Coordenador do relatório da Agência
Internacional de Energia diz, em entrevista exclusiva ao iG, que vantagem
competitiva do País no mercado de energia global começa a ganhar corpo
Europa - O Brasil deve se tornar o segundo país do mundo com o
mais rápido crescimento na produção de petróleo, atrás apenas do Iraque, segundo
o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). A expectativa é que o
volume diário de 2,2 milhões de barris, registrado em 2011, continue a
trajetória de expansão e alcance o patamar de 5,7 milhões de barris em 2035. No
mesmo período, a produção diária de petróleo no país do Oriente Médio deve
passar de 2,7 milhões de barris para 8,3 milhões de barris.
Denominado Perspectivas da Energia Mundial 2012, o estudo mostra que a
perspectiva de aumento na produção brasileira de petróleo deve acontecer,
sobretudo, a partir da segunda metade desta década. Em um quadro intitulado
“Boom de Petróleo no Brasil Ganha Ritmo”, o relatório atribui o cenário positivo
à exploração das jazidas de petróleo da camada pré-sal, localizadas,
principalmente, ao longo da Região Sudeste.
“O Brasil é o único país que descobriu uma reserva gigante de petróleo, com
potencial equivalente a mais de 5 bilhões de barris, nos últimos 10 anos”
explica Alessandro Blasi, analista de política energética da AIE e um dos
coordenadores do estudo. “Isso dá ao Brasil uma enorme vantagem no novo mercado
global de energia que começa a ganhar corpo”, acrescenta, durante entrevista
exclusiva ao iG .
A AIE é uma organização patrocinada pela Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) que elabora diagnósticos sobre a produção de
petróleo do mundo e a energia em geral. O otimismo do relatório contrasta com
diversas previsões negativas de analistas, por conta no atraso da aprovação do
marco regulatório e em licitações para a exploração de novos blocos . A agência
contou dois membros do Ministério de Minas e Energia e um professor da USP para
ajudar a traçar o panorama brasileiro
De acordo com a pesquisa, o mercado energético global deve passar por
importantes alterações nos próximos anos. A principal delas é a ascensão dos
Estados Unidos como maior produtor mundial de petróleo em 2017 , desbancando a
Arábia Saudita. A receita para o sucesso norte-americano pode ser explicado pelo
desenvolvimento de novas tecnologias, que possibilitam a extração de petróleo do
tipo leve (light tight oil) e gás não convencional de xisto (shale gas) com
custos mais competitivos.
“O crescimento da produção de petróleo nos Estados Unidos, combinado com o
uso mais eficiente de energia, vai dar maior independência à Washington e
reduzir suas importações do óleo. Os efeitos desta mudança vão ser sentidos não
apenas no comércio global de energia, mas também nas relações deles (Estados
Unidos) com o Oriente Médio” comenta Blasi.
Fonte: Portal IG
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