sexta-feira, junho 18, 2010

Lua contém muito mais água do que esperado


SÃO PAULO - Analisando a composição molecular de rochas lunares, cientistas concluem que nosso satélite natural possui até 100 vezes mais água do que se acreditava.


Uma pesquisa liderada pelo Carnegie Institution’s Geophysical Laboratory, em Washington, e que foi financiada pela NASA, estima que o volume de moléculas de água presas em minerais no interior da Lua pode passar o dos Grandes Lagos na Terra.
O conjunto de lagos na fronteira dos Estados Unidos e Canadá possui mais de 22 mil km3 do líquido.

Por mais de 40 anos o homem achou que a Lua fosse seca, até que estudos começaram a apontar o contrário. Recentemente, com dados mais preciso obtidos pela nave indiana Chandrayaan-1, pesquisadores conseguiram identificar a presença de água na superfície e no interior do corpo celeste, usando sensores remotos e algumas amostras coletadas.

Mas desta vez, o estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences utilizou como base de análise amostras coletadas pelas missões Apollo. Eles buscaram especialmente pelo hidroxila, um composto com um átomo de oxigênio ligado a hidrogênio.
A história da Lua

Acredita-se que o satélite natural da Terra tenha se formado com o impacto de um objeto do tamanho de Marte há cerca de 4,5 bilhões de anos. Ao se chocar com nosso planeta, o objeto colocou muito material na órbita terrestre que, com o tempo, acabou se compactando e formando a Lua. No meio do processo de compactação, um oceano de magma teria se formado e, lentamente, começou a esfriar. Os cientistas acreditam que, neste momento, a água escapou ou foi preservada como molécula de hidroxila nos minerais em cristalização.

Justamente por isso, os cientistas escolheram analisar rochas cristalizadas que recebem o nome de KREEP. A sigla em inglês utiliza o K, símbolo do potássio, REE, sigla de “rare Earth elements”, elementos raros na Terra”, e P, o símbolo do fósforo. Essas rochas são o componente de alguns derretimentos causados pro impactos lunares e de rochas basálticas.

A água é insolúvel nos silicatos principais que se cristalizaram na Lua, por isso acredita-se que ela deveria estar concentrada nas KREEP.

Combinando medidas com modelos que mostravam como o material se cristalizou durante o resfriamento lunar, os cientistas concluíram que o mínimo de água por lá variava de 64 partes por bilhão a 5 partes por milhão. O resultado ainda é duas ordens de grandeza maior do que previamente estimado – menos de 1 parte por bilhão.

Os pesquisadores ressaltam que a água medida está na forma de hidroxila.




Fonte: http://info.abril.com.br/

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