Nos anos 90, Son Joo-eun se tornou um sucesso no segmento de cursinhos de preparação para o vestibular nacional da Coréia do Sul, um negócio altamente competitivo. Sua renda anual atingia os 720 milhões de won - o equivalente a US$ 573 mil, hoje - e ele trabalhava como instrutor privado para as famílias mais ricas de Seul, com o objetivo de ajudar seus filhos a conquistar admissão nas universidades de elite do país.
Foi então que ele chegou a um momento de lucidez: "Aquilo que eu estava fazendo, ajudando os ricos a conduzir seus filhos ao topo da pirâmide e a manter os demais jovens sempre para baixo, na verdade aprofundava a desigualdade do sistema educacional".
Em 1999, quando estava assistindo a um canal de televisão que promovia vendas pelo telefone, Son formulou a idéia de uma escola online de preparação para o vestibular nacional. Já que os sul-coreanos estavam aderindo alegremente à internet em banda larga, sua idéia foi perguntar: por que não levar às suas casas também as aulas preparatórias?
Ele recorreu à web para oferecer um sistema "honesto e de baixo custo de melhora da educação, disponível para todos", e desde então o multibilionário setor sul-coreano de cursinhos preparatórios jamais foi o mesmo.
O Megastudy.net, o serviço online de preparação para vestibulares que Son iniciou em 2000, pode representar a perfeita convergência entre as duas obsessões dos sul-coreanos: a boa formação educacional e a internet. Neste país, onde a situação e a renda que uma pessoa tem aos 60 anos são em larga medida determinadas pela faculdade que ela tenha feito aos 18, a tarefa dominante entre os país sul-coreanos é a de garantir a admissão de seus filhos em uma das universidades de elite. E fazê-lo requer uma nota excelente no vestibular nacional.
Ao explorar essas ansiedades, que se aprofundam ainda mais em períodos de recessão, a Megastudy se tornou a empresa de tecnologia que mais cresce na Coréia do Sul, com expectativa de alta de 22,5% em seu faturamento este ano, para 245 bilhões de won, ou US$ 195 milhões, apesar das projeções de contração na economia nacional.
Cerca de 2,8 milhões de estudantes sul-coreanos, entre os quais aproximadamente metade dos alunos de última série do segundo grau, são assinantes do Megastudy, que lhes fornece acesso a alguns dos mais célebres professores de cursinho do país. Por uma fração das despesas em que incorreriam se recorressem a um cursinho tradicional, os alunos podem assistir a vídeos de instrução em seus computadores domésticos, ou baixá-los para aparelhos portáteis e assisti-los no metrô ou em parques. Podem saltar determinadas porções das aulas e marcar e repetir os trechos mais interessantes.
Fonte: www.terra.com.br
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