Andrey agora é chamado de "garoto da bolha" por seu sucesso instantâneo
A moda na internet passa rápido. No final de 2009, era o Formspring, site de perguntas e respostas que rapidamente tornou-se "popular" e na mesma velocidade foi abandonado. O fenômeno da vez é o Chatroulette, serviço em que pessoas, usando câmeras de vídeo, se encontram aleatoriamente. Apesar da profusão de homens exibindo genitais, tornou-se rapidamente uma mania entre adolescentes americanos - o público por excelência das novidades online.
Uma janela mostra a própria imagem de quem entra no site. Na outra, o rosto - e não raro partes comprometedoras - de outra pessoa ou grupos, identificado como "partner". Se não acha interessante aquela pessoa ou cena, basta clicar "next" e uma nova aparece.
Por trás da idéia, um adolescente russo de apenas 18 anos. A imprensa americana apelidou-o de "garoto da bolha", referência à rápida valorização do site. Em questão de meses o jornal The New York Times, a revista alemã Der Spíegel e a rede de TV CNN o descobriram. Este mês foi a vez da New Yorker publicar seu perfil.
Há duas versões sobre por que Andrey Ternovskiy, um colegial de Moscou que ainda tem espinhas e mora com os pais, de quem até meses atrás recebia mesada, criou o Chatroulette. A mais repetida é de que ele estava entediado de ver no Skype apenas pessoas que conhecia. A outra, revelada à New Yorker, envolve seu primeiro emprego, numa loja de lembranças para turistas em Moscou, onde trabalhou em 2009.
Ternovskiy disse à revista que rapidamente aprendeu palavras básicas de outros idiomas e a se comunicar com os turistas, mas não se mostrou um bom vendedor e foi demitido depois de um mês. Mas, tendo gostado da experiência de lidar com estranhos de muitas nacionalidades, decidiu criar o site para recriar o clima na loja. Passou o verão (local) trabalhando na idéia até colocá-la no ar. Foi um sucesso instantâneo.
Mais de um milhão de pessoas usa o Chatroulette diariamente, a maioria nos Estados Unidos. Quase semanalmente surge a notícia de que alguém famoso - Ben Folds e Lady Gaga, por exemplo - teria aparecido numa webcam conhecendo pessoas aleatoriamente. O serviço acabou descoberto por exibicionistas em geral. Pessoas fantasiadas, pequenas animações, músicos amadores, performers fazem apresentações a quem se dispõe a assistir.
Cenas de nudez - quase sempre masculina - ainda são comuns, assim como de casais fazendo sexo ou homens se masturbando. Para evitar aquilo que foi apelidado de "problema de pênis", o Chatroulette estabeleceu restrições a usuários denunciados por mau comportamento - que ainda não conseguiram restringir as cenas.
O site contesta a idéia de ordem que domina a internet desde que o Google organizou as buscas, a partir de 1998. Redes sociais como Orkut e Facebook, ambos de 2004, permitiram contatos com os conhecidos submetidos a regras de privacidade. O Twitter, de 2006, veio permitir o compartilhamento de informações com pessoas que cada um decidiu seguir. O Chatroulette, optando pelos contatos aleatórios, aposta no caos.
Fonte: http://tecnologia.terra.com.br/
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