Viana do Castelo, 23 mai (Lusa) - Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo deverão ter o plano de viabilização aprovado pelo acionista Estado até 14 de junho prevendo a recapitalização da empresa com recurso à injeção de dinheiros públicos.
Viana do Castelo, 23 mai (Lusa) - Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo deverão ter o plano de viabilização aprovado pelo acionista Estado até 14 de junho prevendo a recapitalização da empresa com recurso à injeção de dinheiros públicos.
A convicção foi transmitida à Agência Lusa pelo presidente do Conselho de Administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), Carlos Veiga Anjos, tendo em conta a marcação de uma assembleia-geral da empresa para 14 de junho.
"Pedimos ao acionista [Estado] a marcação de uma assembleia-geral para analisar o plano de reestruturação e a recapitalização da empresa, que acabou por ser marcada para 14 de junho. Apesar de ainda termos trabalho a fazer até lá, acredito que será possível ter o plano aprovado nessa data", admitiu.
Este pedido da administração foi apresentado depois de o próprio Carlos Veiga Anjos ter classificado como "gravíssimo" não haver qualquer resposta do Governo ao plano de viabilização da empresa, entregue a 02 de fevereiro, alertando então que "não pode esperar-se muito mais tempo".
Agora, admite Veiga Anjos, admite-se uma decisão final na reunião de junho, mas o administrador ressalva: "Na altura já haverá um novo Governo saído das eleições e poderá gerar-se algum entrave. Mas não fomos nós que marcámos esta data".
Segundo o administrador dos ENVC, sem um plano de viabilização "está limitada a atuação da empresa e do próprio conselho de administração dos estaleiros, que não veio para aqui gerir o dia a dia, mas sim promover uma reestruturação".
Recorde-se que este pano de viabilização foi apresentado diretamente aos ministérios da Defesa e das Finanças e alvo de pedidos de alteração e aprofundamento, segundo dados recolhidos pela Lusa, por parte da tutela.
Contactada pela Lusa, fonte do Ministério das Finanças confirmou estar a analisar "conjuntamente com o grupo Empordef [que tutela os estaleiros] e o MDN" este plano de reestruturação, "de forma a adequá-lo às condições mínimas de aprovação"
A mesma fonte acrescentou que "o plano apresentado não reúne o conjunto mínimo de pressupostos económico-financeiros e de sustentabilidade que permitam resolver o problema estrutural de base da empresa", que estará em preparação até 14 de junho.
Neste plano de reestruturação dos ENVC inclui-se uma recapitalização da empresa, que na proposta inicial se cifrava em 97 milhões de euros, mas cujo montante atual, incluído na nova versão do plano, ainda não é conhecido.
"Não faz sentido uma reestruturação sem uma recapitalização da empresa, e vice-versa. Mas esse valor é algo que vai ficar, para já, entre a empresa e o acionista", rematou Veiga Anjos.
Com cerca de 700 trabalhadores, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo são o maior construtor naval português, sendo detidos, a 100 por cento, por capitais públicos.
Entre os aspetos previstos na reestruturação da empresa figuram uma maior aposta nas construções militares, numa altura em que a Marinha é o principal cliente, uma reorganização da dívida e preparação do caminho para a anunciada privatização.
Fonte: http://sicnoticias.sapo.pt/
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