domingo, dezembro 26, 2010

SÍSMICA


Com a óbvia exceção da perfuração de poços, a Sísmica é a mais importante ferramenta para a exploração para petróleo. Fornecendo uma verdadeira radiografia do interior da Terra, ela é a técnica mais confiável para auxiliar na locação de poços, principalmente aqueles que objetivam
trapas estruturais.
A Sísmica originou-se na Sismologia, ciência que se dedicava, basicamente, ao estudo de terremotos. A Sismologia teve o seu grande impulso com a invenção do sismógrafo, em 1841, na Escócia, tornando possível medir-se a intensidade dos tremores de terra, levando-se em conta a velocidade das ondas sísmicas nos estratos geológicos, e definir-se onde e quão profundos estavam os focos.
Com os dados obtidos, verificou-se que importantes feições geológicas, situadas no interior da Terra, podiam ser indiretamente observadas. Logo, a sua utilização para o entendimento da geologia tornou-se tão importante quanto o conhecimento do próprio terremoto. Assim, quando havia um terremoto, os sismólogos entusiasmavam-se com a oportunidade de fazer os estudos e aumentar o entendimento do interior do planeta. Entretanto, como não havia terremoto todo dia e em todo lugar, passou-se a detonar cargas de explosivos, provocando-se tremores de terra artificiais, com o objetivo de conduzir investigações geológicas.
O grande salto dado pela sísmica veio com a Primeira Grande Guerra. As forças armadas dos países em guerra, principalmente as alemãs, começaram a aplicar os princípios sísmicos para localizar a artilharia inimiga. A teoria saía do âmbito acadêmico e entrava no uso prático. A diferença de tempo entre o som dos disparos, pelo ar, e o que o sismógrafo registrava na terra, permitia calcular a distancia da artilharia adversária. Com a utilização de vários sismógrafos, estrategicamente localizados, e por simples triangulação, era possível localizar a posição dos canhões inimigos.
Enquanto os sismologistas trabalhavam em escala continental, em que as distancias eram medidas em centenas de quilômetros, os militares tinham que determinar os alvos com uma precisão na casa de dezenas de metros. Por outro lado, a intensidade de um terremoto, ou mesmo de uma boa carga de dinamite, era muito maior que a de um tiro de canhão. Devido a isto, tornou-se necessário o desenvolvimento de equipamentos mais sofisticados, sensíveis o suficiente para detectar as fracas ondas geradas pelas cargas de artilharia e bastante precisos para trabalhar com distancias menores. Como resultados, foram feitos importantes avanços tecnológicos que permitiram a utilização da sísmica para usos mais sofisticados.
Terminada a guerra, um dos oficiais alemães responsáveis pelo serviço, Ludger Mintrop, patenteou o processo sísmico para a determinação de estruturas geológicas, utilizando os melhoramentos conseguidos nos campos de batalha. O primeiro uso foi feito na própria Alemanha, objetivando a determinação da profundidade de depósitos de carvão. Em 1920/21, Mintrop testou o método, com êxito, em domos de sal, o que lhe abriu as portas para a indústria do petróleo e o levou, em seguida, a fundar a Seismos, a primeira companhia de serviços sísmicos em todo o mundo.
O primeiro trabalho da Seismos objetivando a prospecção petrolífera foi feito em 1923, na área de Poza Rica, no México, para a SHELL, obtendo resultados razoáveis. No mesmo ano, entrou nos
Estados Unidos na área de Seminole, em Oklahoma, e no Golfo do México, no Texas. Em 1924, foi feita a primeira descoberta, atribuída ao método, em um domo salino do Texas.
Inicialmente, a Sísmica utilizava as ondas sonoras refratadas, ou seja, a Sísmica de Refração.
Posteriormente, verificou-se que também as ondas refletidas podiam ser usadas no mapeamento do subsolo, o que levou ao nascimento da Sísmica de Reflexão. A Sísmica de Reflexão foi inicialmente aplicada nos Estados Unidos, em 1928, também na área de Seminole, com resultados satisfatórios.
No ano seguinte, fazia a sua primeira descoberta na costa do Golfo da Luisiânia, o Campo de Darrow, um domo salino perfurado com base em levantamento sísmico de reflexão. Em 1930, voltando à área de Seminole, permitiu o mapeamento de diversas estruturas, das quais três resultaram na descoberta de campos petrolíferos de consideráveis tamanhos.
O sucesso da Sísmica de Reflexão foi tão grande que o seu uso se tornou prática obrigatória.
Várias descobertas foram feitas, tanto nos Estados Unidos quanto no restante do mundo, culminando com a do Campo de Burgan, no Kueit, em 1938, um supergigante, o segundo maior campo de petróleo conhecido.

Fonte: http://www.braintecnologia.com.br/

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