As estimativas de reservas para o Pré-sal brasileiro indicam potencial de 70 a 100 bilhões de barris de óleo equivalente – boe (somatório de petróleo e gás natural), mas o caminho para a exploração de toda essa riqueza ainda está em estágio inicial.
A produção do primeiro óleo do Pré-sal foi realizada em setembro de 2008 no campo de Jubarte, que já produzia óleo pesado do pós-sal no litoral sul do Espírito Santo. Localizado ao norte da Bacia de Campos, na área conhecida como Parque das Baleias, esse reservatório está a uma profundidade de cerca de 4,5 mil metros.
A produção do Teste de Longa Duração (TLD) do prospecto de Tupi, atual campo de Lula, iniciou-se em 1º de maio de 2008 e foi somente ao final de 2010 que a Petrobras e seus parceiros comerciais iniciaram a produção em escala comercial nos campos do Pré-sal. De acordo com a Petrobras, atualmente são extraídos cerca de 117 mil barris por dia de óleo no pré-sal das bacias de Santos e de Campos, ambas no litoral sudeste do Brasil.
A Petrobras prevê a “fase zero” de exploração do Pré-sal, ao priorizar a coleta geral de informações e mapeamento do pré-sal, até 2018. Entre 2013 e 2016 está prevista a “fase 1a”, com a meta de atingir 1 milhão de barris por dia. Após 2017, terá início a “fase 1b”, com incremento da produção e aceleração do processo de inovação. A Empresa informa que, a partir deste momento, é projetado o uso massivo de novas tecnologias especialmente desenhadas para as condições específicas dos reservatórios do Pré-sal.
A Petrobras ressalta ainda que não há nenhum obstáculo tecnológico para a produção nessa nova fronteira exploratória e que os investimentos em tecnologia diminuem os custos e aumentam a velocidade de exploração e produção no Pré-sal. Segundo a Empresa, hoje o tempo médio de perfuração de um poço equivale a 66% do tempo médio de perfuração de poços entre 2006 e 2007 no Pré-sal. Considerando que o afretamento (aluguel) de sondas de perfuração é um dos grandes custos de uma empresa de petróleo, essa diminuição no tempo de perfuração tem grande impacto positivo na redução de gastos da companhia.
As reservas conhecidas de petróleo da Petrobras atingiram 16 bilhões de boe em 2010. Com isso, a participação do Pré-sal na produção de petróleo passará dos atuais 2% para 18% em 2015 e para 40,5% em 2020, de acordo com o Plano de Negócios 2011-2015. Hoje, são utilizadas 15 sondas de perfuração equipadas para trabalhar em lâmina d’água (LDA) acima de 2 mil metros de profundidade. Em 2020, esse número chegará a 65. Atualmente, são disponibilizados 287 barcos de apoio. O objetivo da Empresa é atingir 568 barcos em 2020.
Aos poucos a extração nos campos do Pré-sal tem aumentado. No campo Lula (antes conhecido como Tupi), na Bacia de Santos, está em operação um projeto-piloto que utiliza o FPSO denominada Angra dos Reis, com capacidade para produzir diariamente até 100 mil barris de óleo e 4 milhões de m³ de gás. Trata-se da primeira plataforma de produção programada para operar em escala comercial naquela área. Atualmente, o navio-plataforma ancorado a cerca de 300 km da costa produz em torno de 25 mil barris de óleo por dia.
As informações coletadas por essas perfurações e em outras dezenas de poços permitiram reduzir significativamente as incertezas sobre os reservatórios do Pré-sal. Várias dessas reservas recém-descobertas entraram em produção aproveitando plataformas que já operavam no pós-sal (acima da camada de sal) de campos existentes e foram adaptadas para receber o óleo leve de reservatórios identificados no Pré-sal.
Fonte: Brasil.Gov