O Google começou na quinta-feira a oferecer informações sobre o sistema operacional Chrome que planeja lançar em breve, mas afirmou que computadores acionados pelo seu software ainda demorariam cerca de um ano para chegar ao mercado. O novo sistema operacional, estreitamente integrado ao navegador do Google para a web, também chamado Chrome, é visto como potencial desafio à Microsoft, cujo sistema operacional Windows roda na maioria dos computadores pessoais do planeta.
Mas, com o sistema operacional Chrome, o objetivo do Google não parece ser o de produzir uma versão melhorada do Windows. O que a companhia pretende, em lugar disso, é convencer os usuários a adotar em maior escala sua visão quanto à "computação em nuvem", um modelo sob o qual os programas não ficam instalados nos computadores de cada usuário, mas em lugar disso são utilizados via internet, por intermédio de um navegador de web. Na abordagem proposta pelo Google, os dados de um usuário residirão não em seu computador pessoal, mas em servidores distribuídos pela internet.
A maioria dos usuários de computadores pessoais já utiliza a computação em nuvem, e emprega seus navegadores de web para acesso a recursos como serviços de e-mail, sites de fotografia e sites de mapas digitais.
"Centenas de milhões de usuários já estão vivendo na nuvem", disse Sundar Pichai, vice-presidente de administração de produtos do Google e o encarregado do desenvolvimento do sistema operacional Chrome. Todos os programas que os usuários utilizam hoje como software instalado em seus computadores estarão em breve disponíveis na web como aplicativos. "Trata-se de uma tendência muito, muito clara", afirmou.
Embora a Microsoft e outras empresas afirmem acreditar que vá existir uma convivência entre o software em nuvem e os programas instalados de forma tradicional em computadores pessoais, o Google vem insistindo em que aplicativos acessíveis via web substituirão todo o software das máquinas pessoais, uma outra área na qual a Microsoft domina o mercado.
As máquinas acionadas pelo sistema operacional Chrome, que inicialmente estará limitado a computadores portáteis leves conhecidos como netbooks, só operarão com os aplicativos acessíveis por meio do navegador Chrome.
Mas até mesmo Pichai reconhece que os aparelhos acionados pelo sistema operacional Chrome devem, pelo menos inicialmente, ser usados como complemento dos computadores caseiros mais poderosos de que os usuários dispõem.
Os analistas dizem que o sistema operacional Chrome poderia representar um desafio para a Microsoft em longo prazo, mas acrescentaram que a rival do Google não esperaria passivamente pelas mudanças. "O sistema operacional Chrome transfere o jogo para a nuvem", disse Ray Valdes, analista do Gartner Group. "Mas a Microsoft é uma empresa multifacetada. Estão empreendendo um esforço sistemático para transferir parte considerável de seu acervo de tecnologias para a nuvem, igualmente".
A Microsoft declarou em comunicado que o sistema operacional Chrome estava "em estágio inicial de desenvolvimento", e que "os consumidores já estão expressando sua aprovação à maneira simples pela qual o Windows 7 funciona, tanto na web quanto na máquina, e para computadores pessoais de todos os tamanhos e potências".
Falando a investidores na sede da Microsoft, o presidente-executivo da companhia, Steve Ballmer, anunciou que o Windows 7 estava registrando vendas mais rápidas do que as de qualquer sistema operacional precedente na família Windows.
Na quinta-feira, o Google realizou uma demonstração de uma versão inicial do sistema operacional Chrome, instalado em um netbook, durante uma entrevista coletiva conduzida na sede a empresa, em Mountain View. O Google também anunciou que divulgaria o código-fonte de programação de seu sistema operacional, para qualquer programador interessado em alterá-lo nos termos de uma licença de software de fonte aberta.
Para surpresa de ninguém, o sistema operacional Chrome é bastante parecido com o navegador Chrome. O modelo de demonstração incluía uma série de pequenas abas que o Google denomina "abas de aplicativos", cuja função é acionar os programas utilizados com mais frequência pelas pessoas, por exemplo serviços de e-mail ou software de agenda.
O netbook equipado com o sistema entrou em funcionamento em apenas sete segundos, quando ligado, e o Google anunciou que estava trabalhando para acelerar ainda mais o processo de acionamento inicial.
O Google se recusou a informar que fabricantes de computadores planejam construir máquinas equipadas com o seu sistema operacional, mas informou que trabalharia em estreito contato com os fabricantes. A companhia informou que os vem pressionando a produzir netbooks um pouco maiores que os modelos atuais, para incluir teclados de tamanho regular.
Fonte: www.terra.com.br
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