Nova pesquisa da Agência Espacial Americana reforça tese de que a vida existiu em Marte no passado.
A equipe do Johnson Space Center, da NASA, reexaminou um meteorito marciano e concluiu que, entre todas as explicações possíveis para alguns dos vestígios encontrados, a vida é a mais provável.
O ALH84001 pesa 1,9 kg e foi descoberto em 1984 na Antártica em uma expedição da National Science Foundation, mas sua origem marciana só foi confirmada em 1993. Dos cerca de 30 meteoritos do planeta vermelho já encontrados ele é o mais antigo, com 4,5 bilhões de anos.
Em 1996, um grupo de cientistas liderados por David McKay, Everett Gibson e Kathie Thomas-Keprta publicou um artigo na revista Science anunciando a descoberta de evidências biogênicas – ou seja, geradas pela vida – no ALH84001.
A magnetita presente no meteorito na forma de cristais magnéticos é um mineral que, na Terra, é secretado nas células de algumas bactérias aquáticas e terrestres. É justamente por compartilhar muitas características com esses microorganismos terrestres que o estudo de 1996 sugere que os cristais são biogênicos.
Outros cientistas discordam; Em 2004, um grupo da NASA rebateu as teorias da equipe de Mckay em um novo estudo ao afirmar que a magnetita surgiu por meio de processos inorgânicos que podem, inclusive, ser recriados artificialmente em laboratório.
Para tirar a prova, a mesma equipe de 1996 decidiu reavaliar o meteorito 13 anos depois - com instrumentos mais avançados. A nova pesquisa, chamada “Origin of Magnetite Nanocrystals in Martian Meteorite ALH84001” , levou em conta as hipóteses de que calor, impacto e decomposição poderiam produzir a substância.
A conclusão? Os resultados não correspondem à formação inorgânica das magnetitas – portanto, a explicação biogênica ainda seria a hipótese mais viável.
Além do trabalho sobre o ALH84001, a equipe estuda formas encontradas em meteoritos marcianos que se parecem com microfósseis e micróbios. Vistas com microscópio eletrônico, elas foram classificadas como biomórficas por sua semelhança a organismos terrestres.
Essas formas serão o objeto de estudo de futuras pesquisas.
Em comunicado da NASA, David McKay, um dos autores, disse que as evidências de vida têm se tornado cada vez mais fortes ao longo dos anos - incluindo a descoberta de que possíveis rios, lagos e até mesmo oceanos no passado marciano.
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