sexta-feira, julho 23, 2010

O Nokia N900 chegou tarde ao Brasil


Smartphone tem recursos de primeira, mas design e sistema antiquados

O Nokia N900 foi um smartphone muito aguardado. Muito aguardado mesmo. Tão aguardado que, agora que chegou ao Brasil, já está com cara de velho. Disponível no mercado americano desde o ano passado, ele roda o Linux Maemo – sistema fadado à morte, pois em breve dará lugar ao MeeGo, fruto da parceria entre Intel e a empresa finlandesa. De qualquer forma, trata-se de uma baita evolução em relação a qualquer modelo com Symbian vendido hoje. Fora isso, o aparelho é um verdadeiro canivete suíço, com 32 GB de memória interna e a ótima câmera de 5 MP, com lente Carl Zeiss.
O brinquedo chega às operadoras no próximo mês, mas já pode ser encontrado nas lojas, desbloqueado, pela bagatela de 1.999 reais. Preço alto para um celular que não é um fenômeno. A maior virtude da Nokia foi conseguir fazer, pela primeira vez, uma interface agradável para se usar apenas com o toque dos dedos. Em 99% dos casos, a jurássica caneta stylus nem precisa sair de seu compartimento. Mexendo no aparelho, fica a impressão de que o N97 é quem deveria ter ficado assim.
O sistema tem quatro áreas de trabalho distintas, personalizadas com widgets e atalhos. Qualquer semelhança com o Android não é mera coincidência. Também existe um pequeno painel de controle na parte de cima. Ele mostra informações de bateria e volume, além de permitir a configuração de relógio, perfis de uso e conexões Wi-Fi ou Bluetooth. Clicando no botão superior esquerdo, surge uma tela com todas as janelas abertas, o que facilita na hora de trabalhar com muitos aplicativos ao mesmo tempo. Mais um toque e aparece o menu com todos os aplicativos, como no velho Symbian.
Smartphone ou tablet?
Grandalhão como o N95 e seus descendentes, o Nokia N900 tem jeito de tablet. O tijolo possui até um apoio como os de porta-retratos, para deixá-lo sempre na posição horizontal. Aliás, a maioria das aplicações nem funciona na vertical, com as exceções do navegador e do visualizador de fotos, entre outras. O problema é que, ao levar a sério esse negócio de fazer um computador portátil, a fabricante criou um aparelho muito ruim de carregar no bolso. E sem necessidade, pois a tela tem 3,5 polegadas.
Ao menos o usuário não pode reclamar de fragilidade. O hardware é mesmo parrudo e confortável de usar. O teclado QWERTY é bem espaçoso, apesar de apresentar somente três fileiras de botões. A tela é resistiva, mas responde bem ao toque com o dedo. No quesito usabilidade, também sentimos falta de um botão físico para voltar à página anterior. Nem todos os programas têm essa opção na interface.
Por dentro, o N900 leva 32 GB de memória, um processador de 600 MHz e 256 MB de RAM। Não é muita coisa, mas satisfaz plenamente até quando há múltiplas tarefas rodando. Méritos para a leveza do sistema e para a pequena placa de vídeo dedicada, que traz resultados surpreendentes na exibição de filmes. Tudo acontece sem engasgo. Mas aí o problema é a qualidade da tela, bem abaixo do visto em aparelhos como o iPhone 4 e o Sony Ericsson XPERIA X10. A resolução é de 800 por 480 pixels.

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