segunda-feira, janeiro 10, 2011

Mercado de trabalho cresce com a economia


Polos petroquímico e farmacoquímico, estaleiro, refinaria e indústria automotiva. A economia de Pernambuco muda ao passo de cada nova inauguração e o mercado de trabalho acompanha o ritmo. Na visão da economista Tânia Bacelar, este cenário é positivo para qualquer profissional entrante no ciclo do emprego. Ele terá mais opções em comparação com aqueles de uma década atrás. “O crescimento traz mais oportunidades, que outras gerações não tiveram. Primeiro porque está nascendo menos gente”, considera, referindo-se à nova economia do Estado.

Para se ter uma ideia do que virá por aí, somente os projetos aprovados até setembro do ano passado pelo Programa de Desenvolvimento do Estado (Prodepe) vão gerar 6.769 novas vagas de trabalho em áreas como a agroindústria, farmacoquímica, mineração e têxtil, entre outras. Não entra na conta os 3.500 empregos da Fiat, ou os 1.500 da refinaria quando estiverem em plena operação, empreendimentos que apontam o caminho a seguir. Mas para chegar a uma das vagas é preciso comprar o bilhete da capacitação e até mesmo para aqueles profissionais que não têm ligação direta com os setores fim dessas empresas.

O advogado Frank Robson de Almeida é um exemplo. Atualmente na gerência jurídica da Claro ele cursa um programa executivo em direito corporativo. “Depois do exame da Ordem (OAB), o profissional foca no seu objetivo. E se ele quer estar no escritório, quanto mais diferencial melhor. Os maiores clientes vão procurar os advogados mais qualificados”, comenta.

O professor de economia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Ibmec, Luiz Maia, também concorda que as oportunidades vão florescer em todas as áreas profissionais. Por isso, avalia, “quanto mais a pessoa tiver conhecimento de habilidades técnicas como segunda língua, gestão de pessoas, marketing e tecnologia, ela aumenta as suas possibilidades de ascensão”, diz. Por causa do leque de opções, Tânia não aconselha ninguém a direcionar sua carreira pensando apenas nas profissões que estão na alta. “A escolha da profissão tem de considerar as habilidades e as preferências das pessoas. Não se pode tomar uma decisão importante olhando apenas o direcionamento do mercado de trabalho. É importante procurar o que se gosta de fazer.”

Depois de escolhido o caminho, vem a qualificação, que também exige cuidados. “Muita gente acha que a trajetória profissional começa pela conclusão do nível superior, depois faz um MBA e garante o emprego. O MBA é bom para aquele profissional que alcançou o nível de gerência e pode se tornar inútil para quem não tem esse perfil. Há o CBA, uma versão para quem está no nível mais abaixo no nível hierárquico”. Mestrado acadêmico é voltado para pesquisa e formação de professores, diz.

Como o mercado de trabalho atualmente está se transformando mais rápido do que as pessoas, há a necessidade de formação de mão de obra e cérebros. “A grande novidade é que a economia do Estado está passando por uma mudança importante, estamos trazendo atividades que não eram do nosso tecido econômico tradicional, e aí vem a necessidade de formar pessoal”, completa. Atividades como petróleo e gás vão crescer não apenas em Pernambuco mas em todo o Brasil por causa do pré-sal.

A indústria naval é outra com tendência nacional que tem destaque em Pernambuco, e instituições como Universidade de Pernambuco (UPE) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lançaram seus primeiros cursos na área. Todos segmentos inéditos na história econômica do Estado vão gerar demandas por profissionais tão diversos como engenheiros, administradores, economistas, pessoal de TI. Sem falar das oportunidade para químicos, biólogos, farmacêuticos por causa do pólo farmacoquímico. “Algumas funções, como administrador, trabalham com automóvel ou petróleo e, para isso basta conhecer o setor. E, outras, como engenharia, o profissional tem de se especializar na área, pois a indústria naval é diferente de uma automobilística.”

As instituições de ensino estão atentas às mudanças e procuram estar cada vez mais próximas do mercado. “Esse momento de Pernambuco abre oportunidade para todas as áreas e as engenharias como um todo. Há forte demanda em outras áreas, como a de impacto ambiental ou assistência social, médicos, contadores...”, enumera o reitor da UFPE, Amaro Lins.

Fonte: http://www.portogente.com.br/

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