quarta-feira, novembro 18, 2009

Apple tenta patentear publicidade integrada aos aparelhos


A Apple descreve seus produtos como "algumas das tecnologias mais queridas do planeta" em suas campanhas de recrutamento de novos funcionários, mas uma nova tecnologia publicitária desenvolvida pela empresa pode perturbar esse amor dos consumidores pelos produtos de Steve Jobs.

Em pedido de patente apresentado no ano passado ao Serviço de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos, a Apple está procurando patentear uma tecnologia que permitiria exibir publicidade em praticamente qualquer forma de tela: computadores, celulares, televisores, players de mídia, aparelhos de videogame e outros bens de consumo eletrônico.
Fazer um pedido de patente não significa, claro, que a empresa pretende empregar a tecnologia. Mas o pedido demonstra que, no mínimo, a Apple investiu em pesquisas para desenvolver o que classifica como "rotina compulsória" com o objetivo de submeter os usuários de eletrônicos a publicidade que talvez não desejem assistir.
O traço característico do sistema é um design que não simplesmente convida um usuário a dedicar atenção a um anúncio, mas o força a fazê-lo. A tecnologia poderia congelar o aparelho até que o usuário aperte um botão ou responda a uma pergunta de teste para demonstrar que dedicou atenção à mensagem comercial. Porque essa tecnologia estaria incorporada aos sistemas centrais do aparelho, os anúncios poderiam aparecer na tela a qualquer momento, não importa a atividade em exercício.
O sistema também conta com uma versão para players de música, que inseriria comerciais com um comando auditivo para que o usuário aperte determinado botão, a fim de confirmar sua atenção.
Os inventores afirmam que essa forma de publicidade permitiria que computadores e outros eletrônicos fossem oferecidos gratuitamente ou por preço baixo aos consumidores. Em troca, eles aceitariam ver os anúncios. Caso, no futuro, os usuários passassem a considerar que os testes de atenção e anúncios incomodam demais, poderiam pagar para livrar o aparelho de publicidade, em caráter temporário ou permanente.

Quem teria adivinhado que a Apple, tão reverenciada, procuraria patentear uma engenhoca não muito diferente dos truques usados para vender imóveis em timeshare? (Se você aceitar participar do seminário de vendas, ganha um final de semana de viagem!) Ou será que alguém imaginaria que a Apple de 2009, uma companhia de produtos premium, pediria patente sobre um descendente tardio dos produtos da Free PC e ZapMe, empresas que, em 1999, distribuíam gratuitamente computadores programados para exibir publicidade em suas telas de forma contínua?
O que o pedido de patente chama de "rotina compulsória" envolve ministrar testes periódicos, como por exemplo um botão de resposta em uma caixa de pop-up, que teria de ser apertado durante cinco segundos e depois desapareceria, com o objetivo provar que o usuário estava prestando atenção ao anúncio.



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