A Petrobrás quer dobrar o número de pequenas e microempresas fornecedoras de produtos e serviços para a cadeia de petróleo e gás. A estatal investiu nos últimos 12 meses, R$ 200 milhões em compras para atender às demandas da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos e a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão, mas, apenas 5% desse total ficou com pequenos negócios da Baixada Santista. A expectativa é de que, até 2015, a exploração do pré-sal movimente cerca de US$ 25 bilhões somente naquela bacia.
Para ajudar as pequenas e microempresas a abocanharem uma fatia desse montante, o Sebrae-SP fez um mapeamento da cadeia de petróleo e gás na Baixada Santista para identificar demandas que podem ser atendidas por pequenas e microempresas. Foram identificadas 87 demandas - 44 de bens e 43 de serviços - e 30 segmentos de pequenas e microempresas que podem aproveitar essas oportunidades. Entre elas estão a fabricação de esquadrias em aço e alumínio, comércio de brindes, serviços de publicidade, criação, design, entre outros. “É um mercado muito grande que as pequenas empresas podem atender. Não é só a Petrobrás. Existem outras empresas da cadeia de petróleo que também podem ser atendidas", diz o gerente do Sebrae-Santos, Paulo Sérgio Franvosi.
Entre as potenciais fornecedoras da cadeia de petróleo, 55% são do setor de serviços, 43% do comércio e 2% da indústria. Para não perder nenhuma oportunidade as pequenas precisam organizar uma estrutura interna para cuidar dos processos licitatórios, acompanhar com frequência os sistemas de compras e colocar a documentação em ordem. Esses são só alguns dos principais problemas que atrapalham hoje o fechamento de contratos entre os pequenos negócios e a estatal.
"Muitas empresas têm conhecimento técnico e tecnológico exemplar, mas na hora de preencher uma nota fiscal não sabem discriminar direito o imposto, não têm as certidões negativas em dia. Percebemos que existem dificuldades a sanar", diz Franvosi. Outro problema é a falta de profissionalização. “Algumas têm produto bom, mas não sabem se vender, não investigam o perfil do negócio de antemão.”
A empreendedora Tatiana de Oliveira, dona da empresa World Computer, fornece equipamentos de informática de suprimentos para a Petrobras há dois anos. A empresa também presta serviços para outros órgãos públicos, como a prefeitura de Santos. “Trabalhar com empresas grandes é bom para o portfólio e aumenta a possibilidade de fechamento de outros negócios”, diz. Mas antes de conquistar esses clientes, Tatiana precisou adequar a empresas às exigências das grandes corporações. “A primeira coisa a ser feita é criar uma estrutura para cuidar do cadastro e manter a documentação em dia. Depois é importante avaliar a necessidade de aumentar os estoques ou o número de empregados”, diz.
A própria World Computer passou por mudanças. O volume do estoque aumentou para que a empresa consiga cumprir com a agilidade os pedidos da estatal. “É importante ter um padrão de qualidade e agilidade, que é justamente o motivo pelo qual a Petrobras procura empresas da Baixada Santista”, diz.
Capacitação. Para sanar deficiências das pequenas e microempresas, o Sebrae lançou o Programa da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia, que por meio de palestras, workshops e eventos, vai abordar temas como processos licitatórios, compras governamentais, gestão de qualidade, inovação, marketing, tecnologia e análise financeira serão abordados em encontros com representantes de MPEs. “As grandes empresas enfrentam a mesma burocracia que as pequenas e conseguem fechar contratos. O que a pequena precisa entender é se ela tem competência para ofertar o produto ou serviço e depois buscar as ferramentas de qualidade para melhorar ainda mais o produto e atender as exigências do setor de petróleo e gás”, diz Fravosi. O estudo detalhado assim como a ficha de inscrição para participar do programa estão no site do Sebrae-SP.
Fonte: http://www.jornaldiadia.com.br/
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