Uma forma diferente de produzir energia limpa e auxiliar o meio ambiente é utilizar o biogás, combustível gasoso com um conteúdo energético elevado semelhante ao gás natural e produzido com aproveitamento do gás metano que é liberado em qualquer tipo de decomposição orgânica e basicamente retirado de aterros sanitários. Pode ser utilizado para geração de energia elétrica, térmica ou mecânica. Após dispostos nos aterros sanitários, os resíduos sólidos urbanos, que contém uma alta parcela de matéria orgânica biodegradável, passam por um processo de decomposição, gerando basicamente o gás metano (CH4).
Nessa etapa, entram as empresas que capturam e canalizam o metano, transformando- o em energia. Para cada tonelada de resíduo disposto em um aterro sanitário são gerados, em média, 200 Nm³(normal metros cúbicos – condição normal do gás) de biogás. A geração do material é iniciada alguns meses após o início do aterramento dos resíduos e continua até cerca de 15 anos após o encerramento da operação da unidade. A recuperação ambiental de lixões e a implantação de um sistema de geração de energia elétrica em aterros sanitários são viabilizadas economicamente pela venda dos chamados créditos de carbono (parcelas de redução da emissão de carbono para a atmosfera, que são negociadas mundialmente). Além disso, é uma alternativa de aproveitamento energético dos gases e possibilita a redução de emissões poluentes e na gestão dos resíduos sólidos urbanos.
A captura do metano é a maior contribuição para o meio ambiente que o biogás traz. O gás metano é um dos maiores causadores do efeito estufa, apontado como o maior vilão do aquecimento global. Estudos existentes indicam que, considerando um período de 100 anos, uma grama de metano contribui 21 vezes a mais para a formação do efeito estufa do que uma grama de dióxido de carbono, também visto como grande poluidor. Apesar dessa grande contribuição, as indústrias de biogás ainda encontram muitas dificuldades para se instalarem, graças a uma intensa burocracia. “As dificuldades burocráticas de licenciamento ambiental estão dificultando a implantação de mais usinas. Necessitamos da simplificação e agilidade nos procedimentos da ONU-UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change, sigla em inglês)”, declarou Tiago Nascimento, gerente da Biogás Energia Ambiental, em entrevista a Nicomex Notícias.
Petrobras investe no mercado de biogás
No início do ano, a Petrobras assinou com a Gás Verde S.A, um contrato para compra de biogás purificado, produzido na Usina de Biogás do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. O produto será utilizado como insumo energético pela Reduc (Refinaria Duque de Caxias), substituindo o gás natural, que passará a ser comercializado pela Companhia no mercado não-térmico.
Além de proporcionar uma oportunidade econômica de diversificação do suprimento de gás para a Refinaria, a iniciativa permitirá à Companhia desenvolver o conhecimento específico da queima de biogás purificado. Do ponto de vista socioambiental, a compra do biogás purificado contribuirá para viabilizar o projeto de recuperação do Aterro Sanitário Metropolitano Jardim Gramacho, um dos maiores projetos mundiais inseridos no MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da ONU (Organização das Nações Unidas).
Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/
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