A Conferência Ministerial Ibero-Americana sobre Infância e Adolescência iniciou hoje dois dias de reuniões em Lisboa nas quais o acesso à tecnologia como um direito básico desde a infância será um dos principais temas em discussão.
Especialistas e delegados dos 14 países participantes debateram sobre os programas de cooperação e as experiências de cada país para fazer frente aos graves problemas das crianças e adolescentes nas sociedades ibero-americanas, desde a violência até o acesso à educação, passando pela "desigualdade" de oportunidades.
Na abertura da conferência, que termina na sexta-feira, o ministro do Trabalho de Portugal, José Antonio Vieira, ressaltou a necessidade de que a comunidade de países ibero-americanos avance na aproximação das novas tecnologias aos mais jovens como uma aposta pelo progresso e pelo desenvolvimento.
Já o secretário-geral de Política Social do Ministério da Saúde espanhol, Francisco Moza Zapatero, ressaltou o papel da internet como ferramenta para potencializar a educação, mas alertou para a necessidade de prevenir contra os "perigos" que a rede pode oferecer aos mais novos.
Os presentes ao evento em Lisboa consideram o acesso de crianças e adolescentes às tecnologias como um dos principais desafios em matéria de educação na região ibero-americana. Para o ministro Vieira, "garantir que todas as crianças tenham acesso às novas tecnologias e aumentar os recursos educativos digitais nas escolas permitirá combater as desigualdades".
Os ministros e altos representantes que estão na conferência de Lisboa compartilham experiências e projetos sobre os problemas da infância e a adolescência em âmbitos como educação, saúde e família e passam em revista os programas ligados a esses temas que estão em andamento.
O evento faz parte das reuniões setoriais de ministros organizadas por Portugal em sua qualidade de anfitrião da cúpula ibero-americana de chefes de Estado e de Governo, marcada para o final de novembro no balneário do Estoril.
Portugal e Uruguai expuseram seus programas para oferecer computadores com acesso a internet aos estudantes, algo que o ministro português defendeu como uma medida particularmente necessária diante da crise econômica mundial.
Julio Bango, representante uruguaio e diretor do programa Infância, Adolescência e Família, destacou que seu país "será o primeiro da América Latina a ter todas as crianças em idade escolar com um computador". "É uma mudança pedagógica nas escolas" que as dota de uma ferramenta educativa que "rompe com a exclusão digital", destacou Bango. O uruguaio também lembrou de outros problemas que afetam a população infantil na América Latina, como a marginalização, a pobreza, os maus-tratos físicos e o abuso sexual.
Vieira aproveitou para insistir na necessidade de trabalhar em prol da "proteção das crianças, que são as mais vulneráveis, frente a situações de risco em suas famílias ou em seu entorno". Ana María Portales, representante da Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib), destacou a especial importância da qualidade da educação básica nas políticas a favor da infância e apelou à "responsabilidade conjunta de toda a sociedade" para dar oportunidades e prevenir a exclusão.
Já a secretária nacional de Infância e Adolescência do Paraguai, Lis Cristina Torres, expressou a necessidade de não "hipotecar" o país por falta de investimento em educação infantil. Em entrevista, Torres explicou que, entre outras metas, o Governo de seu país quer "erradicar" um dos problemas que afetam milhares de menores na América Latina: o trabalho infantil nas ruas.
Fonte: www.terra.com.br
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