As fibras especiais criadas na Universidade de Exeter dilatam quando esticadas
SÃO PAULO - Imagine uma cortina capaz de proteger as pessoas de cacos de vidro e fragmentos disparados durante uma explosão.
O projeto parece ter saído dos filmes de ficção, mas já está passando pelos primeiros testes no Reino Unido.
Feita de fibras especiais que aumentam de tamanho quando submetidas à pressão, as cortinas poderiam ser usadas para minimizar os problemas em casos de atentados à bomba, por exemplo, e também inspiram a criação dos mais diversos produtos – como um super fio-dental.
Tudo começou há cinco anos, quando um dos alunos de doutorado do professor Ken Evans, da Universidade de Exeter, desenvolveu o material. Vendo o potencial de um tecido capaz de absorver energia, o projeto logo se desenvolveu e se tornou uma pesquisa independente em 2008.
“O segredo está na fibra”, explica o Dr. Michael Sloan, um dos responsáveis pelo projeto. “Há uma parte elástica que forma o interior e outra, envolvida ao seu redor, que é um pouco mais resistente. A parte emborracha pode ser feita de materiais como poliuretano”, diz. A forma como uma fibra envolve a outra é o segredo: quando a força é aplicada, uma troca de posição com a outra fazendo com que o material se “expanda”.
“A fibra que está enrolada se estica, e vice-versa. Essa interação, o quão apertado ficará o tecido, depende do material utilizado na confecção”, explica. Outra característica importante é a presença de pequenos poros, capazes de deixar as “ondas de choque” passarem, o que reduz a pressão na cortina e garante que ela não irá se romper. “O objetivo principal dessas cortinas é proteger as pessoas dos detritos de uma explosão, especialmente cacos de vidro; a ideia é que elas estejam permanentemente colocadas nas janelas de possíveis locais-alvo de ataques”, explica Sloan.
Os testes realizados até agora são confidenciais, mas segundo o pesquisador as cortinas tiveram um ótimo desempenho em explosões equivalente à detonação de um carro-bomba. “Por enquanto, nosso protótipo ainda não deixa passar tanta luz, como seria o ideal para uma cortina de escritório, por exemplo, mas estamos melhorando e, mudando os polímeros, suas cores e os padrões de tecelagem, devemos chegar a um resultado satisfatório”, explica o pesquisador.
As propriedades das fibras desenvolvidas na Universidade de Exeter permitem o desenvolvimento de muitos produtos. “Podemos pensar em curativos, bandagens feitas com fibras como estas, mas super delicadas e impregnadas com antibióticos. No caso de um arranhão, você colocaria este curativo na pele e, caso ele infeccionasse e inchasse, iria pressionar as fibras e fazer o medicamento ser liberado”, diz Sloan.
Outra ideia dos pesquisadores é criar um super fio-dental que, quando esticado, “engorde” e alcance frestas e ranhuras dos dentes com mais facilidade.
Fonte: http://info।abril.com.br/
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