quarta-feira, novembro 04, 2009

WiMax existe, pelo menos na Rússia


O padrão WiMax de banda larga (fixa ou móvel) foi anunciado no início da década como a grande salvação para conectividade em qualquer lugar, criando redes metropolitanas sem fios. Entretanto, poucos projetos foram adiante até o momento, e um deles é o da operadora russa Yota.

ZumoNotícias conversou por e-mail com Yegor Ivanov, diretor internacional de desenvolvimento da companhia, para tentar entender o que é o WiMax e como ele é utilizado.
A Yota oferece planos de tráfego ilimitado e com roaming liberado para uso em qualquer cidade coberta pela rede, que custam entre 20 euros/mês para uso em laptops, modems USB e placas Express Card, e 11 euros por mês (para o celular HTC Max 4G).
A oferta mais cara inclui acesso a uma loja online de músicas com download liberado. Além disso, o serviço WiMax tem uma opção de uso diário, a 1,15 euro por 24 horas.
WiMax é uma tecnologia que a gente ouve falar faz tempo mas nunca viu um projeto em andamento. Por que WiMax?As primeiras redes 3G surgiram na Europa. E só oito anos depois elas apareceram na Rússia. E ainda tem problemas específicos na questão de freqüência de bandas disponíveis. Enquanto isso, vimos que o mercado de internet em banda larga era o de maior crescimento.
Uma tendência observada foi o fato de, ao longo dos anos, as pessoas quererem se livrar dos fios: rádio, celular, e iria acontecer com a banda larga. Temos velocidades de 10 Mbit/s, e é mais que suficiente para agora. Embora o serviço seja de alta demanda, decidimos assumir o risco de investir em WiMax móvel. E estamos bem satisfeitos com o resultado.
E vale lembrar que, quando nos decidimos por essa tecnologia, ela era mais avançada existente. E usamos apenas WiMax, nada de 3G. Queremos, no final de 2010, ter pronto o primeiro teste do próximo padrão de WiMax móvel o 802.16m.
Qual o estado das redes WiMax na Rússia hoje? Para o consumidor final, é mais caro ou mais barato que uma conexão banda larga comum?Lançado em setembro de 2008, o serviço da Yota funciona em Moscou, São Petersburgo e Ufa, três cidades com mais de 20 milhões de habitantes, com velocidades de até 10 Mbps. Em outubro deste ano, quatro meses depois do lançamento comercial em Moscou, já eram 200 mil assinantes.
No final de 2009, mais duas cidades (Krasnodar e Sochi) terão acesso ao serviço. Em comparação a outros países europeus, a Rússia tem baixa penetração de internet, mesmo nas grandes cidades.
Acesso à internet móvel ainda é lento e caro por aqui, já que as redes 3G ainda não são muito populares - e não funcionam em Moscou ainda. Temos tarifas ilimitadas mais baixas que a banda larga fixa. E com nossa entrada, provedores locais começaram a reduzir seus preços também. É um impacto do WiMax móvel que observamos no mercado.
Como o WiMax pode se tornar um instrumento de inclusão digital? Ou é apenas uma alternativa às redes existentes?Consideramos universal a conexão do Yota 4G Internet, já que pode ser usada em qualquer lugar que o usuário vá - em casa, no escritório, no carro. Queremos criar uma experiência de "quatro telas", com aplicativos no computador, na tela grande (TV de casa), carros (sistemas de navegação) e celulares.
Neste caso, podemos criar algo totalmente diferente, como escolher um filme pelo celular para vê-lo em casa, compartilhar no computador etc. É tudo conectado. E não temos apenas a operadora de telecomunicações, mas também um centro de desenvolvimento de software e uma empresa de mídia, que cuida dos direitos autorais para vídeos e música.
Em casa, o que muda quando você assina um serviço WiMax? Precisa de algum equipamento especial?É necessário usar um dos dispositivos WiMax: um modem 4G USB (Samsung SWC-U200), uma placa Express Card (Samsung SWC-E100), um celular com Wi-Max e GSM (HTC Max 4G), um notebook com WiMax integrado ou dispositivos de ponto de acesso como o Yota Egg ou o Asus Mobile WiMax/Wi-Fi Center. A simplicidade do processo deixa o usuário cada vez mais móvel.
E como é o comportamento do consumidor ao usar esse tipo de aparelho?Percebemos que o comportamento está mudando. O número de usuários móveis e ultramóveis cresce constantemente, já que quem usa em apenas um lugar passa a usar em todos os lugares.
Por exemplo, uma parcela dos assinantes móveis (que usam de seis a dez setores das estações-base) e ultramóveis (usam mais de 10 setores) eram torno de 25 a 30% dos consumidores entre abril e maio. Em junho, atingiu 46%. E assinantes "fixos" (1 ou 2 setores apenas) estão diminuindo - foram de 30% em abril/maio para 13% em julho.




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