quinta-feira, junho 24, 2010

Fóssil comprova que homem andou mais cedo

O esqueleto parcial de Kadanuumuu revela mais pistas sobre a evolução humana


SÃO PAULO - Esqueleto parcial descoberto na Etiópia confirma que o homem começou a andar em dois membros muito antes do que se pensava.


O fóssil de 3,6 milhões de anos é o de um hominídeo primitivo e pertence à espécie Australopithecus afarensis, o mais estudado e conhecido ancestral direto humano.
Até agora, no entanto, o único esqueleto parcial dessa espécie era a famosa Lucy, um fóssil de uma fêmea de 3,2 milhões de anos descoberto em 1974.

No entanto, além de ser 400 anos mais velha do que ela, a nova descoberta também é significativamente maior – daí o apelido de "Kadanuumuu", que significa “homem grande” na língua Afar.

Descoberto por uma equipe internacional de cientistas em 2005, o esqueleto parcial levou cinco anos para ser completamente analisado e, agora, o primeiro estudo sobre suas características foi publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences. O trabalho foi liderado pelo Curador do Museu de História Natural de Cleveland, Dr. Yohannes Haile-Selassie

O indivíduo descoberto era completamente bípede e tinha a habilidade de caminhar quase como os humanos modernos. Como resultado dessa descoberta, os pesquisadores afirmar cm certeza que Lucy e seus parentes caminhavam quase com perfeição em duas pernas, como nós, e que o alongamento dos nossos membros inferiores ocorreu antes na linha do tempo evolutiva do que se acreditava.

Até agora, toda a compreensão do movimento do Australopithecus afarensis dependia apenas da Lucy. Como ela era uma fêmea extremamente baixa, com pernas muito curtas, isso deu a alguns pesquisadores a impressão de que ela não estava completamente adaptada à caminhada em duas pernas. Esse novo esqueleto remove essa impressão. O hominídeo macho tinha entre 1,5 e 1,67 metros, enquanto a Lucy tinha apenas 1 metro.

Além disso, o Kadanuumuu é a clavícula mais completa já encontrada em um fóssil humano.

Tanto a Lucy como o Kadanuumuu foram encontrados com pélvis, ossos completos dos membros inferiores, elementos dos membros superiores, coluna vertebral e tórax. O novo fóssil, no entanto, foi encontrado com costelas mais completas e uma escápula quase completa, o que permite aos pesquisadores conseguir mais informações sobre o Australopithecus afarensis do que as fornecidas pela Lucy.

A análise do Kadanuumuu indica também que o ombro e a cavidade das costelas dessa espécie eram diferentes das dos chimpanzés. Essas descobertas confirmam as conclusões tiradas coma análise do fóssil ´Ardi´ (Ardipithecus ramidus, uma espécie de hominídeo de 4,4 milhões de anos descoberta em outubro de 2009): a de que os chimpanzés passaram por muitas mudanças desde que nós compartilhamos um ancestral em comum com eles.



Fonte: http://info.abril.com.br/

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