Aplicativo Joga Craque, da desenvolvedora Vostu: por dia, são feitas mais de duas mil transações de compra pelo jogo, com valores que variam de 5 a 80 reais
Colher as frutas de um pomar virtual, ou administrar a carreira de um jogador de futebol fictício pode não passar de um hobby para alguns. Para outros, é um ganha-pão.
No Brasil, aos poucos, os aplicativos de rede social estão se tornando uma realidade lucrativa. Depois do sucesso ‘inocente’ do Buddypoke, que cria bonecos e avatares personalizados, uma série de jogos surgiram no orkut, inspirados, muitas vezes, no sucesso da prática no Facebook.
Do ‘hit’ FarmVille, produzido pela Zynga Networks e com mais de 72 milhões de usuários ativos, brotaram as versões abrasileiradas: Colheita Feliz e Mini Fazenda, ambas com milhões de usuários registrados, no topo da lista de popularidade do site. E suas fabricantes não escondem: vêm em busca do dinheiro via web.
A Vostu é uma das empresas que está por detrás da “tropicalização” de aplicativos que deram certo no exterior. Além do quase-clone Mini Fazenda, em fase beta, também é dona do Joga Craque, um simulador futebolístico com mais de dois milhões de usuários ativos - o segundo aplicativo mais adotado e bem avaliado pelos jogadores do orkut.
O modo do jogo esportivo e até mesmo a interface se assemelham ao clássico Mafia Wars, outro game da americana Zynga e ícone do Facebook. No Joga Craque, os usuários cultivam seus craques, buscam habilidades e se enfrentam dentro do orkut. Tudo é parecido; mudam-se as plataformas e os ambientes.
Mateus Lagazzi Penteado, representante da Vostu no Brasil, diz que a inspiração existe, sim, mas o modo de jogo e o foco dos títulos da empresa são diferenciados. “Nosso perfil de jogador é a molecada brasileira de 12 a 14 anos, que gosta de futebol, tem um espírito competitivo e quer ver as vitórias expostas na rede”, conta.
Esses jovens, de acordo com Penteado, são os que mais trazem dinheiro à empresa. Há uma média de duas mil transações por dia, com cada uma delas variando de 5 (o valor mínimo) a 80 reais, segundo o executivo.
Por PagSeguro ou por SMS, os usuários compram roupas, acessórios e habilidades para seus personagens, com o único intuito de vencer seus amigos e pontuar nos rankings.
Os bons números da empresa aqui no Brasil, na opinião de Mateus Penteado, estão ligados às formas seguras de pagamento e ao atendimento. “Comparando com outros jogos, temos um bom atendimento ao cliente; a tendência é ter uma equipe de suporte dedicada em breve”, diz.
O modelo de negócio americanizado não vem à toa. A Vostu começou a ser formada na Universidade de Harvard, por Daniel Kafie, que hoje é o CEO da companhia. Depois de alguns estudos, ele e sua equipe optaram por iniciar suas operações não na terra-natal, e sim no Brasil, um território online ainda pouco explorado, onde as redes sociais possuem uma alta adesão entre todas as idades.
Hoje, a empresa conta com quinze funcionários ao todo para gerenciar seus únicos dois aplicativos de orkut. O crescimento do Joga Craque nos últimos meses foi tanto que a empresa teve que “engavetar” os novos projetos para estabilizá-lo.
Para 2010, a intenção da empresa é aumentar a infra-estrutura, o número de jogos, e mais, consolidar a marca para negociar com outras companhias e firmar parcerias publicitárias.
“Apesar do número de dois milhões de usuários ser algo relevante, queremos estabilizar a marca nos próximos meses, por isso nem iniciamos uma busca por parceiros”, afirma Penteado.
Ao que parece, um novo modelo de negócio começa a engatinhar no Brasil. O ano de 2010, com a reformulação do orkut consolidada, será o do tira-teima: aplicativo é algo realmente viável às empresas ou não passa de uma continuação do negócio mal sucedido de Second Life?
Fonte: http://info.abril.com.br/
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