terça-feira, fevereiro 02, 2010

Tanques de guerra não serão ecológicos


Departamento de Defesa dos EUA quer reduzir emissões, mas veículos usados em combate estão de fora da medida


Na semana passada, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou que iria reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em 34% até 2020.

O anúncio, porém, tem um detalhe: não vale para as “atividades de combate”.
Os mais de 300 mil edifícios, incluindo o Pentágono, e mais de 160 mil veículos utilizados em serviço sofrerão alterações para se adequar à meta. Essa infra-estrutura corresponde à cerca de 25% do consumo de energia e 40% das emissões do Departamento.

Todas as medidas excluem veículos táticos, como aeronaves, navios e veículos armados que ofereçam apoio direto ao combatente de guerra. Apesar dessa estratégica ressalva na sua política ambiental, o departamento de Defesa avisa que “a redução da demanda de energia em atividades de combate é um dos principais focos da estratégia de segurança”.

Isso porque seus administradores acreditam que os combustíveis fósseis são uma fonte cara de energia – daí a adoção de novos combustíveis, no futuro, servir não somente para a redução dos danos ao planeta, como também para melhorar a eficiência das missões.

A preocupação também chegou ao Pentágono. Pela primeira vez, o órgão irá listar o aquecimento global como uma “força desestabilizadora” em seu relatório quadrimestral apresentado ao Congresso amanhã.

O jornal inglês The Guardian teve acesso a um rascunho do documento, que alerta para a necessidade de levar em conta as mudanças climáticas nos planejamentos militares a longo prazo.

"Apesar de as mudanças climáticas em si não causarem conflitos, elas podem atuar como aceleradoras de instabilidades ou conflitos, colocando um peso em instituições civis e militares em todo o mundo”, diz um trecho do documento destacado pelo jornal.

As páginas afirmam que ondas de calor e tempestades inesperadas podem aumentar a necessidade de ajuda humanitária; além disso, mais de 30 bases militares americanas estão ameaçadas pelo aumento do nível do mar.




Fonte: http://info.abril.com.br/

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