Os Estados Unidos não contam com uma política militar clara que defina como as autoridades responderiam a um ciberataque contra suas redes de comunicação, energia ou serviços financeiros, alertou um painel de cientistas e consultores na quarta-feira, e o país precisa esclarecer a situação de suas capacidades ofensivas e a maneira pela qual responderia a ataques desse tipo. O relatório, baseado em um estudo de três anos de duração realizado por um painel formado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, representa o primeiro esforço importante para ponderar o uso militar de tecnologias de computador como armas. O potencial uso ofensivo dessas tecnologias vem sendo amplamente discutido nos últimos anos, e perturbações em sistemas de comunicação e sites se tornaram acontecimentos comuns nos conflitos militares e políticos travados em todo o mundo desde 2000. Intitulado "Tecnologia, Política, Lei e Ética na Aquisição e Uso de Capacidades de Ciberataque pelos Estados Unidos", o relatório conclui que o véu de segredo que cerca o planejamento para uma guerra cibernética na verdade prejudica a estratégia militar do país. Entre os autores do estudo estão o almirante William Owens, antigo chefe do Estado-Maior Conjunto das forças armadas norte-americanas; William Studeman, ex-diretor assistente da Agência Central de Inteligência (CIA); e Walter Slocombe, ex-subsecretário de política no Departamento da Defesa. Os cientistas e especialistas em computação que faziam parte do painel incluem Richard Garwin, um físico que trabalha para a IBM. Owens declarou em entrevista coletiva na quarta-feira, em Washington, que a idéia de "domínio unilateral duradouro do ciberespaço" pelos Estados Unidos não era realista, em parte devido ao baixo custo das tecnologias requeridas para montar um ataque. Ele também disse que a idéia de que operações ofensivas desse tipo eram uma opção militar "sem riscos" não estavam corretas. Nos Estados Unidos, o uso ofensivo de armas cibernéticas é um segredo militar altamente confidencial. Existem informações que remontam aos anos 90 no sentido de que agências norte-americanas de inteligência montaram operações nas quais aparelhos eletrônicos passaram por modificações sistemáticas a fim de permitir que perturbassem as atividades de um oponente, ou para fins de vigilância. Mas essas atividades nunca foram reconhecidas publicamente pelo governo. Fonte: www.terra.com.br |
sexta-feira, maio 01, 2009
Estratégia secreta de guerra cibernética dos EUA é criticada
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