A crise financeira mundial parece não ter atingido as empresas do setor de tecnologia em Florianópolis, Santa Catarina. Com crescimento cada vez maior, muitas delas estão ampliando estruturas ou migrando para municípios vizinhos à capital em busca de melhores condições. Os empresários apontam que as principais questões que forçaram a migração são a falta de estrutura física, a especulação imobiliária em Florianópolis, além da política de atração de empresas criada em cidades da região metropolitana, como Palhoça, Biguaçu e São José. O presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Rui Gonçalves, destaca que o setor tem apresentado uma média de crescimento de 20% ao ano e que ainda existem vagas de emprego, na contramão de outros segmentos econômicos. "Arrecadamos em impostos cerca de R$ 700 milhões, quase três vezes mais do que o setor turístico", diz. "Estamos estudando formas de criar estrutura física para as empresas, mas muitas estão migrando para as cidades da região metropolitana". A crise, segundo Gonçalves, tem gerado oportunidades para as empresas do setor devido à necessidade de grandes conglomerados de cortar custos. "Diante dessa turbulência financeira, as empresas adotam políticas de redução de perdas para tentar suportar a crise", diz. "E para cortar custos, elas precisam investir em tecnologia e inovação". A Acate administa um condominio de informática no centro de Florianópolis onde estão instaladas 50 empresas. Um novo prédio já está em construção ao lado para abrigar outros dez novos grupos. "Ficou muito caro se expandir na capital catarinense. O problema é que o mercado imobiliário está saturado, as áreas são caras para novos empreendimentos e por isso cidades vizinhas estão ganhando", diz Gonçalves. "Além disso, grande parte da mão de obra vem desses municípios da região. Tenho 110 funcionários e mais da metade não mora em Florianópolis". Um do casos que ilustram o crescimento do setor e a busca por novos espaços para consolidação é o da Automatisa, empresa que cria equipamentos para corte e gravação a laser de diversos tipos de materiais. Instalado no Parque Tecnológico Alfa, na capital, o grupo vem utilizando uma garagem para armazenar parte do equipamento. Quarenta funcionários dos setores de engenharia, produção e administrativo dividem o espaço na incubadora. "Encontramos muita dificuldade para encontrar espaços em Florianópolis e optamos pela cidade de Biguaçu", revela o diretor Marcos Lichtblau. Juntamente com outras quatro empresas de tecnologia, a solução encontrada pela Automatisa foi adquirir um terreno de 1,5 mil m² em Biguaçu com outras três empresas do setor: Audaces, Cianet e Specto. "As prefeituras do entorno oferecem benefícios em IPTU e ISS, além de uma localização estratégica para a nossa empresa que trabalha com equipamentos". Mão de obraO presidente da Acate e o empresário Lichtblau afirmam que além do espaço físico, o grande desafio para o setor ainda é a mão de obra qualificada. "Em 2008, só as empresas de software de Florianópolis cresceram 60% no faturamento local, o que é inimaginável em tempos de crise. É uma indústria limpa e que continua contratando muito", diz Gonçalves. "Precisávamos de profissionais com curso técnico nessas áreas. Ou encontramos no mercado pessoas muito graduadas, ou profissionais que ainda não estão preparados para trabalahr com tecnologia", lamenta Lichtblau. Fonte: www.terra.com.br |
sábado, maio 02, 2009
SC: empresas ignoram crise e até migram para crescer
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