sábado, março 27, 2010

Voltam os vinis e chegam os livros digitais no Brasil


A Livraria Cultura, uma das mais tradicionais do país, se prepara para a chegada de 120 mil livros digitais: vendas de vinis, CDs e DVDs também cresceram em tempos de downloads
A esposa de Sérgio Herz, diretor da Livraria Cultura, presenteou-o há pouco tempo com um tocador de vinis. O agrado, que pareceria algo antiquado se não fosse a entrada USB e compatibilidade com CDs e MP3, fez com que ele, segundo o próprio, “voltasse no tempo” e comprasse discos de alguns de seus clássicos preferidos, como Queen e Led Zepellin.

E parece que ele não é um colecionador solitário. Hoje, diz Herz, as vendas das “bolachas” de sua loja já representam 5% da área musical, algo que era inimaginável três anos atrás. Um fenômeno parecido com o ocorrido em 2009 com suas vendas de CDs e DVDs, que, para a surpresa de muitos, aumentaram 17% em meio à concorrência de torrents, blogs e compartilhadores de arquivos espalhados pela web.

A internet, inclusive, vem sendo uma grande aliada para o diretor da Livraria Cultura. De todas as suas vendas, 18% vêm do online – 80% delas correspondem a livros (o artigo mais comprado por e-commerce no Brasil). Até mesmo o Google Books, vilão para muitas editoras internacionais, é citado por ele como um grande imã para atrair consumidores e leitores pelo site de busca.
Agora, seu desafio é manter os bons números na internet e tentar prever a loucura do mercado da cultura e entretenimento ligado à tecnologia pessoal. Que mídia fica? Qual sai? O que entra no lugar?

A fim de discutir o tema, Herz aceitou conceder uma entrevista para falar sobre comércio online no Brasil, consumidores, música, burocracia, livros de papel e a mais nova aposta de sua loja: os livros digitais.

Confira a conversa logo abaixo:


Quantos livros digitais virão e quanto custarão?
Vamos começar a comercializar 120 mil títulos, vindos de editoras estrangeiras e nacionais. Os preços são feitos pelas próprias editoras, elas que determinam. Normalmente são mais baratos do que os livros de papel. Em alguns casos, 20% a 25% mais barato. Mas tem livros que são mais caros, por política da editora…

O consumidor do Brasil está preparado para este formato?
O mercado nasceu agora. É um começo e está todo mundo testando. E o consumidor aprende também, tem uma evolução dos dois lados, tanto das empresas que oferecem o serviço quanto de quem está comprando. A probabilidade é o crescimento. Quanto mais device tiver, mais fácil a divulgação. Agora, o que a gente não sabe é exatamente o quanto isso vai ocupar do livro tradicional.




Fonte: http://info.abril.com.br/

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