O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella revelou, na manhã desta quinta-feira (1º/09), que a produção de gás no pré-sal deve começar já na próxima semana. “É um fato histórico”, avaliou, durante palestra que abriu seminário sobre o desenvolvimento da cadeia de fornecedores de petróleo e gás, realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.
“Acabo de receber a notícia de que o gasoduto que liga o campo de Lula à plataforma de Mexilhão já está sendo pressurizado e, na próxima semana, devemos ter o primeiro gás do pré-sal no mercado brasileiro”, revelou o diretor. “Conseguimos, apenas cinco anos após a descoberta do pré-sal, colocar esse campo em produção de óleo e gás. E ele está a 300 km da costa”, comemorou Estrella.
Ele ressaltou o crescimento da produção previsto para os próximos anos. Hoje, a Petrobras produz 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia (óleo e gás) no Brasil e no exterior. “Nossa previsão é chegar a 3,7 milhões em 2015 e 6 milhões de bpd em 2020. Esse crescimento é produto da descoberta do pré-sal”.
O diretor observou ainda a importância de toda a Bacia de Santos. “Mais importante que o pré-sal foi a Bacia de Santos. Começamos por Mexilhão, em 2003, depois a descoberta de Uruguá-Tambaú e então passamos a perfurar o sal”, relembrou. Na sua avaliação, “a Bacia de Santos, pelo seu tamanho, suplantará a Bacia de Campos com muita rapidez na exploração e produção de petróleo e gás”.
Diretor destaca importância do conteúdo nacional
O diretor destacou a importância estratégica de desenvolver a cadeia de fornecedores no Brasil, ressaltando que as empresas brasileiras sempre estiveram junto à Petrobras ao longo da história da Companhia. “Contabilizamos que precisaríamos de 40 navios-sonda (para perfuração). Esses equipamentos têm forte demanda por motivos geológicos, pois grande parte das descobertas hoje se dá em águas profundas e ultraprofundas. Contratamos então as 12 primeiras sondas no exterior, que estão chegando. As outras 28 sondas serão construídas, pela primeira vez, no Brasil. Sete já foram licitadas e 21 estão em licitação”, contabilizou o geólogo, acrescentando que elas terão entre 55% e 65% de conteúdo nacional. “É um índice alto, pois essas sondas, que são altamente complexas, nunca foram feitas no País”.
O diretor enumerou os setores mais críticos, que ainda contam com poucos fornecedores nacionais. Entre eles estão os segmentos de turbomáquinas, instrumentação e automação, estrutura de sistemas navais, tubulação e válvulas, além de telecomunicações. Ele destacou que a Petrobras tem desenvolvido estratégias específicas para esses setores. ”Já foi firmado acordo com a Rolls Royce para a produção de turbinas e, no contrato, há uma série de cláusulas que obrigam fornecedores a se instalarem no Brasil. Isso vai desde a manutenção das turbinas, que hoje também é feita fora, até a criação de departamentos de engenharia no Brasil”, exemplificou.
Fonte: Agência Petrobas
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