sábado, fevereiro 27, 2010

Cozinheiro robô: chefs mecanizados invadem a cozinha


Em um corredor vazio, iluminado por luz fluorescente, no segundo piso do Smith Hall, um dos edifícios da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, o professor Paul Rybski e uma dupla de alunos de pós-graduação demonstraram a mais avançada de suas criações. Resultado de dois anos de pesquisa e do conhecimento coletivo de 17 membros do corpo docente, alunos de graduação e de doutorado do Grupo de Interação Robô-Humano, o trabalho tem a forma de um robô equipado com um sistema de navegação por laser que custa US$ 20 mil, sensores de som e uma câmera estereoscópica Point Grey Bumblebee 2, que faz a função de olhos, os quais parecem encarar os espectadores de um rosto de plástico cor de argila, sem sexo definido.
Com Rybski contemplando como um pai orgulhoso, um estudante barbado de pós-graduação digitou alguma coisa em um laptop instalado sobre um carrinho de serviço, e o robô começou a rodar a fim de cumprir sua missão primária: a entrega de uma barra de cereais Nature Valley embrulhada em plástico transparente.

"Olá, sou o Snackbot", declarou o aparelho, em voz não muito diferente da usada pelo computador HAL 9000, no filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, enquanto sua "boca" retangular formada por LEDs pulsava ao formar palavras. "Vim entregar comida a Ian. Ian está por aqui?" Respondi afirmativamente. "Oh, olá, Ian", disse o robô. "Eis o seu pedido. Creio que seja uma barra de granola, certo?" Confirmei o pedido. "Está bem, pode apanhar o seu pedido. Tenho certeza de que é gostoso, mas eu mesmo preferiria um prato de eletricidade".

Projetado para recolher informações sobre como os robôs interagem com pessoas (e para descobrir como melhorar o relacionamento entre os dois grupos), o Snackbot foi cuidadosamente considerado em termos de máxima aproximação, em todos os detalhes, do seu tamanho à sua cor. E o fato de que ele distribui comida, para surpresa de ninguém, ocupa posição central nessa facilidade de aproximação.

"Percebemos que não existia maneira melhor de as pessoas interagirem com um robô do que uma máquina que lhes traz comida", disse Rybski.

O Snackbot é apenas um dos soldados em um verdadeiro exército de novos robôs projetados para servir e cozinhar alimentos, e no processo funcionar como embaixadores de boa vontade, e divulgadores, de um futuro mais automatizado.

Em 2006, depois de quatro anos de pesquisa e de investimentos de mais de US$ 250 mil, a Fanxing Science and Technology, uma empresa de Shenzhen, China, revelou aquilo que designou como "o primeiro robô culinário do mundo" -o AIC-AI Cooking Robot-, capaz de, ao apertar de um botão, fritar, assar, ferver e cozinhar milhares de pratos chineses, de pelo menos três regiões culinárias distintas no país.

O AIC-AI precisa de um forno especial para cozinhar, mas muitos dos magos culinários mecanizados desenvolvidos depois dele podem trabalhar em qualquer espécie de fogão, desde que o robô aprenda com antecedência como um dado fogão funciona, ou que as características do fogão estejam programadas no software do aparelho.

Em 2008, cientistas do Laboratório de Algoritmos e Sistemas de Aprendizagem, em Lausanne, Suíça, desenvolveram um desses cozinheiros robotizados capazes de aprender, o Chief Cook Robot, capaz de fazer omeletes (presunto e queijo foi sua primeira tentativa de recheio). No mesmo ano, o Museu das Indústrias Criativas de Osaka, no Japão, viu a demonstração de um robô programável capaz de fazer takoyaki (bolinhas de polvo) começando do zero, e usando uma bandana de chefe de cozinha posicionada elegantemente sobre seu módulo superior.





Fonte: http://tecnologia.terra.com.br/

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