Steve Ballmer, executivo-chefe da Microsoft, debochou hoje da intenção do Google de desenvolver um sistema operacional para computadores, mas expressou seu otimismo em relação à situação econômica. "Serei respeitoso. O Chrome é muito interessante. Só vai existir daqui a um ano e meio, mas o estão anunciando agora", ironizou o executivo, que respondia a uma pergunta sobre o anúncio de que o Google desenvolverá um sistema operacional para o mercado dos netbooks.
Ballmer disse ainda, no segundo dia da Conferência Mundial de Parceiros da Microsoft que levou quase seis mil pessoas à cidade americana de Nova Orleans, que não funcionará a estratégia do Google de ter dois sistemas operacionais - além do recém-anunciado Chrome OS, a empresa já tem no mercado o Android, para telefones celulares.
"Não há necessidade de dois sistemas operacionais", afirmou, acrescentando que a Microsoft tentou o mesmo com o Windows 95 e o Windows NT. Ainda segundo Ballmer, na metade do tempo que passam em frente ao computador, os usuários não usam navegadores de internet, por isso a estratégia do Google para os netbooks não é acertada. "O Windows é o sistema operacional adequado", afirmou.
O executivo, no entanto, foi mais comedido ao falar da Apple, que já foi a maior preocupação da empresa em termos de concorrência. E perdeu a oportunidade de atacar a rival quando perguntado sobre a popular campanha de TV em que faz graça dos problemas do Windows. Segundo o diretor, a Microsoft mantém a estratégia de ignorar as provocações da Apple e "contar a história do PC".
O resultado, de acordo com o executivo, tem sido bom, já que os números dos últimos nove meses mostram que o Windows avançou sobre a fatia de mercado dos Mac da Apple. Ele também comentou uma notícia publicada hoje no jornal The New York Times, que diz que o site de buscas da Microsoft, o Bing, ajuda a melhorar a credibilidade da companhia e mostra o quanto a empresa é persistente.
"Fomos repreendidos demais", disse Ballmer sobre o fracasso inicial da Microsoft em desenvolver um site de buscas capaz de concorrer com o Google. "Mas (o Bing) é uma prova de nossa tenacidade", declarou.
Sobre o panorama econômico, o executivo disse várias vezes que 2009 está sendo um ano "duro". Ao falar da crise, no entanto, evitou falar de uma "recessão" ou de uma "depressão", preferindo se referir ao contexto atual como um momento de "reinício". A explicação do diretor para as turbulências no mercado é que "a economia mundial se reaqueceu" quando pessoas e empresas começaram a pegar muito dinheiro emprestado e o sistema ficou sem condições de cobrir os empréstimos.
"A economia tinha que desacelerar. Ela vai engrenará num ritmo mais lento, isso é inevitável", disse o executivo-chefe da Microsoft, que destacou as oportunidades que a Microsoft e seus associados terão de aumentar sua participação de mercado.
"Hoje, tenho mais otimismo nas oportunidades do que já tive em qualquer outro momento da história", afirmou. Segundo ele, a empresa investirá US$ 24,5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. A área de Comunicações e Produtividade será a que receberá mais recursos (US$ 7,6 bilhões). O Windows e o Internet Explorer, por sua vez, receberão US$ 5,1 bilhões para aperfeiçoamentos.
A Microsoft também anunciou que a plataforma Windows Azure poderá ser baixada de forma gratuita a partir de hoje para que os programadores comecem a desenvolver aplicativos.
Fonte: www.terra.com.br
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