terça-feira, maio 04, 2010

Mamutes possuíam sangue anti-congelante


SÃO PAULO – Analisando o DNA de animais já extintos, cientistas descobrem que o mamute possuía uma característica extra para sobreviver no frio: sangue que podia correr gelado nas veias.


A equipe liderada por Kevin Campbell, da Universidade de Manitoba no Canadá, descobriu o truque fisiológico que permitiu aos animais sobreviver à Era do Gelo.
O material genético foi extraído de restos de mamute com mais de 43 mil anos achados na Sibéria. O DNA da hemoglobina foi isolado e comparado com o código genético de elefantes modernos africanos e asiáticos.

Essa comparação revelou uma adaptação na hemoglobina do mamute (a célula responsável por carregar oxigênio na corrente sanguínea) que permitiu que eles sobrevivessem em latitudes altas sem perder muito calor. O DNA do mamute apresentava mudanças pequenas, mas significativas, em apenas 1% das proteínas estudadas. Elas mostraram que a hemoglobina do animal precisava de menos energia para liberar oxigênio no corpo enquanto passava pelas artérias - o que literalmente permite que o sangue corra frio.

Os ancestrais do mamute se originaram na África equatorial há cerca de sete milhões de anos. Algumas populações migraram para o norte há mais de um milhão de anos, enquanto outras permaneceram em áreas quentes e deram origem aos elefantes modernos.

Com suas orelhas grandes, os elefantes africanos e asiáticos são adaptados para se refrescarem em ambientes quentes - já os mamutes sobreviveram evoluindo de forma a salvar calor. Sem essa adaptação, os mamutes perderiam mais calor no inverno, e teriam que comer mais para sobreviver – só que, no inverno, não há muito alimento disponível.

O estudo publicado na Nature Genetics abre caminho para mais pesquisas que ajudem a compreender melhor a morfologia e fisiologia de animais já extintos.




Fonte: http://info.abril.com.br/

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