vigilância Agropecuária Internacional e Marinha do Brasil - de forma a evitar a duplicação de informações e de formulários.

Fonte: Portos e Navios