segunda-feira, setembro 27, 2010

GÁS NÃO-CONVENCIONAL GANHA DESTAQUE MUNDIALMENTE


Na última semana, o jornal britânico Financial Times trouxe uma declaração do principal executivo da Aramco, maior petrolífera do mundo em reservas de óleo cru, dando conta de que a Arábia Saudita pode conter centenas de trilhões de pés cúbicos de recursos não-convencionais, como o gás de xisto, o que duplicaria suas reservas comprovadas de 280 trilhoes de pés cúbicos. Com isso, o país poderá atender melhor sua demanda de energia, deixando mais petróleo para exportação.

No entanto, esse anúncio traz uma análise paralela da situação. As reservas árabes podem ser uma oportunidade para o país, mas também significa que a Arábia Saudita não encontrou tanto gás convencional em seu território, onde companhias internacionais têm prospectado, mais especificamente na região desértica do Quadrante Vazio há cinco anos, com resultados geralmente decepcionantes. Segundo Khalid Al-Falih, da Aramco, a exploração não convencional no país está contribuindo para o abastecimento energético.

O gás não convencional, especialmente o de xisto, exige um esforço de exploração e de tecnologia considerável, entretanto, nos Estados Unidos, por exemplo, o recurso transformou o panorama de energia do país, levando os preços ao patamar mais baixo em sete anos. “Os Estados Unidos e o Brasil são os países com as maiores reservas mundiais de Xisto. A Petrobras desenvolveu o Processo Petrosix para produção de óleo de Xisto em larga escala. Assim como também estão sendo processados gás natural não-convencional. Esse será o processo que ajudará na redução da importação do gás natural”, explica o especialista em Petróleo e Gás, Emerson dos Santos.

Segundo ele, o país pode seguir o caminho americano e obter benefícios da exploração de gás não-convencional. “A vantagem pode ocorrer, por exemplo, se extraído do carvão, já que o Brasil é um dos maiores produtores deste, que é uma das fontes de extração do gás não-convencional já que os preços são mais baixos que o de gás natural. Acredito que não devemos descartar nenhuma das opções de recursos para fontes de energia”, diz Emerson.

Recursos não-convencionais

O gás não convencional pode ser extraído de grande profundidade, das rochas xistosas, das areias de baixa permeabilidade ou compactas, do metano das camadas de carvão e dos hidratos de metano, sendo este provavelmente de elevado impacto ambiental, dado existir, sobretudo, nas camadas árticas. O Xisto betuminoso é uma fonte de combustível que, quando submetido a altas temperaturas, produz um óleo de composição semelhante à do petróleo do qual se extrai nafta, óleo combustível, gás liquefeito, óleo diesel e gasolina. “É uma saída real e comercialmente viável para o setor, visto que o valor é menor que o de gás natural”, avalia o especialista.

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/

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