segunda-feira, maio 30, 2011

Brasil precisa investir R$ 804 bi em infraestrutura para 2014


Até 2014 está prevista a entrada de mais R$ 804 bilhões por aqui para tanto, em áreas como eletricidade, petróleo e gás, logística, transporte e saneamento. Isto dá uma média de R$ 116 bilhões a cada ano.

Porto Alegre

O porto-alegrense Beira Rio é uma exceção dentre os estádios que abrigarão jogos, por ser privado. Ele pertence ao Internacional, um dos dois grandes clubes gaúchos. Sua reforma está orçada em R$ 290 milhões. Até agora, foi gasto na mesma R$ 30 milhões apenas.

Pensando nisto, o secretário extraordinário da cidade para a Copa, João Bosco Vaz, lamentou que os empresários locais ainda não tenham despertado para a importância do evento. "Não se trata só de jogos, trata-se de investimentos, que se guiam por três eixos: os estádios e seus entornos, as exigências da Fifa e as obras de infraestrutura. É uma oportunidade de ouro para investir, um momento de realizar. Porto Alegre é o 3º destino do País em turismo de negócios, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro. Vamos alavancar isto", conclama ele. Bosco Vaz destaca os benefícios que ficarão após a competição, como o resgate do saneamento básico na cidade. A capital do Rio Grande do Sul já tem R$ 600 milhões contratados para obras. Hoje, apenas 27% da rede de esgoto local é tratada. Com tal aporte, a expectativa é que em 2014 tal índice pule para 80%.

Curitiba

Cidade-modelo do País em se tratando de urbanismo, a capital paranaense precisará, para ter pronto seu estádio em 2014 (a Arena da Baixada), de R$ 220 milhões. As obras ainda não começaram. A boa notícia é que a cidade está com um projeto de criação de sua 1ª linha de metrô, que terá 14 Km de extensão e 21 estações. O investimento nela será de R$ 2 bilhões. O Governo Federal e a Prefeitura estão ainda disponibilizando recursos de R$ 463 milhões para a Copa, dos quais R$ 70 milhões irão para a reforma do aeroporto local, destacou o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, Cléver Teixeira.

São Paulo

E há, é claro, a arena onde (ao menos em tese) deverá ocorrer a abertura dos jogos: o Itaquerão, em São Paulo, como vem sendo chamado o estádio que o maior time do País, o Corinthians, quer erguer na zona leste da cidade. A estimativa é que ele vá custar perto de R$ 1 bilhão. Nada foi feito ainda no local.

No evento, o secretário especial de Articulação para a Copa da Prefeitura paulistana, Gilmar Tadeu, afirmou que R$ 23 bilhões serão aportados em infraestrutura na cidade visando 2014. Espera-se que 600 mil turistas estrangeiros aportem na metropole na ocasião, o que gerará 332 mil empregos permanentes e outros 381 mil temporários. O secretário destacou ainda a importância de se aumentar a rede de hospedagem local: hoje a capital paulista conta com 105 mil leitos em hoteis. Muitas mais serão necessários à época do Mundial.

Estádios, estradas, sistemas de transporte e hoteis, no entanto, demandam mais que cifras para erguerem-se sobre o chão. É o que alerta Lima Terra, da Abdib: "Dinheiro e excelência em engenharia o Brasil possui. O que nos falta, no momento, são trabalhadores em larga escala e, em especial, gestão de melhor qualidade, tanto pública como privada". E um marco legal mais flexível, bem como menos desconfiança, acrescenta Cléver Teixeira: "Temos de prestar contas a uma gama enorme de órgãos a cada passo que damos. Há gente demais fiscalizando nosso trabalho e gente de menos nos ajudando a trabalhar nestas obras para 2014."

Ainda assim, os executivos reunidos ontem mostraram-se confiantes. "Sou otimista, vamos conseguir", disse Bosco Vaz. "Até porque não temos um plano B: os jogos serão aqui, precisamos estar prontos. Mas, se não houvesse tanta lentidão gerada pelas leis de licitação, de edificação e ambientais do País, eu estaria um pouco mais tranquilo", confessa ele.

Fonte: http://www.dci.com.br/

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