terça-feira, julho 03, 2012

Presidente da Abenav pede mais investimentos em P&D e logística

Para ele, a Abenav irá trabalhar para que os preços da cadeia produtiva de O&G se tornem um benchmark internacional
Rio de Janeiro (RJ) - Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento e em logística são necessários para que os fornecedores brasileiros se tornem competitivos internamente e consigam, sem grandes percalços, cumprir com as exigência de composição de conteúdo nacional para a indústria naval e offshore. Essa foi a análise do presidente da Associação Brasileira de Empresas do Setor Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, que comandou o evento Fornecer, em parceria com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval).

O evento teve como objetivo reunir as empresas que atuam na cadeia de suprimentos para a indústria offshore para debater as oportunidades existentes para as empresas em função da obrigatoriedade de percentagem mínima de conteúdo nacional nos empreendimentos do setor de óleo e gás. “Queremos levantar a necessidade de se investir mais em Pesquisa e Desenvolvimento. E, para isso, é preciso que o governo crie uma linha de investimento de fundo perdido para que o empresário se sinta estimulado a investir em P&D. Outro ponto que será colocado é a questão da logística brasileira. Esse é um gargalo que precisa ser superado”, comentou Mendonça.

Durante a sua apresentação, Mendonça lembrou aos participantes que serão realizados, até 2020, um total de 786 projetos, entre plataformas de produção, sondas, barcos de apoio e petroleiros. "Ao todo, esses projetos representarão US$ 180 bilhões em investimentos e nós temos que aproveitá-los da melhor maneira possível. O óleo está no pré-sal e se nós não conseguirmos tirar, com certeza aparecerão outras empresas para fazê-lo”, disse.

 Ele acrescentou que a Abenav irá trabalhar para que os preços da cadeia produtiva de O&G se tornem um benchmark internacional, encaminhando sugestões de trabalho de mais parceria com os órgãos governamentais. “Se pegarmos hoje um estaleiro voltado para a construção offshore, o nível de custos aqui é bastante parecido com o que é praticado em âmbito internacional.

 Mas os preços dos produtos ainda não são competitivos. Então, vimos que a participação do governo é de suma importância. Quando se observa o que aconteceu nos países que criaram uma indústria naval sólida, a gente descobre que a participação governamental foi crucial para o seu sucesso. Estamos muito confiantes no Plano Brasil Maior, que vem sendo coordenado pelo MDIC.

 Já o diretor-executivo do Sinaval, Sergio Leal, disse que está satisfeito com a política adotada pelo governo federal que estimula a produção nacional. "A política de conteúdo nacional é, antes de tudo estratégica. E temos mostrado que há condições de se produzir com qualidade e preço no Brasil desde que existam incentivos e estímulos", disse, acrescentando que os recorrentes atrasos vistos em estaleiros são referentes ao aquecimento do setor e problemas externos, como a demora na entrega de equipamentos adquiridos no exterior.

 Polo industrial

 Representando a Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin), o diretor de política industrial da entidade, Alexandre Gurgel, afirmou que o Governo do Estado do Rio de Janeiro, está empenhado em estimular a produção de peças e equipamentos para o setor naval e offshore. Ele citou o projeto que cria um polo industrial para a indústria de peças para o mercado offshore.

Os custos de execução estão orçados em R$ 250 milhões. O polo ficará localizado numa área de quatro milhões de metros quadrados no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. "O polo vai funcionar como um corredor logístico, com ênfase no modal hidroviário. Esse é um projeto à altura do setor. Afinal, o Rio de Janeiro representa 50% de toda a atividade offshore realizada no Brasil", disse Gurgel.
 

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