A construção de oito cascos de navios-plataforma da Petrobras pela empresa Engevix Engenharia vai movimentar o mercado de trabalho de Rio Grande e região. Com investimentos de US$ 3,46 bilhões, as obras vão garantir emprego direto a 7 mil trabalhadores, no pico de produção, previsto para 2012, e a mais 21 mil ligados a empresas que prestam serviços indiretos.
Os contratos foram anunciados na última quinta-feira pela Petrobras. As plataformas flutuantes construídas pela Engevix, tipo FPSO, montadas em cascos de navios, serão utilizadas na exploração de petróleo da camada pré-sal, e são projetadas para produzir, armazenar e transferir óleo e gás. Cada uma terá capacidade para processar diariamente até 150 mil barris de óleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural. A previsão é que os dois primeiros cascos sejam entregues em 2013 e os demais ao longo de 2014 e 2015.
O diretor-executivo da Engevix, Gerson Almada, afirmou que a mão de obra será local, com aproveitamento de moradores da região. Haverá treinamento específico para cada tipo de tarefa e serão chamados alunos dos cursos do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). Até o primeiro semestre de 2011, serão criadas 1.500 vagas, em sua maioria para soldadores.
A ideia da empresa é aproveitar até 75% de profissionais da região. Trabalhadores já estão sendo cadastrados para contratações em parceria com as prefeituras de Rio Grande e Pelotas. “Não está prevista a importação de mão de obra. Nós estamos com um programa de treinamento muito forte envolvendo o Prominp e as universidades locais. O Rio Grande do Sul tem uma tradição em polo metalmecânico e estamos fazendo uma reciclagem dessas pessoas para a indústria naval”, afirmou Almada.
Com a construção dos oito cascos para Petrobras, a Engevix deve obter um aumento de 100% em seu faturamento, passando de R$ 1,5 bilhão para R$ 3 bilhões. As obras contribuirão para a utilização de 100% da capacidade do primeiro estaleiro da empresa em Rio Grande, além de 10% da área do segundo. No entanto, segundo Almada, a Engevix já está buscando uma área retroportuária onde investirá cerca de R$ 30 milhões na construção de um novo estaleiro, que seria utilizado para as próximas concorrências.
Cada casco vai utilizar 40 mil toneladas de aço, terá 8 mil toneladas de tubulações e abrigará 10 mil toneladas de equipamentos. O porte da encomenda vai envolver nada menos do que 100 empresas subcontratadas, segundo o executivo da Engevix. Metasa, Icec e Usiminas estão entre as companhias que devem fazer parte da obra. Porém, as montagens serão feitas por equipes próprias da Engevix, explica Almada. As duas primeiras plataformas já começarão a ser produzidas em 2011. Para janeiro estão previstos os primeiros carregamentos e, para março, o início da construção dos cascos.
Fonte: http://jcrs.uol.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário