sexta-feira, agosto 27, 2010

BATERIAS ARMAZENAM GERAÇÃO EÓLICA NOS EUA


Por definição, a geração de energia eólica apresenta uma dificuldade conceitual bem clara. Como depende dos ventos, esse tipo de solução acaba enfrentando alguns obstáculos naturais para se afirmar como uma alternativa viável comercialmente. No entanto, algumas saídas já existem e têm sido desenvolvidas com sucesso. É o caso de algumas empresas norte-americanas, que estão utilizando baterias para armazenar a energia eólica que produzem e não tem para quem vender.

Como é difícil programar e prever com segurança os ventos, ocorre um desequilíbrio entre oferta e demanda. Dessa forma, as chamadas fazendas eólicas acabam tendo que armazenar energia nos períodos fracos, ajustando as lâminas dos geradores de modo a captar pouco vento e não produzir excedente. “São chamadas de fazendas eólicas as instalações de aerogeradores em grandes grupos, onde a potência de cada unidade também é elevada. Os geradores elétricos das diferentes unidades são interconectados entre si por meio de conversores eletrônicos, sendo feita então a ligação da fazenda eólica a uma subestação próxima, para comercialização da energia gerada”, explica o professor do Departamento de Energia Elétrica da UFRJ, Guilherme Rolim, ao Nicomex Notícias.
Dessa forma, as operadoras que estão acostumadas a ajustar a oferta para atender à demanda por energia, se vêem obrigadas a fazer o contrário e procurar a estabilidade de acordo com a flutuação da oferta de ventos. Para isso, locais como o Havaí, que pretende ter 70% da energia vinda de fontes renováveis, adotam como melhor solução a utilização de baterias de armazenamento. Nova York e Califórnia vão pelo mesmo caminho e acumulam quantidade suficiente para permitir comprar energia a preço baixo e vendê-la mais caro, sem prejudicar seu “estoque”.
Na opinião do professor Rolim, no Brasil não existem instalações desse tipo, mas como há muitas usinas hidrelétricas, os próprios reservatórios dessas usinas podem fazer o papel de armazenadores de energia, acumulando água enquanto é usada a energia eólica disponível num dado momento. “Devido à complexidade tecnológica desse tipo de sistema de armazenamento, acredito que ainda não seja viável comercialmente”, explica o especialista, a respeito do mecanismo norte-americano.
Realidade brasileira
Enquanto no Havaí, espera-se conseguir 70% de uso de fontes renováveis, no Brasil, o panorama não é o mesmo. Segundo Rolim, a participação eólica na matriz brasileira ainda é pequena, inferior a 1%. “Mas a tendência é que cresça rapidamente, pois há um grande potencial de geração eólica para o país como um todo”, ressalta, lembrando que a disponibilidade de energia proveniente dos ventos no país é comparável à da usina de Itaipu. “Além disso, o governo tem dado incentivos e já existem algumas fazendas eólicas operando comercialmente, com bons resultados, no Sul e no Nordeste. Em função disso, houve uma grande oferta de geração eólica nos recentes leilões de energia, com a habilitação de dezenas de novos projetos”, finaliza o professor

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/

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